15/12/2013

OPINIÃO: Ser voluntário é doar parte da vida em prol de outros

Sociólogo nogueirense fala sobre a importância do trabalho voluntário

Por Luiz Augusto Rossi

A sociedade atual em sua maioria está servindo ao individualismo e a clausura, esta, marcada pela violência e pelo descaso com as situações alheias. Este descaso é formado pela não relação de troca entre os pertencentes à sociedade atual.

O mundo eletrônico serviu como válvula de escape para que os seres cada vez mais se trancassem em seu mundo, não mais querendo contato com os outros seres que rodeiam sua situação. Vivemos em um mundo que o caso do outro já não mais faz parte de nosso cotidiano. Não pensamos mais no outro como ajuda e sim como estorvo, como algo a ser evitado, porém uma pequena parcela desta sociedade, busca no outro sua satisfação. Busca no outro o seu complemento.

Nos trabalhos voluntários que tenho acompanhado o ser é único em ações e em metas. Não almeja nenhum benefício a não ser o benefício do outro que o cerca e que não faz parte de seu cotidiano. Dentre estas pessoas podemos verificar que, em sua grande maioria, são seres que por algum motivo passaram por dificuldades e que agora querem fazer a diferença, mudar a realidade dos outros e muitos por ideologia, também conferem o benefício e doam seu tempo em troca da felicidade de outras pessoas.

O trabalho voluntário está tomando uma nova dimensão, estamos mais preocupados com o outro. Não mais doamos sangue pelo atestado e sim por pura convicção que podemos, sem mesmo ter consciência, que estamos salvando vidas. Não montamos barracas de doação de animais para nos livrarmos deles e sim por ter um cuidado especial com as várias espécies e também com o bem estar e a alegria dos que os adotam. Não montamos ONGs com o puro pensamento de promover nosso nome e sim com o conforto de outros que tem com estas atitudes uma nova forma de ver a vida.

Ser voluntário é doar parte de sua vida em prol de outros. É sair da clausura e dedicar-se em seu tempo vago a felicidade de outros. É cuidar de uma vida que não faz parte de sua vida. É mostrar aos outros que o mundo vale a pena. Que as pessoas valem a pena. É buscar na satisfação alheia o contentamento de nosso próprio ser. Ser voluntário é doar o que você tem de sobra, tempo, carinho e amor. Quando me refiro a tempo de sobra não estou dizendo que não fazemos nada e sim ao princípio de regrar e encontrar tempo de sobra para os outros. É demostrar ao outro que ele é capaz, que ele pode tudo. O delivery é maravilhoso! O facebook é fantástico! E o outro? Onde está. O distanciamento social está focado em que? Desviei um pouco do assunto para mostrar as diferenças que ocorrem em quem é voluntário e em quem é omisso.

Desviei um pouco do assunto para mostrar que o trabalho voluntário vale a pena. Temos “grandes exemplos” de voluntários natos. Pessoas dignas e sem interesse. Pessoas doadoras de vida. Pessoas doadoras de amor ao próximo. Grandes guerreiros escondidos atrás de sua satisfação. Indivíduos escondidos atrás de seu próximo. Lutadores e guerreiros, que tiram água de pedra, ração de conversa, bola de amizade, palestras com um pedido. Pessoas… Pessoas… Gente… Parabéns!

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luiz rossi
Luiz Augusto Rossi
 é sociólogo e professor


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