01/03/2015

Vídeo flagra nogueirenses sendo atacados por pássaro no centro

Portal Nogueirense flagrou momento em que o pássaro atacou diversas pessoas que passavam próximo à árvore onde está o ninho.

William Alexandre (Billy) / Isadora Stentzler

Camuflada pelo verde das copas e o som dos carros que mal permitem escutá-la, uma ave fez morada no alto de um arbusto na Rua Duque de Caxias, no centro de Artur Nogueira. Ali observa os passantes. Fita-os. E ataca-os. Numa manobra perigosa, protege aquilo que construiu.

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Por isso chama atenção. Fosse um rouxinol, a exoticidade do canto atrairia os olhares. Fosse um arara, as cores seriam o colírio da rua. Mas é um arrebita rabo, um falso sabiá dos olhos cor castanho mel.

O ataque é surpresa. Mas se passado um milímetro do previsto as consequências são dilacerantes. Por isso, um risco calculado. De impulso rápido. Uma luta de 30 gramas versus 50, 70, 80 quilos em que a ave se joga contra os passantes afim de com o bater das asas dizer: este lugar é meu.

É o que explica o biólogo Augusto Batistelli, especialista na área de ecologia e biologia reprodutiva de aves. Para esse tipo de pássaro todo o entorno do ninho é seu território. Agir assim é defender o que foi construído a duras penas. “O melhor nome seria comportamento agonístico”, define. “A determinação na defesa vai aumentando com o aumento da idade da ninhada. Ou seja, defendem mais arduamente a medida que o tempo passa, justificando todo o emprego energético que investiram, até que os filhotes abandonem o ninho.”

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Dizem que já se foi ouvido o som dos filhotes da arrebita rabo. E que é nessas horas que há intensa luta quando alguém cisma em cruzar por seu arbusto ou passar por seu mercado, vide insetos e frutas da grama e do asfalto. “Supondo valores: se passar uma pessoa a cada cinco minutos, desperta reação… se passar uma pessoa a cada trinta segundos, a partir de algum momento, o bicho vai se acostumar”, exemplifica Batistelli.

Mas nem por isso é uma ave do campo perdida na cidade. Já aprendeu ela a viver na selva de pedra. Como faxineira do parque, recolhe todos os insetos e artrópodes nocivos. Limpa o espaço e, em troca, só quer a paz de viver bem.

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