15/10/2021

Professora de Artur Nogueira fala sobre desafios da profissão

Raquel Pierini trabalha há 30 anos e atualmente é coordenadora do Núcleo de Aperfeiçoamento da Secretaria de Educação de Artur Nogueira

Raquel durante seu trabalho

Da redação

Nesta sexta-feira (15), é celebrado o Dia do Professor, uma das profissões mais importantes do mundo e responsável por formar todos os outros profissionais. Para celebrar a data, o Portal Nogueirense conversou com a professora Raquel Pierini, que atua há 30 anos na profissão e atualmente é coordenadora do Núcleo de Aperfeiçoamento da Secretaria de Educação de Artur Nogueira.

Raquel Pierini Lopes dos Santos tem 46 anos e completou em 2021, 30 anos atuando como professora. Reside em Artur Nogueira há 4 anos e conta que a vontade de ser professora surgiu ainda pequena.Aos 11 anos eu queria muito estudar em uma escola particular na cidade em que morava. Como meus pais não tinham condições financeiras eu comecei a trabalhar, na própria escola, como auxiliar de sala. O que me trouxe o desejo de ser professora. Aos 14 anos fui para um colégio interno onde cursei o magistério”, relata.

Incentivo

Os pais de Raquel sempre a incentivaram a estudar para ser professora. “Meus pais sempre me incentivaram a fazer aquilo que gostava e se sacrificaram muito para me manter no internato. Eu também trabalhava neste internato para pagar uma porcentagem dos estudos”, lembra a professora.

Raquel conta como foi o início da carreira. Assim que me formei já estava contratada por uma escola particular e como todo início me senti insegura. Entretanto decidi que sempre faria o meu melhor. Como eu era muito nova, tinha muito pique (risos). Um hábito que sempre tive é o de visitar meus alunos. Eu trago o cotidiano deles para a sala de aula e por isso é importante conhece-los bem”, relembra.

Histórias da docência

A profissional recorda algumas histórias de te marcaram neste período dentro da sala de aula. “Em 30 anos, tenho muitas histórias, muitas mesmos, para se ter uma ideia, já alfabetizei filhos de ex-alunos que também alfabetizei (risos). Dentre tantas histórias guardadas no coração nunca me esquecerei quando recebi uma aluninha com paralisia cerebral. Não falava, não andava, não se comunicava. Eu orei muito naquele ano pedindo sabedoria. Fiz uma campanha e conseguimos um notebook com teclado adaptado e guardo até hoje a cartinha escrita por essa aluna que até então não escrevia. Foi uma independência.  Ainda hoje ao lembrar dela, me emociono”, recorda Raquel.

Para a professora, a educação atualmente é muito diferente de antigamente. “A escola tinha uma postura mais tradicional onde o centro era o professor, o detentor do saber. Hoje, nós professores mediamos o conhecimento e o aluno é sujeito ativo no processo. Particularmente, gosto muito de trabalhar com os centros de aprendizagem”, aponta a educadora.

Artur Nogueira

A profissional conta que morava em São Paulo e veio para Artur Nogueira, por causa de sua família que já morava por aqui. “Eu solicitei transferência e vim para o Unasp onde hoje leciono na graduação e pós graduação. Trabalhando com alguns alunos a questão da matemática me instigaram a realizar o concurso, o qual fiz e aqui estou”, conta.

Hoje, Raquel trabalha na Secretaria de Educação de Artur Nogueira. “Atualmente eu estou coordenando o NUARME, o Núcleo de Aperfeiçoamento da rede municipal de educação. Trabalhando com capacitações. Fui selecionada pelo time de autores da Revista Nova Escola onde tive o privilégio de participar da adaptação do material de matemática para o Estado de São Paulo. Também continuo trabalhando na formação de novos pedagogos, no UNASP Engenheiro Coelho”, enumera a gestora.

Desafios

A professora comenta que a pandemia foi um desafio e divisor de águas para quem trabalha com educação. “Nós professores tivemos que nos ressignificar, romper barreiras, quebrar paradigmas…foi uma verdadeira loucura, mas… nós professores, somos gigantes e valentes. Sofremos, nos desestruturamos e saímos muito melhores. Hoje, dominamos ferramentas que nem imaginávamos”, analisa.

Para ela, a falta de investimento na educação gera a desigualdade. “Nós sabemos que conforme o artigo 5° da Constituição… a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Também sabemos que a falta de investimento neste segmento leva ao aumento da desigualdade. Se quisermos uma equalizaçao de oportunidades é necessário um maior investimento na Educação”, afirma a professora.

E finalizou com uma mensagem aos professores. Sonhe! Sonhe e realize! Nosso trabalho é de formiguinha. Entretanto, se eu influenciar positivamente uma criança que seja, posso dizer que cumpri meu papel. Colega professor, encante seus alunos!!! Eu desejo que suas aulas sejam T. U. D. O. – tudodebom.com.br”.

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