Plantações de girassol atraem turistas para Artur Nogueira

Alysson Huf / Diego Faria

Embora a primavera seja a estação famosa pelas flores, o inverno também tem se tornado um período propício para as cores em Artur Nogueira. Afinal, é nessa época do ano que alguns produtores rurais costumam cultivar girassóis, criando grandes campos que se enchem do verde e do amarelo tão característicos de uma das flores mais apreciadas em todo o mundo. E, como resultado, o município ‘Berço da Amizade’ se torna um atrativo para turistas dos mais variados lugares.

A psicóloga Vânia Graciano veio do Rio de Janeiro (RJ) junto com família apenas para conhecer as plantações. “Eu gosto muito de flores, e o girassol é a minha preferida a vida toda”, conta a carioca. À princípio, ela pretendia ir a Pirassununga (SP) para visitar um campo de girassóis mas, por indicação de amigos e por uma curiosidade antiga, resolveu parar em Holambra (SP).

No entanto, Vânia não encontrou na ‘Cidade das Flores’ uma plantação como a que sonhava em ver. Por sorte, recebeu a informação de que na próxima cidade – Artur Nogueira – havia campos de girassóis que se estendiam até se “perder de vista”. Veio com toda a família – marido e dois filhos – e não se decepcionou. “Parece um mar de girassol”, afirma admirada.

Após viajar 650 km, ela realizou um sonho de infância. E não esconde a alegria. “Para algumas pessoas, isso pode parecer algo muito simplório. Mas, para mim, é de tirar o fôlego”, comemora. “O máximo que eu tinha visto eram cinco, no quintal da casa de uma pessoa. Mas plantação, assim, é a primeira vez na minha vida. Olha, para mim é uma realização”, finaliza.

Porém não são apenas pessoas de longe que vêm para admirar e fotografar os campos verde-amarelo sob a luz do pôr do sol. A estudante Valesca Almeida mora em Campinas (SP) e diz que gostaria de ter uma paisagem dessas perto de casa. “Eu moro em Campinas (SP), e lá não dá para sair. Não que lá seja feio, pois tem o [Parque] Taquaral, que é lindo, mas a cidade é perigosa demais. Não dá coragem de sair na rua para andar”, lamenta.

Segundo ela, a beleza da plantação também ajuda na motivação dos moradores para que passem mais tempo ao ar livre. “Eu creio que esse é um incentivo muito grande para as pessoas saírem de casa”, comenta. “Quando você mora em um lugar cujo caminho que você percorre não é divertido, não dá vontade de sair”, acrescenta.

E os moradores de Artur Nogueira corroboram o que Valesca acredita. O comerciante Juan Tabatem é um dos nogueirenses que costumam fazer caminhadas ao final da tarde. No trajeto dele, a plantação dá um fôlego a mais no exercício. “Essa paisagem é muito bonita, muito bacana. O pessoal vem tirar foto, para o carro ali. É muito legal”, relata.

Cultivo

Muito comum no inverno, o plantio de girassóis tem dois objetivos principais. “Serve tanto para a venda e comercialização da semente quanto para beneficiar a terra”, explica o produtor rural André Caetano, responsável por ter dado vida e forma a alguns dos campos de girassol que ornamentam a paisagem nogueirense.

“Na época do inverno, a terra iria ficar desprotegida, então o girassol é uma planta que pode ser cultivada nesse período e que ajuda a estercar a terra, fornecendo nutrientes para o solo”, destaca Caetano. Segundo ele, as sementes das plantações que ele cuida são usadas para produzir alimentação de aves.

Turismo

Há alguns meses, durante uma audiência pública realizada na Câmara Municipal, foi revelado que Artur Nogueira pode se tornar um Município de Interesse Turístico (MIT) nos próximos anos. O título de MIT dá à cidade detentora dele maior acesso a verbas públicas para o turismo e, consequentemente, maior geração de empregos.

Os campos de girassol podem ser um forte aliado da cidade para a conquista desse título.

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