01/07/2017

Obra abandonada do Cras vira ponto de drogas em Artur Nogueira

Orçado em R$ 380 mil, obras do prédio deveriam ter sido concluídas em abril

Da redação

As filhas de Leandra Chaves não podem mais brincar sem supervisão na rua de casa, no Jardim Carolina, em Artur Nogueira. Os cuidados e a preocupação da jovem mãe são ainda maiores no período da noite. Isso porque a poucos metros de sua residência, que fica na Rua Miguel Vicensotti, a obra do que seria uma nova sede do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) está parada e se tornou um ponto de drogas.

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“Elas não saem sozinhas de casa. Nem durante o dia”, afirma Leandra. A nogueirense conta que sempre há “movimentações estranhas” no local, que não possui nenhum tipo de isolamento no entorno nem iluminação. “Até tem luz em alguns postes da rua, mas vira e mexe elas queimam”, comenta a moradora, que se preocupa com o fato de o local ser usado para consumo de drogas.

A construção da nova sede do Cras foi anunciada pelo Poder Executivo do ano passado, tendo sido iniciada em junho. De acordo com a placa fixada em frente à obra, o prédio deveria ter sido finalizado em abril deste ano e está orçado em pouco mais de R$ 380 mil, com participação do Fundo Nacional de Assistência Social, da Caixa e da Prefeitura de Artur Nogueira.

Ainda de acordo com a placa, 1.100 famílias seriam atendidas pela nova sede do Cras, caso ela tivesse seguido o cronograma e já estivesse em funcionamento. Na época em que as obras tiveram início, a Prefeitura prometeu reconstruir, na mesma área do Jardim Carolina, uma quadra esportiva de areia, que receberia grama sintética.

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“O plano é transformar a área verde em um ambiente de lazer familiar, onde cerca de 360 crianças e adolescentes poderão brincar e praticar esportes”, disse o Poder Executivo na ocasião.

Preocupação

“Eu acho que pelo menos eles poderiam fechar em volta da obra”, afirma Nair Saraiva, que também mora no bairro, próximo à obra abandonada. “Essa é uma obra boa para a população. As pessoas precisam dela, mas a construção tem que terminar logo”, comenta. A nogueirense explica que não tem filhos pequenos, entretanto se preocupa com os netos e com as crianças da vizinhança.

De acordo com Nair, que reside há dez anos no bairro, alguns vereadores já visitaram a região, e os moradores comentaram sobre os perigos da obra parada. No entanto, até o momento, nada foi feito. “Eles disseram que iam ver isso, entrar com um pedido para fechar o entorno da construção”, relembra.

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Celso dos Santos é outro morador das redondezas que se preocupa com os riscos que a obra apresenta para a população. “É uma obra aberta. Um bandido pode entrar e se esconder aí facilmente”, adverte. Ele destaca que o ponto fica bem próximo à via de acesso ao Bairro São João dos Pinheiros (Minha Casa Minha Vida), que possui grande fluxo de pedestres e pouca iluminação.

“Eu mesmo prefiro não andar aqui de noite, mas, para quem anda, fica muito perigoso”, comenta. Segundo ele, as pessoas mal-intencionadas podem ficar escondidas nos cômodos da obra e atacar pessoas que passam pelo local.

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Prefeitura

De acordo com o secretário de Planejamento, Obras e Serviços municipais Adauri de Camargo, “o Cras está dependendo da aprovação da Caixa Econômica Federal para conseguir a liberação de uma licitação”. Segundo ele, foi feita a reprogramação do que falta realizar na obra e todos os documentos estão à espera da autorização da Caixa. Após o consentimento da instituição financeira, o Departamento de Compras fará um edital a fim de abrir nova licitação para dar continuidade à construção.

Quanto a segurança da obra, o secretário afirmou que a obrigação cabe a empresa que vence a licitação. “A partir do momento que o empreiteiro entregar o prédio construído, aí a Prefeitura deve zelar pela segurança”, disse.

Até o momento, não há prazo de entrega das obras.

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