10/09/2018

“Artur Nogueira perdeu representatividade”, lamentou Faveri

Vereador discursou após ter sido negado o pedido dele de cassação do mandato de Ermes Dagrela (PR)

Da redação

Após o pedido de cassação do mandato de Ermes Dagrela (PR) ser negado pela Câmara de Artur Nogueira, o vereador Rodrigo de Faveri (PTB) – autor da denúncia – discursou durante a plenária desta segunda-feira (10). Segundo o edil, o município teria perdido representatividade no Poder Legislativo. Por seis votos a cinco, a Casa de Leis entendeu que o cargo destinado ao presidente da Câmara deveria se manter.

Com muitas manifestações verbais vindas do lado de fora da Câmara, Faveri (PTB) solicitou que os munícipes pudessem conter os ânimos já que a democracia ainda vive. Após o pedido, o vídeo do dia da agressão física sofrida pelo vereador foi projetado no telão da Casa de Leis. E na sequência, o parlamentar iniciou a exposição do descontentamento dele.

“A minha arma aqui nesse parlamento é a minha palavra. E minha palavra não vai ser calada! Queria acreditar que essa Casa é independente, sem ser pautada em reunião em gabinete de prefeito”. Segundo o edil, uma suposta reunião teria acontecido às portas fechadas entre o prefeito e outros vereadores a pedido de Ermes Dagrela (PR) e o filho dele Ermes Dagrela Jr. “Não me calarei, continuarei a lutar a favor do direito do nogueirense”, esbravejou em meio a aplausos dos presentes.

O vereador deu continuidade ao discurso pontuando que Dagrela (PR) não diz a verdade. “O senhor presidente faltou com a verdade quando ele subiu na delegacia e fez boletim de ocorrência, mentindo da mesma forma ao dizer que eu faltei com respeito a ele”, asseverou. E colocou à prova, “podem protocolar uma comissão contra a minha pessoa, porque quem não deve não teme”.

À respeito da votação final sobre a cassação ou não do mandato do presidente da Câmara, o petebista foi enfático. “Quem perdeu aqui não fui eu! Quem perdeu a representatividade foi o povo de Artur Nogueira. A situação aqui ficará indigesta. Mas essa Casa, infelizmente, não representa mais a população”, lamentou. De acordo com o edil, ele criou “nojo” da demagogia usada por alguns políticos. “Criei nojo dessa demagogia barata, dessa desconstrução feita por pessoas como Ermes Dagrela”, acusou.

Com tom provocativo, o vereador não se intimidou e justificou a dúvida de alguns munícipes. “Muitos perguntam o que eu fiz para ter apanhado tão covardemente. E a resposta está aqui”, explicou segurando um cartaz escrito “O Saean é nosso”. Faveri (PTB) é contra a privatização da autarquia e o fato, sob a ótica dele, vai contra o que Ermes Dagrela (PR) tem defendido durante as últimas sessões ordinárias.

E, para finalizar, o representante do Poder Legislativo garantiu que continuará trabalhando. “Fui eleito para cumprir o meu mandato nem que eu tenha que pagar para ser um mártir de Artur Nogueira. Tudo isso para mostrar que a política ainda compensa na nossa vida. A política de caráter, pelo que é certo”.

As alegações para o pedido de cassação – não acatado – foram baseadas basicamente em duas circunstâncias, a falta de decoro parlamentar e, também, a agressão física sofrida de forma covarde e vexatória, segundo o denunciante.

Ao final da sessão, Ermes Dagrela (PR) foi procurado pela equipe de reportagem do Portal Nogueirense mas não quis se manifestar sobre o assunto.

Votação

Os vereadores que votaram contra o pedido foram Cristiano da Farmácia (PR), Zé da Elétrica (PRP), Beto Baiano (PRP), Miltinho Turmeiro (PTB), Mineirinho Do Bar (PROS) e Lari Baiano (PSC). As partes envolvidas no caso, denunciante e denunciado, não tiveram direito ao voto, atendendo ao Regimento Interno da Câmara. A denúncia só poderia ser acatada com a adesão de dois terços (2/3) dos parlamentares votantes.

A próxima Sessão Ordinária da Câmara de Artur Nogueira está prevista para acontecer na segunda-feira (17) a partir das 19h30.

Assista à sessão desta segunda-feira (10):


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