26/09/2012

Você já ouviu falar da cachoeira que existe em Artur Nogueira?

Local reúne várias histórias de nogueirenses

Quézia Amorim

Muitas pessoas comentam sobre a existência de uma cachoeira em Artur Nogueira. Um local que no passado já foi ponto turístico no município, servindo de diversão e lazer para os nogueirenses 40, 50 anos atrás.

A equipe do Portal Nogueirense foi atrás desta história e encontrou o lugar. Localizada um pouco abaixo da Teka, uma pequena cachoeira se forma em um trecho do Córrego do Sítio Novo, que tem como principal afluente o Córrego Cotrins, que corta os bairros Sacilotto I e II.

Há algumas décadas, a cachoeira fazia parte de uma área rural pertencente a família ‘de Sá’, por isso, até hoje é conhecida como ‘Cachoeira dos de Sá’. O local fica ao lado da chácara ‘Prima-Vera’, que pertence atualmente ao nogueirense Diógenes Duzzi. “Eu tinha oito anos e vinha aqui com meus amigos e familiares, a gente vinha tomar banho aqui. A gente brincava muito. Tinha uma árvore, onde as pessoas colocaram um ferro que servia como suporte com uma corda para pular quando estava em época de cheia. Toda a macumba que tinha em Artur Nogueira era feita aqui. Você chegava aqui no domingo pela manhã e via as coisas jogadas nas pedras”, conta o nogueirense.

(Cachoeira fotografada há 35 anos, por Reynaldo Stein)

Duzzi comprou o sítio há 18 anos, mas mora no local com a família há seis, e, segundo ele, a cachoeira foi frequentada por vários moradores como ponto turístico. “Eu acho que 90% dos atuais nogueirenses não conhecem ou nunca ouviram falar da ‘Cachoeira dos de Sá’. Na época em que ela era frequentada, existiam uns mil habitantes no município, que ainda pertencia à Mogi Mirim”, complementa.

(Diógenes Duzzi mostra local, já utilizado como ponto turístico)

Animais nativos

Duzzi afirma ver com frequência algumas espécies de animais no local. “Quase todo dia a gente vê os bichos. Atualmente, alguns dos frequentadores daqui são esquilos, capivaras, lagartos, gato-do-mato, cobras, tucanos, canarinhos e garças. Tem vizinho que afirma que já viu até onça aqui, daquelas pequenas e marrons”, relata o nogueirense. Nossa equipe flagrou um esquilo enquanto realizava a reportagem.

Lembranças de antigos proprietários

Izidoro de Sá tem 79 anos de idade e é neto de José de Sá, ex-proprietário do sítio. Izidoro morava nas proximidades do local com os pais e o avô e possui várias recordações. “Me lembro do tempo que eu era moleque e morava lá no sítio. Naquele lugar era tudo lavoura e um mundo de água. Meu avô era dono de tudo lá e também tinha a fábrica de mandioca, onde vários familiares e outras pessoas trabalharam”.

O neto de José de Sá também se recorda dos tempos de diversão com os amigos. “Nos finais de semana toda a garotada vinha brincar aqui. Naquele tempo, Artur Nogueira tinha umas duas ou três ruas atravessadas, tudo era pequeno. No tempo nosso, chegava no domingo e todo mundo descia lá. A gente nadava, brincava e pescava com os irmãos e amigos. Eu tenho saudade daquela época”, lembra Izidoro.

Outro nogueirense que presenciou os tempos da cachoeira foi Luís Rodrigues, que atualmente tem 86 anos de idade e, na época em que brincava no local, tinha 10 anos. “A vida era boa. A gente passeava, brincava e trabalhava. Meu pai chegou a fazer serviço para o José de Sá. Vivemos isso logo depois, mas bem próximo do final da Revolução Constitucionalista. Naquele tempo tinha pouca gente na cidade. Muita gente descia lá”, afirma Rodrigues.

Cuidado com o local

Por morar perto da cachoeira, Diógenes Duzzi diz zelar pelo local. “Se você vier num dia de chuva, você fica revoltado com o tanto de lixo que desce aqui. De vez em quando estoura o esgoto e a cachoeira fica suja. É comum descer garrafas pet e pneus. A gente sai juntando tudo para não ficar poluído. Se liberar o espaço, o cara vem com espingarda, gaiola, e facão para cortar as árvores”, conta Duzzi, que ainda diz: “Se morrer um peixe aqui, eu já investigo e tomo providência para manter o local limpo. Tenho muito cuidado com esse lugar”, finaliza o nogueirense.

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