06/04/2020

Pensamentos Catastróficos: Como o raio-x emocional pode ajudar a identificá-los e minimizá-los

Muitas vezes o caminho para acessarmos nossos pensamentos é entrar em contato com nossos sentimentos

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Se tem um ditado que vale a pena ser ouvido, é esse: “Quando a cabeça não pensa, o corpo padece”. Mas, em tempos de pandemia e, portanto, de incertezas, como ouvir nossos pensamentos? E mais, teriam estes pensamentos a voz da razão ou estariam eles nos conduzindo para o abismo? Quando tudo parece confuso e nebuloso é preciso antes fazer um raio-x de nossas emoções. Sim! Muitas vezes o caminho para acessarmos nossos pensamentos e sermos capazes de avaliar se há ou não coerência neles, é entrando em contato com nossos sentimentos.

Tantas mudanças bruscas num curto espaço de tempo nos colocaram sob alto nível de estresse, o qual, já sabemos, pode nos levar a desenvolver estados de extrema ansiedade. Mas será que estamos tendo clareza disso? E mais: o quanto isso pode ou não estar afetando o tipo de pensamentos que estamos desenvolvendo? Muita gente acredita que a ansiedade se resume a uma agitação, taquicardia, sudorese e falta de ar. Sim, ela apresenta esses sintomas físicos ou fisiológicos. Entretanto, é preciso saber que há mais componentes que fazem parte dela, até porque, nem todos apresentam os sintomas físicos. Um sintoma muito comum dos quadros ansiosos são os pensamentos catastróficos, ou seja, um tipo de pensamento tóxico que, sem perceber, nos consome e pode nos leva a tomar decisões de forma pouco benéfica para nós e, às vezes, até impulsiva.

Em tempos de tantas incertezas, nos sentimos muito ansiosos e a partir disso tentamos prever o futuro como uma forma de aplacar esse sentimento que é tão desagradável, quando em demasia. E é justamente aí que podem surgir os pensamentos catastróficos, pois eles tentam prever o futuro, porém levam sempre em consideração o pior desfecho possível, o pior cenário e, tendem a desconsiderar qualquer outra alternativa que não pareça apocalíptica.

 

E assim, entramos num ciclo sem fim, pois ao pensarmos de forma tão desesperadora sobre o futuro, nos sentimos ainda piores, mais impotentes e, portanto, ainda mais ansiosos. E essa ansiedade nos faz pensar de modo mais catastrófico que nos conduz a mais ansiedade e isso pode nos levar à necessidade de tomar uma atitude com o objetivo de fazer tudo isso cessar. E isso pode acontecer de forma impulsiva, ou seja, sem considerarmos a razoalidade. Desta forma é importante estarmos atentos pois quando estamos no meio dessa confusão de emoções e pensamentos, podemos, muitas vezes, tomar decisões que mais irão nos atrapalhar do que ajudar.

Sendo assim, é interessante que cada um de nós avalie como está se sentindo por esses dias e a partir disso tente identificar se os sentimentos podem ou não estar exercendo influência sobre o tipo de pensamento que está sendo desenvolvido. Para isso, seria importante, tirar alguns momentos para si mesmo. Fechar os olhos e respirar com calma e profundamente pode ajudar a perceber como estamos nos sentindo.

Um outro recurso interessante é anotar nossos pensamentos, deixá-los ali, paradinhos num registro e voltar neles depois de umas horinhas e avaliar se estamos considerando apenas o cenário apocalíptico ou se há também o registro de alternativas viáveis e menos catastróficas. E se, por acaso, o registro tiver apenas pensamentos desastrosos, é interessante fazer o exercício de tentar pensar em outras alternativas menos ruins. É preciso lembrar que estamos sob o efeito de um alto nível de estresse e, por isso, pode ser válido exercitar outras formas de pensamento. Só assim, o ditado que iniciou nosso texto, terá de fato aplicabilidade na vida.


Sabrina F. Tanajura 

Psicóloga graduada em 2002 pela Pontifícia Universidade de Campinas (PUCC) com experiência em Psicoterapia e Gestão de Pessoas. Possui Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS) e MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Também é estudante de Nutrição pela Universidade Paulista (UNIP)

Psicoterapeuta e Psicotraumatologista com especialização no Treino de Controle do Stress e Tratamento de Stress Pós Traumático. Terapeuta Cognitivo Comportamental com atuação clínica para casos de Depressão, Ansiedade, Insônia, Enxaqueca, TOC, Transtorno do Pânico, Transtorno Bipolar, Stress, TPM, Raiva, Transtornos de Personalidade, Compulsão Alimentar, Bulimia, Anorexia, Fobias entre outros. Realização de avaliação psicológica para cirurgia bariátrica.

Business Partner com atuação nos seguintes subsistemas de RH: Coach, Consultoria Interna, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Remuneração, Comunicação entre outras voltadas ao desenvolvimento e implementação de estratégias para Gestão de Pessoas.

 

Sabrina F. Tanajura é psicóloga clínica especialista em terapia cognitivo comportamental. O endereço de atendimento é R. São Sebastião, 405 – Centro, Artur Nogueira/SP, Clínica Essence. Para entrar em contato o telefone é (19) 3827-1227  e o celular é (19) 98184-6878. 


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