18/07/2019

Jovem músico de Artur Nogueira completa 10 anos de Projeto Retreta

Miguel Benvenuto Matheus integra o projeto desde os quatro anos

Letícia Leme

Uma década de história com o Projeto Retreta e Corporação Musical 24 de Junho. Miguel Benvenuto Matheus tinha apenas quatro anos quando integrou a entidade. Uma bateria – presente de Edgar, pai de Miguel -, fomentou quem mais tarde se tornaria motivo de orgulho. Hoje, com 14 anos, o músico coleciona memórias e aprendizados vivenciados no Retreta.

Na época em que iniciou as aulas, alterações foram feitas no projeto. Afinal, a metodologia de musicalização infantil se difere da usada para jovens e adolescentes. Era preciso adequar o ensino ao pequeno Miguel. “Procurei então um dos nossos professores, Rodrigo Rosa, e pedi que ele iniciasse um trabalho com ele, falávamos muito a respeito de como conduzir as aulas, até porque ele foi o nosso primeiro aluno nessa idade”, conta o maestro Ricardo Michelino.

E assim cresceu Miguel: com a música sempre presente na vida. E há quem diga que muito de uma coisa só, enjoa. No entanto, o aluno nogueirense está aí para provar que quando se trata daquilo que gosta, todo tempo dedicado é válido. Quando questionado sobre o que não se vê sem fazer no futuro, ele não hesita em responder: ”tocar”.

A rotina do músico baseia-se nos estudos. O compromisso dele com o projeto não se restringe apenas às aulas, mas nas atividades do dia-a-dia. Ele conta que quando não está tocando, está produzindo músicas por meio de um programa no computador – afinal é no que ele pretende investir quando terminar o Ensino Médio. “Tem vários ‘plugis’ que você pode modificar o som, em que você faz vários sons distorcidos, onde pode pôr a percussão também lá,  minha parte favorita, e colocar outros instrumentos para fazer uma música”, explica.

Ele brinca que quando o assunto é música, não se pode ter preguiça. Miguel argumenta que quanto maior o trabalho, maior a qualidade. “Eu gosto de música eletrônica, menos Trap porque é música de preguiçoso [risos]. Porque é uma batida simples, uma melodia muito pobre e é só colocar grave. Meu estilo favorito é o Dubstep, onde a maioria dos sons são distorcidos e tem uma percussão fixa a música inteira”, revela.

Admiração

E foi essa dedicação, de sempre querer o melhor, que fez com que ele ganhasse a admiração do maestro. “Ao longo desses dez anos devo avaliar a participação do Miguel como exemplar! Ele é um jovem comprometido e extremamente talentoso, tanto que hoje ele é um importante músico da nossa Orquestra e atua inclusive como monitor, auxiliando aos demais alunos que estão ingressando, sempre com muita atenção e companheirismo com os colegas”, pontua Michelino.

Esta admiração é recíproca. Miguel enxerga Ricardo como um exemplo de determinação e grande amigo. “Ele é o tipo de pessoa que quando quer alguma coisa, faz”. Estudos comprovam que se duas pessoas são amigas por mais de dez anos, é bem provável que essa amizade seja eterna, e não há dúvidas de que esse é o desejo do jovem músico, manter a relação que cultivou com o maestro, amigos e professores que contribuem com o aprendizado dele: Rodrigo Rosa, Renan Rodrigues, Vinícius Del’Alamo, Isadora Conte e Camila Avansini.

Momentos 

Dentre tantas boas memórias colecionadas no Retreta, uma delas ainda provoca risos em Miguel. Ele relembra que em uma das apresentações da banda no Taquaral, em Campinas (SP), foi providenciado uma ‘mini bateria’ para que ele pudesse tocar. Esse gesto acolhedor, assim como tantos outros, é o que motiva a participação do jovem no projeto.

Música que transforma

Não é de se duvidar que Isabel e Edgar Matheus, pais de Miguel, tenham acertado na criação do jovem músico, visto que ele tem a admiração de muitos os que o cercam. No entanto, a música teve um papel fundamental no desenvolvimento dele, e das demais crianças, jovens e adolescentes atendidas pelo Retreta. Esta visão é defendida e explorada por Michelino em sua dissertação PROJETO RETRETA NAS ESCOLAS: estudo de um caso de educação sociomusical.

Miguel ajudando em umas das reformas realizadas na sede da Corporação

“O aprendizado musical exige o desenvolvimento de três qualidades imprescindíveis para a vida: a paciência, a disciplina e a concentração. Recomenda-se que a prática musical esteja presente desde a primeira infância para que esta possa auxiliar no desenvolvimento psicomotor e cognitivo do indivíduo. Ao ler uma partitura, a pessoa treina interpretar signos e símbolos, contribuindo para o desenvolvimento de inúmeras funções cerebrais que contribuem para a formação do pensamento lógico. Incentivar a educação musical concorre para a formação de uma geração capaz de compreender e trabalhar com esta arte, fortalecendo a cidadania e reconhecendo a arte musical como agente de transformação social, conscientizando e tornando o indivíduo um ser crítico”, disserta.

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