Reservatório e falta d´água são reclamações de moradores de bairro de Artur Nogueira

Henrique Oliveira

Falta de água, reservatório em más condições e preocupação. Assim estão alguns dos moradores do Recanto Emanuel, bairro de chácaras que fica próximo à estrada Dito Mendes, em Artur Nogueira. A reclamação de uma das moradoras do local que há quatro meses ela não consegue ter o mínimo de água em sua casa. Todos os dias são 50 a 100 litros de água que chega em sua casa.

O bairro é composto com  pouco mais de 20 chácaras. Algumas delas são utilizadas por famílias em finais de semana e feriados. Mas há  famílias que moram no local, como é o caso da família da Maria de Fátima Firmino. Ela disse à nossa reportagem que comprou uma caixa d´água nova para sua família. Porém, desde que comprou, ela nunca ficou cheia com a água do bairro que vem de um poço artesiano que fica há 100 metros de sua casa.

Durante dias a aposentada, que também trabalha com artesanato com flores, diz que sua família fica sem água. Na madrugada, quando o pouco de água chega em casa, ela tem de armazenar em baldes e tonéis pois ela não tem forças para subir até a caixa d´água.
“Há quatro meses que estamos nesta situação. Tem dias que pega 100, outro duzentos [litros de água] é o máximo que você pegar por dia quando tem água”, desabafa a aposentada.

A moradora, assim como duas vizinhas, reclamam do fato de não poder fazer uma limpeza mais pesada em sua casa por falta d´água. Por conta de seu artesanato envolver tintas, ela se queixa que não pode tomar um banho um pouco mais demorado para se limpar de forma completa, pois há meses tem de conviver com a constante falta d´água.

Para tentar diminuir os problemas por falta d´água, os moradores compram água de empresas especializadas. Assim, consegue encher seus reservatórios particulares para o consumo dentro de alguns dias. Fátima mostra o boleto bancário de uma empresa de transporte de água. A cada 7 mil litros, são R$300,00 que saem do bolso da família.

Condições da caixa d´água

Há cem metros da chácara de Fátima existe uma caixa d´água que está sob o poço artesiano que, em tese, abasteceria os moradores das chácaras do Recanto Emanuel. Um portão proíbe a entrada de estranhos no local, mas de fora é possível ver as condições de limpeza da parte externa, com lodo e muita sujeira. Mas os moradores dizem que o externo da caixa reflete as condições do interior.

Um grupo de moradores disseram que não utilizam a água proveniente da caixa d´água para beber ou cozinhar. Pois há alguns meses um forte cheiro na água intrigou os moradores que foram até a caixa d´água e puderam localizar um gambá morto dentro da caixa. Ele já estava em estado de decomposição, dizem outros moradores.

Ainda de acordo com moradores, a manutenção da caixa d´água fica a cargo de uma associação do próprio loteamento de chácaras. Os proprietários dizem que pagam de forma trimestral uma taxa que serve para o serviço de energia elétrica que alimenta a bomba que capta água do poço artesiano.
A expectativa dos moradores é que este valor possa ser utilizado para manutenção da caixa d´água. Pois dois moradores que foram ouvidos pelo Portal Nogueirense disseram acreditar que a falta de água nas residências seja por conta da quantidade de sedimentos que possam estar acumulados nos tubos e na própria caixa d´água.

Outro lado

Nossa reportagem entrou em contato com os representantes da associação de moradores do loteamento de chácaras. A tesoureira, Katiuscia Gallinari disse que a associação não tem dinheiro em caixa para realizar a pintura externa.
Ela também alega que por conta do grande número de novos moradores e também da chegada de pessoas em finais de semana, a água não é suficiente com a atual vazão.

A tesoureira também diz que o Serviço de Água e Esgoto de Artur Nogueira, Saean, disse que no local há a necessidade de se perfurar um outro poço, com maior profundidade, e também a construção de uma caixa dágua de 60 mil litros de capacidade. A tesoureira diz que a associação já buscou três orçamentos e que isso será feito o mais breve possível para normalizar a situação da água no loteamento.
“Pra gerar água 24 horas por dia, é necessário fazer esta melhoria no poço e entregar para a Saean. Pois não adianta fazer esta melhoria e a gente pagar 100 ou 200 reais por mês de água. Pois não vamos ter dinheiro para pagar energia elétrica de bomba girando 24 horas por dia”.

Sobre o animal morto na caixa d´água, Katiuscia diz que a situação aconteceu há 3 anos atrás e foi o seu esposo, presidente da Associação de Moradores, quem retirou do reservatório.

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