19/04/2016

Placa contra petistas gera polêmica em Artur Nogueira

Segundo especialistas atitude revela intolerância e representa o princípio de iniciativas que, se não trabalhadas, podem desencadear clima perigoso para a sociedade.

Uma placa colocada de forma anônima em um viaduto localizado numa das entradas de Artur Nogueira tem gerado polêmica no município. Com os dizeres “petista bom é petista morto”, a placa traduz, segundo especialistas, um sentimento perigoso de intolerância e que, se não trabalhado, pode levar a atos mais extremos, como agressões e até homicídios.

Pendurada no alto do viaduto da Rodovia SP-332, que passa por cima da rotatória da vicinal Artur Nogueira/Limeira, a placa leva o logotipo do Partido dos Trabalhadores e o anúncio considerado por especialistas como grave. Apesar do pequeno tamanho, o material chamou a atenção de diversos leitores, que informaram o Portal Nogueirense e questionaram a atitude e a própria origem do ato.

placa

Segundo o advogado Wellington Silva “a mensagem que foi redigida, configura crime de ameaça, conforme o artigo 147 do Código Penal”. De acordo com Silva o material pode representar o princípio de um quadro perigoso para o país. “À primeira vista se mostra de pouca importância, todavia é o primeiro degrau para o cometimento de infrações penais mais graves, como um homicídio, por exemplo. Merece especial atenção das autoridades, porque decorre de uma intolerância atual do cenário sócio político brasileiro”, aponta Silva.

Para o sociólogo Carlos Caressato, a ação não faz parte do conjunto de iniciativas que compõe o direito à liberdade de expressão. De acordo com o especialista, a atitude também não condiz com o que pensa o conjunto da sociedade. “Isso não é, em hipótese alguma a opinião de uma maioria. Nunca foi. Historicamente as intransigências na sociedade através da discriminação, do preconceito, nunca partiu de uma sociedade como um todo. Ela sempre parte de um grupo pequeno de pessoas que, por problemas de razões sociais, econômicas financeiras e de raça, produzem esse tipo de pensamento”.

No entanto, Caressato afirma que quando a sociedade não rejeita este tipo de atitude, ela se torna conivente e responsável pelos casos de discriminação. “Estas ações passam a pertencer a toda a sociedade se ela não se posiciona contra esse tipo de comportamento”. O especialista alerta que a ação deve ser rechaçada pela sociedade para que problemas mais graves não ocorram no país”. O Brasil corre um sério risco de grandes violências. Acredito que em algum momento podemos ter mortes, em função destas atitudes individualistas”.


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