22/09/2020

Vereador deixa comissão processante que investiga prefeito de Artur Nogueira

“Não me sinto confortável, porque qualquer decisão minha poderia atrapalhar todo o processo de investigação dessa Casa”, alegou o parlamentar

Da redação

Durante a 21ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Artur Nogueira, realizada na noite desta segunda-feira (21), o vereador Lucas Sia (PSD) apresentou um requerimento no qual solicitava o seu afastamento da Comissão Processante que investiga atos do prefeito Ivan Vicensotti (PSB) e consequentemente, a presidência do colegiado.

O parlamentar usou o seu tempo de fala livre, para justificar os motivos que o levaram a pedir o afastamento da Comissão. “Alguns princípios éticos e morais que sempre aprendi com a minha família. Quando você é presidente de uma comissão processante, você tem que tomar diversas decisões durante o processo para que a instrução processual ocorra de maneira adequada”, iniciou ele.

“Quando nós vamos estudar o fantástico mundo do Direito, um dos preceitos é um julgamento justo, sem nenhuma interferência e num período eleitoral, onde a decisão dessa Comissão Processante poderia afastar o prefeito municipal, eu não me sinto confortável em presidir essa Comissão por não transmitir naturalmente pelos fatos que vem acontecendo, essa imparcialidade a qual me cabe”, completou.

Ainda em seu discurso, Lucas disse que não queria que o trabalho da Comissão fosse prejudicado. “Eu não posso admitir que uma comissão processante que deve ser séria, que deve investigar irregularidades em nosso município, seja acusada de que o seu presidente está tendo algum proveito político através dessa Comissão”, afirmou.

O vereador falou ainda que, como adversário político do atual prefeito, se sentiria desconfortável em estar na presidência da Comissão. “Como adversário político, no meio de um pleito eleitoral para a mesma função no qual ele [prefeito] exerce, eu me sinto desconfortável em seguir dessa forma. Seria julgado muitas vezes, por diversos atos que o presidente da Comissão tem que tomar, como oportunismo político e isso eu não poderia permitir”, comentou.

“Não me sinto confortável, porque qualquer decisão minha poderia atrapalhar todo o processo de investigação dessa Casa, porque muitos poderiam me entender como suspeito, por interesse num período eleitoral”, completou.

Por fim, o parlamentar disse que sua saída é para que não se levante qualquer suspeita sobre o seu trabalho e a imparcialidade da Comissão.

Após o pedido de afastamento, foi feito o sorteio para a escolha de um novo membro da Comissão e o sorteado foi o vereador Miltinho Turmeiro. Em seguida, a Comissão fez um sorteio que teve o nome de Rodrigo de Faveri como presidente. Zé da Elétrica ficou como relator e Miltinho Turmeiro como membro.

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