17/02/2013

Dez anos da morte de Attílio Arrivabene

Paulo Holdorf No último sábado (16) completou dez anos da morte de Attílio Arrivabene. Mais do que um funcionário público, ele foi considerado um “Cidadão Nogueirense”. Attílio Arrivabene, um homem simples, trabalhador e muito bem educado, que fez parte da história do município de Artur Nogueira. Filho de italianos que migraram para o Brasil a […]

Atílio Arrivabene

Paulo Holdorf

No último sábado (16) completou dez anos da morte de Attílio Arrivabene. Mais do que um funcionário público, ele foi considerado um “Cidadão Nogueirense”. Attílio Arrivabene, um homem simples, trabalhador e muito bem educado, que fez parte da história do município de Artur Nogueira.

Filho de italianos que migraram para o Brasil a mais de um século, Lourenço Arrivabene e Albina Pietrobon, tiveram Attílio no dia 13 de abril de 1905. Agricultores, ensinaram o filho a cultivar o mesmo caminho.

Aos 22 anos de idade, em 1927, casou-se com Maria Olívia Furin e teve sete filhos, sendo um deles adotivo: Jurandir, Arinda, Horácio, Hildério, Juracy Tereza, Fioravante Tolim e Atílio Arrivabene Júnior. Este último seguiu os caminhos do pai e fez carreira na política, se tornando o sétimo prefeito de Artur Nogueira em 1972.

Quando Artur Nogueira estava para virar município, Attílio foi chamado para fazer parte da Comissão de Emancipação. Percorreu todos os bairros à pé, de bicicleta e algumas vezes à cavalo, recolhendo assinaturas com o objetivo de conseguir o plebiscito. Batalhador, foi o primeiro funcionário da Prefeitura Municipal, junto a administração do prefeito Severino Tagliari, em 1949.

Atílio Arrivabene e Severino Tagliari

Attílio Arrivabene deixou histórias e exemplo de vida marcados nas pessoas e em sua família. Adriana Arrivabene, neta de Attílio, revela um dos exemplos que seu avô deixou. “Tem uma história que nunca vou esquecer. Houve uma vez em que ele foi para Campinas em algum evento que reunia funcionários de várias prefeituras. Na hora do almoço todos estavam comendo, menos ele. Chegaram para ele e perguntaram o porquê de não estar almoçando. Attílio alegou ter dois motivos. O primeiro era pelo fato de não estar com fome e o segundo é que não existia a necessidade de gastar dinheiro público a toa. Quem estava no local tirou sarro, mas ele estava certo, o dinheiro não era dele, era do povo. Tomei essa história do meu avô como lição de vida”. Sua neta ainda lembra que se fosse necessário, ele tirava do próprio bolso para beneficiar os outros. Chegou até a emprestar dinheiro para a prefeitura comprar materiais de construção.

Amado por todos e considerado um homem de bem, foi considerado a Attílio e sua esposa um documento de Salvo-Conduto. O documento comprovava a boa índole e honestidade do cidadão.

Atílio Arrivabene e esposa

Em 1975, com 70 anos de idade, aposentou-se como Fiscal Chefe Lançador. Esteve casado por 65 anos com Maria Olívia Furin e aos 87 anos de idade, em 1992, ficou viúvo. Onze anos depois, em fevereiro de 2003, aos 97 anos, veio a falecer.

Fotos: Arquivo Pessoal

Babaçu da Praça Coreto

Attílio Arrivabene nunca gostou de inverno. O frio não lhe era agradável. Para fugir do clima viajava para casa de um de seus filhos, no Maranhão, onde passava três meses, até que o período do inverno em São Paulo passasse. Em uma das voltas para casa em Artur Nogueira, Attílio trouxe uma semente de Babaçu, uma palmeira típica do norte do Brasil. Plantou e regou, processo que levou muito tempo até se formar em uma muda.

Depois de formada, a muda foi plantada na Praça Laudo Natel (Coreto). Por várias vezes, Attílio foi visto atravessando a rua com um balde de água para regar a planta. Hoje, com mais de quatro metros de altura, o Babaçu continua em um dos pontos da praça no centro da cidade, intacto e muito bem cuidado.

Palmeira


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