02/01/2019

Líder do PSL de Artur Nogueira fala de expectativas sobre Bolsonaro

Em entrevista ao Portal Nogueirense, Allan Cristian Rosa faz um panorama sobre a próxima gestão federal e expõe opiniões pessoais sobre o que espera de Bolsonaro na presidência

Diego Faria

Allan Cristian Rosa é nascido em Artur Nogueira, tem 34 anos e, atualmente é o presidente do Partido Social Liberal (PSL) no município nogueirense. Ele teve participação desde criança na política, quando cantava o jingle de campanha do ex-prefeito Ederaldo Rossetti e sempre participou dos bastidores das eleições municipais da cidade. Foi um dos fundadores do Partido Verde (PV) em Artur Nogueira, permanecendo filiado à sigla por três anos. Posteriormente, se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), permanecendo por 10 anos filiado. Allan possui formação como técnico em Segurança do Trabalho, técnico em Meio Ambiente, graduação em Tecnologia em Gestão da Qualidade, Engenharia de Produção, pós-graduação em Engenharia em Segurança do Trabalho, mestrado na área ambiental e, atualmente, estuda pós-graduação em Administração e Gestão Pública. Nessa entrevista ao Portal Nogueirense ele fala um pouco sobre a expectativa para a gestão do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) e, também, sobre sua opinião pessoal do que os nogueirenses podem esperar do novo governo nacional.

Como você avalia a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) como presidente da República e o momento em que ela surgiu no país? Há cerca de dois anos atrás eu não teria a convicção de que a candidatura do Bolsonaro daria certo ou que seria o melhor para o Brasil. Tivemos outros grandes nomes concorrendo às eleições em 2018. Mas, de repente, Bolsonaro se lançou candidato à presidência com um engajamento muito forte pelo país. Diante de tantos casos de corrupção, com o clamor popular por mudança e, até mesmo por pedidos de intervenção militar, ele enxergou uma oportunidade nisso tudo em vir a ser candidato. Acho apenas que a candidatura de Bolsonaro chegou em um momento em que o país necessitava de mudança, em vista que o Partido dos Trabalhadores (PT) permaneceu no poder por 13 anos, sendo salutar e necessária a alternância de poder.

Você acha que o clamor por mudanças foi visível majoritariamente nas eleições ou partiu apenas de um nicho da sociedade com o intuito de ser oposição? Acho que foi um sentimento geral no país. Uma coisa que me entristece é o número de eleitores que não foram às urnas votar, também houveram muitos votos nulos e em branco. Poderíamos ter uma eleição com mais participação nacional. O voto é a nossa arma, porém, cada um decide por si. É preciso acreditar na política, apesar de toda a descrença que hoje existe no Brasil devido à corrupção, vivemos em um país democrático e torço para que essa democracia perdure em nossa sociedade.

Como você avalia o governo do Partido dos Trabalhadores nesses 13 anos de mandato? O PT é um partido popular que tem os seus pontos positivos e negativos, como todo partido em sua governabilidade, tanto no quesito nacional, quanto estadual e municipal. Era um partido opositor ao Plano Real de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994, mas por ele (PT) ter mantido a moeda e não ter tentado tocar nesse ponto econômico do país, acho que já foi positivo, mostrando inclusive que eles estavam errados quanto a essa oposição. Também acho positivo o PT ter continuado com os programas assistenciais como o Bolsa Família, por exemplo, que também foi criado durante o governo de FHC, mas extrapolaram com a popularização desses programas, pois existem pessoas que não precisavam do recurso e tiveram acesso. Talvez tenha faltado um pouco de controle e fiscalização nisso tudo. O governo em si poderia ter sido melhor em alguns pontos e eu espero que o governo de Bolsonaro faça isso, pois o nosso país carece de investimentos na Saúde, Educação, Segurança entre outras tantas áreas, além do assistencialismo.

