10/09/2014

Vítima de “golpe do cupim” perde R$ 2,7 mil em Artur Nogueira

Segundo Boletim de Ocorrência, cinco homens estão por trás da ação

Por Isadora Stentzler

Cinco homens bateram à porta:

– Com licença, mas estamos trabalhando na obra de trás e vimos que seu telhado está quebrado. Podemos dar uma olhada?

A senhora autorizou. Aposentada, não seria ela aos 69 anos capaz de subir uma escada e conferir as telhas da própria residência. Por isso permitiu.

Os rapazes se dividiram. Dois para o telhado, três ao portão.

– Minha senhora, seu telhado está com cupim! – gritou um deles lá de cima.

– Cupim?

– É, cupim! Dá pra ver bem daqui – e desceu dizendo que poderiam consertar. Pela quantia de R$ 4,8 mil arrumaria os estragos causados pelos insetos. Mas a senhorinha negou. Não quisera. Não tinha o valor cobrado. Até desacreditava da tamanha preocupação. Foi então que, do telhado, outro rapaz trouxe à frente um enorme cupinzeiro – assustando a mulher que resolveu pagar:

– Mas eu só tenho R$ 2,7 mil. Pode ser?

– Pode! Mas a senhora também pode ir sacar no banco. A gente espera.

Porém ela não tinha. Aqueles R$ 2,7 mil eram o resto, as economias. Os vinténs guardados para uma emergência que agora eram depositados nas mãos daqueles cinco.

– Fique tranquila, minha senhora. Cupim é uma praga, mas com esse dinheiro que a senhora nos deu vamos comprar os equipamentos e arrumar seu telhado. Tudo ficará bem depois – e despediram-se, levando aos bolsos as notas da mulher para nunca mais voltar.

Conhecido como “golpe do cupim”, o caso ocorreu com uma senhora de 69 anos, moradora da Rua Floriano Peixoto, no centro de Artur Nogueira, no último final de semana. De acordo com ela, que estava sozinha no momento da ação, os rapazes insistiram para que ela fosse ao banco sacar mais dinheiro. “Eu falei que não porque eu nunca vou ao banco sozinha, sempre alguém da minha família vai junto”, relembra. “E aí eles me falaram para eu passar a senha que eles retiravam pra mim, e então eu fiquei mais preocupada.”

 Segundo a senhora, os homens eram novos e o mais velho aparentava ter uns 35 anos.

Ela registrou um Boletim de Ocorrência junto à Delegacia de Polícia e o caso deve ser investigado. Até o momento não se sabe o paradeiro dos cinco indivíduos.

Em 2010 cinco homens de Sorocaba foram presos por aplicar um golpe semelhante. Eles se aproximavam das casas dizendo que havia cupim e cobravam valores altíssimos para desinfestar o local. Mas após receberem o dinheiro, sempre cobrado adiantado, iam embora sem realizar nenhum trabalho. Uma mulher chegou a pagar R$ 8 mil acreditando que a residência estava contaminada.

 Em todas as situações nenhuma das casas tinha vestígio do inseto.

 


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