“Minha mãe só cumpria ordens”, diz filha de servidora presa em Artur Nogueira

Da redação

A filha da funcionária presa nesta quinta-feira (21) enquanto destruía documentos públicos defendeu a mãe e disse que ela só seguia ordens do chefe do Almoxarifado. De acordo com a moça, que não quis se identificar, a Prefeitura de Artur Nogueira não enviou nenhum representante para defender a servidora enquanto esta prestava depoimento na Delegacia de Polícia Civil do município.

Em frente ao Fórum de Artur Nogueira, onde aguarda a resolução da audiência de custódia da mãe, a jovem comentou que participou de uma reunião a portas fechadas com membros Prefeitura. No encontro, segundo a moça, os servidores do Executivo disseram que ela poderia contar com eles para tudo o que fosse necessário.

“Eu falei que não, não posso, porque ontem ninguém foi lá [na Delegacia] falar nada. Ninguém foi lá”, afirmou. Ela defendeu a idoneidade da mãe e disse que a funcionária do Almoxarifado trabalha para a Prefeitura há mais de 14 anos. “O que que ela ia ganhar com isso? Ela é uma funcionária. O chefe dá ordens e você tem que fazer sem questionar. E foi isso”, asseverou.

A moça disse ainda que uma faxineira testemunhou a favor da funcionária presa. “Tem uma faxineira que viu o chefe do setor pedindo para minha mãe picotar os papéis. Ela depôs a favor da minha mãe e disse que o chefe já vinha há algum tempo picotando os papéis, pois como ela é faxineira, ela retirava os papéis da sala dele”, acrescentou. “Minha mãe só recebeu uma ordem e foi cumprir”, ressaltou.

Questionada se a Prefeitura está se omitindo, a filha foi enfática. “Sim, lógico. Por que ainda não fizeram nada?”, indagou.

Prefeitura de Artur Nogueira

A Prefeitura de Artur Nogueira foi procurada para comentar a declaração de omissão feita pela filha da servidora presa. No entanto, até o fechamento desta matéria, não se posicionou. Ontem, após a prisão da funcionária, o Poder Executivo informou que tomou conhecimento do ocorrido e que irá instaurar uma sindicância para tomar as medidas cabíveis. Além disso, a Prefeitura se colocou à disposição do Ministério Público (MP) para colaborar nas investigações.

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