06/05/2011

Aposentado coleciona abelhas em Artur Nogueira

Advogado aposentado coleciona mais de 20 espécies de abelhas em sua própria casa

Wanderson Isac

Dedicação, paciência e muita ousadia não faltam na pessoa de Hermelindo Sandri, um senhor, natural de Agudos-SP, que vive em Artur Nogueira e leva uma vida aparentemente normal para um advogado aposentado.

Mas só aparentemente. A maior parte de seu tempo é gasto com estudos, cuidados e experiências com a sua coleção de abelhas vivas que possui no jardim de sua casa.

Pode parecer estranho, mas são cerca de vinte e duas espécies de abelhas que colecionador possui em seu apiário. Apesar de já ter tido abelhas com ferrão, com o tempo decidiu se limitar a apenas abelhas que não possuem ferrão e fazem uso de outras técnicas para afugentar quem as ameaça.

Ele afirma que sua coleção já chegou a ter mais de trinta espécies, mas devido alguns problemas decidiu diminuir.

Quando questionado sobre esse gosto, considerado por ele um hobby, é possível perceber que isso já é de gerações e que começou muito cedo. Ele lembra quando sua mãe, bem próximo de seus 15 anos de idade, lhe ensinou a controlar abelhas de ferrão, técnica que ela aprendera com o pai que tinha sido apicultor.

Hoje, aos 78 anos de idade e já com o vasto conhecimento que tem na área, o aposentado ressalta que todo conhecimento que possui, foi de fato, resultado de cerca de 60 anos de dedicação e estudos na prática com as abelhas. Atualmente, Dr. Hermelindo dedica maior parte de seu tempo estudando e fazendo diversos tipos de experiências com os insetos. Ele diz que como não encontrou ninguém que gostasse tanto de abelhas como ele, resolveu estudar sozinho e aprender vendo as coisas acontecerem.

Perguntado sobre descobertas, ele afirma que foram inúmeras, mas uma se destaca entre as demais. Teve um momento que ele queria saber se a abelha tinha noção de dia e de noite. Para tanto fez uma experiência. A noite chegou e ele pegou uma de suas coméias que são colocadas em caixinhas que variam de acordo com o tipo de abelha, levou para um quarto, que já estava todo vedado e pôs dentro do guarda-roupa, em seguida tomou todos os cuidados para não entrar claridade quando a manhã do dia seguinte chegasse. Às dez horas do outro dia ele usou a seguinte lógica: se as abelhas estiverem do lado de fora da coméia, significa que elas têm noção do dia e que naquele horário elas tinham que estar trabalhando, mesmo encontrando-se em local com total ausência de luz. Para sua surpresa, ao abrir o guarda-roupa todas elas estavam do lado de fora chegando assim no resultado de sua experiência.

O colecionador está tão acostumado com as abelhas que já sabe distinguir alguns tipos apenas pelo som produzido pelas asas do inseto. Mas ele fala que para chegar a esse ponto é preciso muito empenho e acima de tudo muito gosto pelo o que faz. Como não teve cursos na área, os nomes que sabe são de origem indígena, pois seu apiário começou em uma fazenda e os moradores próximos lhe ensinavam.

Quando se fala em apiário, se pensa em mel e consequentemente em fins lucrativos. Esse é diferente, é uma coleção que é cuidada e estudada a fim obter mais satisfação própria e mais conhecimento. O apicultor diz que já aprendeu muito com as abelhas e se sente satisfeito com o que faz. E falando em satisfação, ele conclui: “Tudo isso é simplesmente apaixonante”.



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