Como ocorreu a reativação do PSL em Artur Nogueira, o nome de Bolsonaro foi uma das motivações para essa retomada? O PSL tem aproximadamente 150 filiados ao partido aqui no município atualmente, e já tivemos o Amarildo Boer eleito vereador pelo partido em 2012, que no mesmo ano, lançou o Dr. Flávio Almeida concorrendo a candidatura à Prefeitura. Mas, o PSL é um partido que estava desativado em Artur Nogueira, até que em janeiro desse ano (2018), estávamos estudando meios de reativá-lo na cidade. Coincidentemente, em meados de março, o Bolsonaro filiou-se ao partido, isso nos fortaleceu, com certeza, mas não foi ele quem motivou essa retomada, ocorreu de forma natural. Hoje temos o Luciano Bivar (PSL) como o presidente nacional do partido.

Qual a sua expectativa quanto ao mandato de Bolsonaro nesses próximos anos como presidente da República? Vai ser difícil, ou impossível, agradar a todos. Nosso país vive um momento delicado na economia, na área Social, na Segurança e na Saúde. É difícil fazer uma avaliação neste momento do que esperar do governo. No meu ponto de vista, ele fez excelentes escolhas para os ministérios com um grupo muito técnico, mas, a gente só vai sentir o resultado disso no nosso dia a dia, daqui há pelo menos seis meses. Temos agora uma ministra da Agricultura que se trata de uma engenheira agrônoma, uma pessoa ligada à área jurídica que é um jurista, então, tem tudo para dar certo. Pode ser que existam deslizes, sim, mas todos os governos presidenciais anteriores também tiveram. Acredito que ele fará um bom governo e espero que o nosso país volte à posição das grandes economias e do desenvolvimento, sem esquecer que o Brasil é riquíssimo e com potencial. Torço para que consigamos conter a corrupção presente em todos os órgãos para alcançarmos a tão esperada melhoria.

Qual o caminho para uma sociedade mais digna e um país mais justo ao seu ver? É preciso ter um governo justo, voltado para a população e suas necessidades, não através de cestas básicas ou de programas assistenciais apenas, mas com saúde acessível, educação de qualidade e o resgate da sensação de segurança para a sociedade, esses são os principais pilares. A economia é também um ponto de urgente necessidade no país. Eu vejo que, para o Brasil voltar a ser o que era, economicamente falando, não será possível isso acontecer em apenas quatro anos de governo, mas sim, ao longo de aproximadamente 10 anos. Isso é perigoso, pois a população é imediatista e espera por mudanças imediatas, mas essa “máquina” precisa de mais tempo para tomar fôlego e girar. Existe burocracia e diferentes trâmites nos órgãos públicos para tudo caminhar.

Você acredita que as oportunidades de emprego vão crescer nesse início de governo? Esse vai ser um grande desafio para o governo de Bolsonaro, temos uma média de 12 milhões de desempregados hoje no país. Umas das estratégias e meios do dinheiro circular é a geração de emprego. É preciso incentivar o setor de indústrias, o comércio e os investimentos para o Brasil, isso depende de muitos fatores e não vai acontecer em apenas alguns meses. É preciso que todos acreditem nas melhorias e no governo, pois ele agora não irá governar apenas para os que votaram nele, mas para aqueles que não votaram também ou seja 210 milhões de Brasileiros.

Você concorda com a regulamentação do porte de armas proposto pelo governo Bolsonaro? Cada um tem o seu ponto de vista. Eu sou a favor desde que o cidadão tenha preparo e condições para portar uma arma, tanto psíquicas, quanto emocionais e treinamento a nível de segurança para defender sua casa e a sua família. Não sair mostrando uma arma de fogo em público, para qualquer um no trânsito, enfim, muita gente entende essa questão do porte de armas de forma equivocada. É preciso haver fiscalização e controle quanto a isso também por parte do governo.

