05/09/2020

Moradores de bairro em Artur Nogueira dizem estar esquecidos pelo Saean

Documentação para o Saean já foi entregue no setor de água da cidade, dizem os moradores


Da redação

Às margens da rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), se encontra o bairro Recanto Primavera. No local moram aproximadamente 40 famílias que passam por um problema que se tornou crônico: a água.

Para que se tenha água em todas as chácaras, na época da construção do bairro, foi também perfurado um poço artesiano e construído uma caixa d´água para os moradores, porém este reservatório não é suficiente para abastecer a todos.

O chegar de água nas propriedades do bairro depende de uma pessoa. Um dos moradores mais antigos do local é quem fica responsável pela manutenção e todo o trabalho de monitorar a água do poço.

Quando a bomba necessita de reparos ou manutenção, é feito uma coleta financeira entre os moradores para que se faça o conserto. Que também é feito por este morador de forma voluntária, seja o horário que for.


Moradores do bairro contam que em época de estiagem, o poço fica com uma vazão de água bem baixo, nisso os moradores fazem rodízio do uso de água fechando o registro do reservatório em três dias da semana.

A vendedora Lucimara Machado de Lima é uma das mais antigas moradoras do bairro. Para que ela tenha sempre água em sua casa, foi necessário improvisar. A vendedora possui quatro grandes recipientes para armazenar a água, assim consegue cozinhar, beber e realizar a higiene pessoal em dias em que a água fica escassa no local.

Ela e seu esposo fizeram um sistema de bomba para que a água das caixas d´água que fica em sua área de serviço seja bombeada para a caixa superior e assim utilizar com mais conforto. “É mais do que necessário a Saean dar uma ajuda aqui para nós”, pede Lucimara.


Para a vendedora, é de extrema necessidade que o Saean seja o responsável pela distribuição de água do bairro, que é considerado urbano pela Prefeitura já que os moradores pagam Imposto Predial e Territorial Urbano, IPTU.

“É primordial. É o que mais precisamos que eles vejam a questão da água. A água nós não conseguimos ficar sem. Com iluminação, eletricidade, não temos problemas, mas com a água…”.

Outra moradora, a dona de casa Monique Martins, diz que há 2 anos o problema com a água piorou e que, em seu caso se agrava por ter crianças e idosos em sua residência.

Para ela, muitas pessoas recorrem à compra de água por caminhões-pipa. Isso encarece ainda mais, mas é a única opção para dias de estiagem.

“Para a gente pegar um caminhão-pipa nós temos que pagar pelo caminhão [frete] e com água, fica muito caro. E muitos não querem nos ajudar a pagar”, diz Monique.


Os moradores do local entraram com um pedido à Prefeitura de Artur Nogueira para que a autarquia pública Saean pudesse ser a responsável pela água no local. Pois eles dizem que assim seria mais fácil para eventuais reparos.

“A Saean não quer assumir o poço. O loteador já protocolou a liberação para eles estarem assumindo e eles não assumem a responsabilidade do poço”, diz o morador Ítalo Bonomi Alves, que alega estar com a documentação toda regular para que a Saean assuma a água do local.

Ítalo é um dos moradores do Recanto Primavera e em conjunto com outros moradores sempre estão a procura de respostas do Saean para a não responsabilidade sobre o local. O comerciante diz que toda a documentação necessária para que o Saean assuma a água do local está pronta, visto que a própria Prefeitura de Artur Nogueira já liberou o bairro.

“Com a documentação o bairro já está todo legalizado. A  documentação já está lá com o Saean”, alega Ítalo.


Há seis meses, conta o comerciante, foi dada entrada na documentação da área no Saean. Antes disso, a autarquia nogueirense disse que a documentação estava incompleta, fazendo aos moradores e o loteador trabalhar na anexação de todo material.

A Saean, através da comunicação da Prefeitura de Artur Nogueira alega que “O SAEAN informa que este loteamento, quando feito, não teve nenhuma diretriz emitida pela Autarquia e por esse motivo o bairro não foi recebido até o momento.
Atualmente existe um processo em análise dentro da Autarquia, afim de se verificar a situação do abastecimento do bairro.
Caso a Autarquia venha a receber o bairro, após a devida análise do processo, toda a infraestrutura tem que estar de acordo com as normas do SAEAN”, diz a nota na íntegra.

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