20/10/2013

CAMILO MARTINS: Qual a importância da leitura?

Presidente da Academia Nogueirense de Letras afirma que hábito de ler é fundamental para o desenvolvimento da sociedade

Por Camilo Martins

Desde menino sempre gostei de ler. Li um livro lindo que depois foi transformado em filme, o título era Polyana. Li também a Ilha Perdida, O Seminarista, Iracema, e amei, do fundo do meu coração o livro O Pequeno Príncipe, presenteado a mim por uma prima estimada. E li tantos outros. Vivia na biblioteca procurando um livro interessante. Lia muitos livros de poesias, contos e crônicas. Lia também muitas revistas em quadrinhos: Tio Patinhas, Pato Donald, Pateta, Irmãos Metralhas, Zorro…

As pessoas não têm o costume de fazer essa que é uma das atividades mais importantes para se desenvolver a capacidade mental e aumentar os conhecimentos: A prática da leitura. Por isso, o hábito de ler, deve começar nos primeiros anos e antes mesmo da entrada da criança na escola. “Ler é a arte de mastigar com os olhos e ver com os ouvidos”, lembra Carlos Nejar, da Academia Brasileira de Letras (ABL).

As escolas, até certo ponto, abandonaram o hábito de leitura tanto silenciosa quanto em voz alta nas salas de aula. O incentivo à leitura, consequentemente, enfraqueceu. A concorrência com atividades mais dinâmicas, motivada pela magia dos computadores e da internet e outras parafernálias tecnológicas, não sendo bem trabalhadas, induzem ao desinteresse pela leitura. Afinal, é mais cômodo e divertido visualmente ver o filme do que ler a obra. E assim por diante.

No entanto, isso não significa o fim dos livros em papel. Jamais isso acontecerá. O livro é amor antigo do ser humano, acostumado a dormir com ele, sentir o seu cheiro, folhear suas páginas, abrir a mente e o coração para o seu conteúdo e significado. Além, claro, de colocar sempre embaixo do travesseiro.

O alto índice de analfabetos no Brasil diz como é urgente essa tarefa de fazer as pessoas lerem. Segundo pesquisa da Câmara Brasileira do Livro, a média de leitura per capita do brasileiro é de dois livros por ano, o que mostra o pouco interesse dos brasileiros por este hábito. Ou seja, ao lado do analfabetismo há o número ainda maior dos que sabem ler, mas não leem, porque não gostam ou por preguiça.

Os estudantes, em grande maioria, leem por obrigações acadêmicas e não pelo prazer de garimpar conhecimentos, enriquecer o vocabulário ou ter ideias. O mesmo ocorre com o povo, em geral, que lê pouquíssimo. Por isso, campanhas como a do Projeto “Biblioteca Itinerante e Contação de Histórias, da Academia Nogueirense de Letras (ANL), bem como os saraus lítero-musicais, os concursos por ela promovidos, as exposições literárias de obras dos membros da ANL, congressos literários, entre outras iniciativas são extremamente louváveis, sobretudo porque, o contato direto do público com o escritor é capaz de suscitar o estímulo à leitura e o interesse pela literatura. No contato com a história da vida e da obra de cada um destes grandes escritores, surgem novos caminhos e novas propostas de leitura da arte, da cultura e da própria vida.

A leitura, além de dar asas à imaginação, é ponte que conduz ao conhecimento. O hábito de ler é fundamental para as pessoas desenvolverem a capacidade de pensar, refletir e argumentar. Quem não lê, não desenvolve ideias e, consequentemente, não consegue se comunicar com os outros. Ler, portanto, é um ato de libertação. É emancipar-se. Acima de tudo é a luz do conhecimento! Quem é sábio, lê.

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Camilo Martins
é escritor, jornalista e poeta residente em Artur Nogueira/SP. É presidente da Academia Nogueirense de Letras – ANL e presidente da Academia de Letras do Brasil-Região Metropolitana de Campinas-ALB/RMC. Membro da Academia Limeirense de Letras – ALL e e da Academia de Letras do Médio Parnaíba/Amarante-PI.


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