Psicóloga Sabrina Tanajura explica o que é a Síndrome do Final de Ano
Confira também o Manual de Sobrevivência do Fim de Ano
Com certeza você conheceu ou conhece alguém que disse detestar o final do ano. Certamente já ouviu expressões como: “Para mim é a pior época do ano”, “Não vejo a hora que tudo isso acabe e a vida volte ao normal”, “Gostaria de dormir no dia 20 de dezembro e acordar só no dia 02 de janeiro”, entre outras frases.
Após participar de um Workshop em Americana/SP conduzido pelas psicólogas Ana Paula Justo e Sabrina Gallo, em conjunto outros profissionais da área da Psicologia e da Nutrição, a psicóloga Sabrina Tanajura teve a oportunidade de discutir percepções clínicas sobre um tema ainda pouco explorado chamado “Síndrome do Final de Ano”, e preparou um texto especial sobre o assunto, com direito a um “Manual de Sobrevivência do Fim de Ano”. Confira na íntegra:
Mas o que se percebe sobre a Síndrome do Final de Ano? A prática clínica tem demonstrado que pessoas com alguma pré-disposição em desenvolver algum quadro psicológico tendem a ficar mais vulneráveis nesta época do ano. Além disso, sugere que pode haver algum nível de agravamento nos casos já diagnosticados. Por exemplo: se a pessoa possui alguma pré-disposição em desenvolver Transtorno do Pânico ou já tem o quadro instalado, é possível que experimente crises nesse período. Ansiedade e Depressão também podem se manifestar ou se intensificar.
Essas informações são importantes tanto para a população em geral como também para os profissionais da saúde mental, pois contextualizar as queixas será etapa fundamental da compreensão do quadro manifesto e, consequentemente, na abordagem terapêutica.
Diferentes quadros podem se manifestar (Ansiedade, Depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo, Pânico, entre outros) e ao que tudo indica há uma relação íntima entre o nível de estresse e o surgimento deles. O estresse se refere a uma reação de adaptação do organismo às diferentes situações. As reações podem ser cognitivas (pensamentos), emocionais, comportamentais e fisiológicas.
Ao olharmos de perto o do final do ano, identificamos uma overdose de situações que saem do nosso cotidiano. Verificamos inúmeras crenças limitantes (pensamentos pouco adaptativos) as quais foram sendo desenvolvidas a partir do viés cultural desde a nossa infância e que nos aprisionam na vida adulta sem que tenhamos clareza. A Terapia Cognitivo Comportamental acredita que esses pensamentos são gatilhos para o desenvolvimento do estresse ou de seu agravamento.
E com a proximidade das festas os pensamentos mais comuns e que se traduzem em falas e comportamentos são: TENHO que ir em todas as confraternizações; TENHO que agradar a todos; TENHO que comprar presentes para todos; TENHO que estar feliz nesta época; TENHO que fechar todas as minhas metas até o dia 31; TENHO que fazer as pessoas felizes; TENHO que acertar na escolha dos presentes; TENHO que fazer uma ceia inesquecível; TENHO que comprar uma roupa bonita; TENHO que estar lindo(a); TENHO que estar impecável, TENHO que estar dentro do peso, TENHO, TENHO, TENHO…
Diante de pensamentos como esses, questionar-se se torna uma importante ferramenta contra a tirania dos teres e deveres a que nos obrigamos sem nem saber por quê. Essas crenças limitantes são fontes de elevado nível de estresse, pois deixam as pessoas inseguras, confusas e com medo por perceberem que será impossível atender a todas essas expectativas sociais sem deixar de lado interesses, desejos e, em especial, limites pessoais.
Portanto, só para lembrar, a “Via Sacra” é tema da Páscoa, não do Final do Ano! Além disso, dia 31 é o último dia do mês de dezembro, em lugar nenhum está escrito que será o Apocalipse. Então, não é preciso viver como se não houvesse amanhã. Ainda com relação aos temas bíblicos, se nem Jesus Cristo conseguiu estar em todos os lugares e fazer todos felizes, será mesmo que é necessário cumprir todas essas e tantas outras regras e obrigações num curto espaço de tempo?
Além das crenças disfuncionais, a redução ou alteração do ciclo do sono, alteração da dieta e as altas temperaturas do período são importantes fatores de desenvolvimento de estresse e que têm impacto direto sobre nossa microbiota intestinal (bactérias que moram no nosso intestino). Ainda na semana passada, no I Simpósio de Psiquiatria, Ciências de Alimentos e Nutrição: As Chaves do Eixo Intestino-Cérebro, foi possível verificar o quanto o tema é representativo para a saúde mental, pois tem sido amplamente estudado em diferentes partes do globo.
Já se sabe que fatores ambientais (alimentos, sono e temperatura) têm influência sobre a microbiota. Se a herança cultural diz que nossa ceia TEM que ser repleta de comidas que não estão de acordo com o clima, que TEMOS que ingerir álcool como se não houvesse amanhã e que é questão de sobrevivência curtir até o sol nascer, a ciência tem mostrado que essas alterações tem impacto sobre quem nos habita (bactérias) que possui funções importantíssimas no nosso metabolismo e que ao sofrer e morrer por estar num ambiente hostil, pode nos gerar prejuízos que vão desde uma disbiose (dor de barriga ou intestino preso) até um estado de tristeza, afinal, elas estão envolvidas na produção de serotonina (neurotransmissor que participa da regulação do humor) que ocorre no intestino. Novamente resgatamos a necessidade de pensar “fora da caixa”. Uma ceia tropical? Comidas leves, que tal?
Pensando em tudo isso, a psicóloga Sabrina Tanajura preparou algumas dicas para que você possa passar por esse final de ano com um pouco mais de qualidade de vida. Confira abaixo:
Sabrina F. Tanajura
Psicóloga graduada em 2002 pela Pontifícia Universidade de Campinas (PUCC) com experiência em Psicoterapia e Gestão de Pessoas. Possui Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS) e MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).
Psicoterapeuta e Psicotraumatologista com especialização no Treino de Controle do Stress e Tratamento de Stress Pós Traumático. Terapeuta Cognitivo Comportamental com atuação clínica para casos de Depressão, Ansiedade, Insônia, Enxaqueca, TOC, Transtorno do Pânico, Transtorno Bipolar, Stress, TPM, Raiva, Transtornos de Personalidade, Compulsão Alimentar, Bulimia, Anorexia, Fobias entre outros. Realização de avaliação psicológica para cirurgia bariátrica.
Business Partner com atuação nos seguintes subsistemas de RH: Coach, Consultoria Interna, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Remuneração, Comunicação entre outras voltadas ao desenvolvimento e implementação de estratégias para Gestão de Pessoas.
Sabrina F. Tanajura é psicóloga clínica especialista em terapia cognitivo comportamental. O endereço de atendimento é R. São Sebastião, 405 – Centro, Artur Nogueira/SP, Clínica Essence. Para entrar em contato o telefone é (19) 3827-1227 e o celular é (19) 98184-6878.
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