20/11/2012

População reclama da demora no atendimento do Pronto-Socorro

Enfermeira responsável afirma que atendimento segue classificação de riscos

Quézia Amorim

Os moradores de Artur Nogueira que procuram o Pronto-Socorro do município afirmam sofrer com a demora do atendimento. “A gente chega lá, faz a ficha e leva um chá de cadeira. Depois de três horas é que a gente vai ser atendida. O atendimento é péssimo. Teve um dia que tinha mais de 50 pessoas na recepção esperando para ser atendido e só tinha um médico lá. Eu presenciei uma mulher dando à luz dentro de um carro, em frente ao hospital. Quando viram, atenderam rapidinho, só que lá fora”, afirma a dona de casa Joseana Delei.

Outro nogueirense também reforça as reclamações: “O atendimento aqui passa por muita burocracia”, conta o agricultor Aquiles Andreta.

A auxiliar de produção Tânia Ribeiro levou o filho ontem, segunda-feira (19), no Pronto-Socorro e ficou insatisfeita com o atendimento. “Eu esperei por duas horas com o meu filho com febre, depois eu tive que esperar para pegar o resultado do exame. O atendimento aqui é demorado, péssimo. São poucos médicos para atender”, lamenta a nogueirense.

Segundo a enfermeira chefe do Pronto-Socorro de Artur Nogueira, Juliana de Oliveira Munhoz, o município segue um sistema de triagem conhecido como protocolo Manchester, que realiza os atendimentos com base em classificações de riscos. “O atendimento é feito de acordo com a gravidade do caso de cada paciente. Muitas pessoas reclamam que foram atendidas primeiro que outras, só que elas não sabem dos sintomas de todo mundo”, esclarece Juliana.

Quanto ao incidente da mulher que deu à luz em frente ao Pronto-Socorro, a enfermeira disse que: “a família da gestante avisou que quando chegaram ao hospital [se referindo ao Hospital Bom Samaritano] para a mulher dar à luz, os atendentes os encaminharam para cá e quando chegaram aqui ela já estava ganhando a criança”.

Sobre o “Protocolo de Manchester”

O sistema de triagem denominado protocolo de Manchester é uma metodologia científica que confere classificação de risco para os pacientes que buscam atendimento em uma unidade de pronto atendimento.

O sistema afere o atendimento em até cinco cores, sendo vermelho para atendimento emergente, com risco eminente de morte a exemplo de estado de coma, queimaduras graves, parada cardiorrespiratória; a cor laranja, sendo muito urgente, definido em casos como dor torácica intensa, arritmias cardíacas e hemorragias; a cor amarela, sendo urgente, em casos que não constate risco de morte, mas precisam de atendimento prioritário, a exemplos de pessoas com febre alta e alterações dos sinais vitais; a cor verde, para casos com pouca urgência, que podem aguardar pelo atendimento, como vômitos e diarréia sem sinais de desidratação; e a cor azul, sendo usada para casos simples, sem necessidade de urgência alguma, e que podem ser atendidos em consultório médico.


Comentários

Não nos responsabilizamos pelos comentários feitos por nossos visitantes, sendo certo que as opiniões aqui prestadas não representam a opinião do Grupo Bússulo Comunicação Ltda.