18/10/2017

Entidades explicam por que não participaram do Artur Nogueira Rodeo Festival

Falta de tempo e preço cobrado pelo espaço na festa estão entre os principais motivos

Da redação

A primeira edição do Artur Nogueira Rodeo Festival (ANRF) foi encerrada neste sábado (14) e atraiu quase 40 mil pessoas de toda a região. No entanto, chamou a atenção o fato de apenas uma entidade social da cidade ter participado do evento, a Iefan. Agora, após a festa, outras entidades que foram convidadas para o evento explicam os motivos para não terem participado do rodeio.

A Instituição Evangelística Filadélfia de Artur Nogueira (Iefan) foi a única organização do terceiro setor que teve um espaço no ANRF. A entidade vendia pastéis e refrigerantes em uma barraca próxima à entrada do recinto. Cerca de 8 voluntários trabalharam no local para atender os participantes da festa. Outras entidades foram convidadas para participar do evento, no entanto não aceitaram.

Um fator comum que levou as demais entidades a não participarem do rodeio foi a falta de tempo para se preparar entre o convite formal e o início da festa. De acordo com Reginaldo Delgado, presidente do Grupo de Assistência Social de Artur Nogueira (Sasan), a reunião em que as entidades receberam as informações a respeito das exigências para a participação foi feita na sexta-feira (6), cinco dias antes do evento começar.

“Eles nos falaram muito em cima da hora. Eles também nos disseram que não poderíamos usar botijão de gás e que o cardápio seria definido pela organização de festa. Então não tinha como a gente se envolver”, explica Delgado. “O nosso forte é lanche de pernil e espetinho, mas o que eles nos passaram, nós nem tínhamos como fazer, que era tapioca e umas outras coisas, tipo cuscuz”, acrescenta.

Delgado também afirma que a entidade não participou nos rodeios passados da cidade, mas que seria necessário gastar R$ 2.500 para conseguir a barraca adequada para o evento. Por conta disso, a Sasan achou melhor não ter um ponto na praça de alimentação do ANRF.

Clovis Sievert, presidente da Assistência aos Idosos Desamparados de Artur Nogueira (Aidan), afirma que a entidade também não conseguiu se adequar às exigências de participação no evento. “O cardápio que eles nos mandaram não era igual que tínhamos. E ficava difícil de adaptar em pouco tempo”, lamenta.

“O cardápio que eles nos passaram era caldo, tapioca, acarajé e cuscuz. Nós estávamos acostumados com algo totalmente diferente”, explica Sievert. “Se fosse para a gente trabalhar com o que nós trabalhamos, estaríamos participando com prazer da festa, mas desse jeito não dava”, reitera o presidente da entidade, que está acostumada a trabalhar com lanches de pernil e espetinhos.

Ele também destaca que a barraca que deveria ser usada no ANRF não era a que eles têm disponível. “Nos disseram que não iam cobrar nada pelo uso do espaço. Mas a barraca tinha que ser padronizada, e ia custar para a gente R$ 2.500″.

A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) declara que não participou do evento porque caiu exatamente na mesma semana do Dia das Crianças, cuja programação duraria a semana inteira. “Havíamos programado uma série de atividades para os nossos alunos e, por isso, tínhamos pouco tempo para organização da estrutura que a festa pedia”, comenta Flavio de Almeida, diretor administrativo da entidade.

Outros fatores, segundo ele, foram a falta de máquina de cartão (item necessário numa festa do porte do ANRF) e o valor que a entidade deveria pagar, já que as barracas seriam padronizadas. “E por conta do feriado prolongado, a maioria dos nossos voluntários viajaram”, acrescenta.

A Associação Jovem Aprendiz (AJA) também foi convidada para participar do ANRF, mas recusou o convite pelos mesmos motivos. Além dos R$ 2.500 que teriam que ser pagos no estande padronizado, alguns itens exigidos não eram acessíveis para a entidade. “Fomos convidados em cima da hora, e também todos os aparelhos teriam que ser elétricos, exigência, segundo eles, dos bombeiros. Poucas entidades têm isso”, afirma a associação.

“Vontade de trabalhar a entidade tinha e muito. Esse evento ajudaria a entidade, mas, infelizmente, as possibilidades não permitiram”, acrescenta a AJA.

Em entrevista ao Portal Nogueirense durante o rodeio, Aroldo Belem, responsável pelo trabalho da Iefan no evento, disse que a participação da entidade precisou de uma negociação com os organizadores do ANRF. “Eles apresentaram quatro opções de cardápios que, para nós, em cima da hora, seria muito difícil. Então nós queríamos trabalhar com algo que já temos, que já faz parte do nosso trabalho há anos”, afirmou Belem.

A organização aceitou a sugestão da Iefan, e a entidade conseguiu montar seu espaço a tempo do evento. “E queremos agradecer aos organizadores e ao município, que nos deram a oportunidade de estar aqui hoje”, destacou Belem, acrescentando que o objetivo do grupo na festa foi sensibilizar as pessoas e mostrar a elas o trabalho da Iefan.

Organização do rodeio

Ao Portal Nogueirense, a organização do ANRF enviou a seguinte nota sobre o assunto:

“Sim, existia um cardápio estabelecido pela organização do Artur Nogueira Rodeo Festival. A organização do evento, porém, não cobrou nenhuma taxa. O valor estipulado e cobrado foi da empresa responsável pela praça de alimentação para montagem dos stands de cada entidade. Lembrando, que neste ano, não foi usado nenhum centavo de dinheiro público, diferentemente dos anos anteriores, nos quais a prefeitura subsidiava todos os custos e despesas das entidades participantes.”

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