Podemos perceber que há o fortalecimento da bancada ruralista e um enfraquecimento de movimentos ambientais no governo Bolsonaro com a premissa de buscar crescimento econômico e mercantil para o país. Como você encara essa estratégia? Não sou totalmente favorável a isso, porque tenho parte da minha formação na área ambiental e sou defensor das causas ambientais. Porém, é muito cedo para enxergar esse impacto. Vemos, sim, um fortalecimento da bancada ruralista e a simplificação das questões ambientais diante do maior patrimônio nacional, que é a floresta amazônica. Mas eu também não vi em outros governos uma posição ativa contra o desmatamento e a extração ilegal de madeira entre tantos outros recursos naturais que temos em abundancia no Brasil. Espero que o Bolsonaro se atente a isso e veja a importância desses recursos naturais. Acho que temos muita terra, devemos cuidar da nossa mata atlântica e de nossas reservas, tanto para a preservação, quanto para o avanço de pesquisa para a cura de doenças, por exemplo, por outro lado, precisamos da pecuária e a agronomia também. Devemos produzir, mas de forma equilibrada, com o pensamento no meio ambiente. Gostaria que tudo ocorresse de forma equilibrada, respeitando as leis ambientais.

Como você acha que Artur Nogueira será beneficiada com o mandato de Bolsonaro? Hoje eu estou na posição de presidente do PSL em Artur Nogueira e temos contato direto com pessoas chaves dentro do partido, por exemplo, o major Olímpio (PSL) – eleito senador pelo Estado de São Paulo e atual Presidente Estadual do PSL, o deputado Federal eleito Junior Bozzella (PSL), o Vitão Riccomini (PSL) – segundo suplente da Assembleia Legislativa de São Paulo e Ricardo Bagnato membro da executiva Nacional do PSL. Enquanto eu estiver a frente do partido, Artur Nogueira estará em primeiro lugar no intuito de acesso aos deputados estaduais, federais, senador do partido e até mesmo ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. Penso em visitar Brasília em breve por meios próprios pensando no bem-estar do município, buscando recursos e investimentos para a cidade. Tivemos votos significativos para o PSL aqui em Artur Nogueira e existe uma grande demanda para a cidade, na área da Saúde, da Educação, da Segurança, entre outras, isso será lembrado pelo partido à Bolsonaro, com certeza.

Você encara a chegada do PSL ao poder como uma forma de inserção do partido na gestão municipal de Artur Nogueira também? Não. Quando reunimos pessoas para a reestruturação do partido aqui na cidade não havia nem mesmo a presença de Bolsonaro no partido. A estruturação do PSL em Artur Nogueira ocorreu no intuito de apoiar o Bozzella, o Riccomini e o Major Olímpio, então Bolsonaro se filiou ao partido. Pensando a longo prazo, temos sim interesse em lançar candidatos para o Legislativo do município e já temos nomes para isso, mas para o Executivo ainda é cedo. Em Artur Nogueira é preciso analisar o cenário político próximo às eleições, não tem como prever isso há longo prazo. Mas quem sabe até lá se tivermos um nome dentro do Partido podemos lançar um candidato sim ao executivo porque não? Meu desejo é que o Brasil continue sendo sempre democrático, desenvolvido, livre e justo e que todos os cidadãos e cidadãs deste nosso Brasil, aos quais peço, tenhamos sempre muita fé, muita esperança, muita confiança, muito amor, muito trabalho. E que venham tempos de abundancia ao Brasil. Um Grande Abraço a todos e um 2019 próspero a cada Nogueirense.

O diretório municipal do PSL em Artur Nogueira conta com uma atuante executiva municipal presente em várias frentes, como PSL Mulher e PSL Jovem. Além da executiva, muitos filiados já participam do dia-a-dia político e social da cidade, seja com ações ou projetos criados para o desenvolvimento de Artur Nogueira. Quem tiver interesse em conhecer mais sobre o partido basta encaminhar um e-mail para diretoriopslarturnogueira@gmail.com.

Leia também

Presidente do PSL de Artur Nogueira emite nota sobre eleição de Jair Bolsonaro

Bolsonaro, eleito presidente, é também o mais votado em Artur Nogueira

.……………………………………..

Tem uma sugestão de reportagem? Clique aqui e envie para o Portal Nogueirense.


Comentários

Não nos responsabilizamos pelos comentários feitos por nossos visitantes, sendo certo que as opiniões aqui prestadas não representam a opinião do Grupo Bússulo Comunicação Ltda.