Problemas em vicinal continuam incomodando população

Paulo Holdorf

Os problemas da vicinal que liga o município de Artur Nogueira a Mogi Mirim são antigos e já foram registrados várias vezes pelo Portal Nogueirense [relembre: Problemas em vicinal e Desmoronamento em vicinal]. Asfalto se desfazendo, falta de acostamento, sinalização precária e acumulo de lixo são as maiores queixas de motoristas e moradores rurais que utilizam a vicinal.

No início da estrada já é possível perceber a situação do asfalto. Pequenas ondulações e alguns buracos surgem ao decorrer do caminho. Poucos trechos estão bem preservados. Na maior parte, os motoristas são obrigamos a diminuir a velocidade para desviar dos buracos, muitas vezes sendo obrigados a trafegar na contramão.

O morador e comerciante João Lucas reclama do abandono do local. “A estrada está bem ruim, toda esburacada. Faz um tempo que está assim, abandonada, não só a estrada, mas a quantidade de lixo espalhada na encosta da pista também é um problema”. João ainda relata que caminhões com cargas pesadas utilizam a vicinal com frequência, o que acarreta, segundo o morador, no desgaste mais rápido do local, que não é preparado para suportar veículos deste porte.

Cerca de dois quilômetros do perímetro urbano de Artur Nogueira, uma ponte na vicinal começou a desmoronar. O problema iniciou há três anos e continua preocupando os nogueirenses e usuários da via. “Quando passam dois veículos bem nesse ponto, o motorista tem que parar e dar passagem para o outro, pois não passam dois carros de uma só vez, principalmente caminhões. Está tudo muito perigoso”, reclama Ângelo Luís Toniolo, que possui um sítio ao lado da ponte citada.

Em determinados pontos da vicinal é possível encontrar desgastes de até um metro e meio da beirada da pista. Além de buracos e lixo espalho, o mato alto e as condições das placas de sinalização podem colaborar para um possível acidente. Muitas placas estão enferrujadas e até com marcas de tiros.

Segundo a Prefeitura, a vicinal precisa de uma recuperação total, principalmente dentro do município de Artur Nogueira. “Ela chegou neste estado porque a manutenção sempre foi realizada de forma incorreta. A Prefeitura utilizava uma máquina patrol para fazer a manutenção, o que acabava quebrando o canto do asfalto. Agora, estamos trabalhando para resolver esse problema através de duas vertentes. A primeira é que já protocolamos um pedido de recapeamento dentro da Secretaria de Transportes. A segunda é que a Rota das Bandeiras, que é a concessionária responsável pela SP332, assuma a compensação e também cuide da vicinal Artur/Mogi”, afirma o prefeito Celso Capato.

O prefeito ainda afirma que a vicinal é de responsabilidade do Governo do Estado, mas que a manutenção poderia ser feita periodicamente pelo próprio município. “Se a Prefeitura tivesse plantado grama nas laterais desta estrada poderia ter evitado o grande aumento de erosões, além de ficar mais fácil a manutenção, que pode ser feita apenas com uma roçadeira. A antiga administração deixava o mato ficar com dois metros de altura, depois, com a falta de funcionários, ia lá com a máquina patrol e acabava quebrando a rodovia. Em Holambra, a Prefeitura trabalhou junto com os produtores rurais e plantou grama ao lado das vicinais, facilitando a limpeza e protegendo a própria estrada”, afirma Capato.

Referente ao acumulo de lixo, o prefeito disse que o trabalho não está no contrato da empresa responsável pela coleta recolher o lixo das áreas rurais, por isso a vicinal, assim como em outras localidades rurais, não está tendo uma coleta eficaz. “Arrumamos caminhões da própria Prefeitura e vamos colocá-los para realizar esse trabalho. Certos pontos ficaram viciados em receber todo o tipo de lixo de forma totalmente irregular. Vamos criar leis e regulamentar essa coleta, que terá dia, horário e local certo para acontecer”, afirma Capato.

Sobre o tráfego de caminhões com cargas pesadas, problema citado no início da reportagem por um morador, o prefeito disse que pretende criar uma lei que regulamente o peso de cada veículo, tanto na vicinal quanto dentro do perímetro urbano de Artur Nogueira.

Fotos: Gregory Pereira