20/03/2024

Inspeção de Correias Transportadoras: Técnicas e Melhores Práticas

Os transportadores de correia, amplamente utilizados na indústria, podem ser classificados em diversos tipos, cada um adequado a diferentes necessidades e ambientes de trabalho

Rodrigo Barros Francisco

Assistente Técnico de Vendas e Service na Henfel

Tipos de transportador de correia

Os tipos de transportador de correia para mineração mais comuns encontrados numa mina são:

  • Correias planas: para paletes e cargas unitárias
  • Correias transportadoras côncavas: para o transporte de material a granel

Todavia, os transportadores de correia também podem ser utilizados em outras áreas industriais, bem como:

  • Indústria química: Sais, enxofre, uréia, adubos, sulfatos,
  • Indústria alimentícia – Açúcar, sal, farinha, cacau e cereais.

Equipamentos para transportador de correia côncava

Quando se procura por transportador de correia côncava, usualmente, almeja-se comprar todos os equipamentos de correia transportadora que a compõe como um todo, tais como:

  • Sensor de rotação;
  • Freio de correia transportadora;
  • Roletes para correia transportadora;
  • Cavalete com correia;
  • Suporte para roletes;
  • Borracha para correia transportadora;
  • Chaves de emergência;
  • Chaves de desalinhamento de correia;
  • Sensor de desalinhamento para correia transportadora;
  • Acoplamentos hidráulicos;
  • Raspador de correia transportadora;
  • Escovas rotativas;
  • Sensores de transbordo ou nível;
  • Desviadores pneumáticos;
  • Tripper fixo ou móvel.

Manutenção Industrial:

Para inspecionar correias transportadoras em um tempo de grande concorrência e dinamismo do mercado, é essencial entender que cada parte atrelada ao processo tem importância fundamental. E, por isso, prezar pela harmonia e o pleno funcionamento das estruturas é a garantia de que o trabalho será bem feito.

Nesse cenário, é essencial considerar a inspeção das correias transportadoras. Isso porque podemos pensar que, assim como as veias do nosso corpo, as correias transportadoras são os vasos que escoam a produção da indústria. É por meio dessas estruturas que se movem objetos dentro do ambiente da fábrica.

Seja indústria automotiva, têxtil ou alimentícia, praticamente todas as organizações fazem uso das correias transportadoras. É, de fato, um dos equipamentos mais utilizados entre todos os tipos de indústria e, exatamente por isso, será o tema deste artigo. Acompanhe e saiba como inspecionar correias transportadoras!

QUAIS AS FALHAS MAIS COMUNS EM CORREIAS TRANSPORTADORAS?

Como se trata de uma estrutura usada frequentemente, as correias transportadoras podem sofrer grande abalo no funcionamento em razão do desgaste.

Os problemas podem ser decorrentes de longos períodos de funcionamento, do tipo e peso dos objetos carregados e, claro, do seu atual estado de manutenção – sem contar a forma como é utilizada e se existe uma preocupação constante em sua conservação, por parte de todos os envolvidos no processo. Estruturas precárias tendem a apresentar problemas com maior facilidade.

Entre trepidações, ruídos e entraves, os problemas mais comuns são: falta de manutenção das estruturas, quebras constantes, dimensionamento mal calculado com base no objeto a ser transportado, falta de componentes para substituição, entre outros.

Em função de todos esses itens já mencionados, a manutenção preditiva de correias transportadoras é essencial!

A norma NBR 6678 estabelece os procedimentos para cálculos da distância mínima de transição entre regiões de carregamento e descarga de transportadores de correias. Aplicável para transportadores de correia que empregam correias de alma de tecidos/lonas e de cabo de aço.

INSPECIONAR CORREIAS TRANSPORTADORAS: COMO IDENTIFICAR PROBLEMAS COM AS CORREIAS TRANSPORTADORAS?

O mau funcionamento de uma correia é perceptível. Veja a seguir alguns indícios de que sua correia transportadora pode estar com problemas.

  • Exposição do pino ou vareta em razão do desgaste na dobradiça da corrente;
  • Problemas com engrenagem provocados pelo excesso de alongamento;
  • Desgaste na superfície da esteira, dificultando o transporte de produtos;
  • Redução de 50% na espessura das placas em comparação a uma esteira nova;
  • Quebras freqüentes;
  • Necessidade de aumentar a lubrificação para a realização do trabalho

Uma providência muito importante para identificar, com antecedência, problemas relacionados à correia, é investir no treinamento e na formação dos profissionais.

Com operadores conscientes, a percepção do defeito e a sinalização aos responsáveis acontecem num curto espaço de tempo, o que contribui para conservar o ritmo de produção do setor.

No entanto, incluir esse item no planejamento de manutenção é a estratégia mais inteligente a ser feita. Isso porque, cuidados freqüentes – mediante os critérios definidos pelos responsáveis da manutenção, vão ajudar a impedir acontecimentos graves e, como conseqüência, evitar interrupções e quebras definitivas, que onerem ainda mais o caixa da empresa e provoquem a parada dos trabalhos.

MANUTENÇÃO PREDITIVA E A INSPEÇÃO EM CORREIAS TRANSPORTADORAS

Um bem tão valioso e importante para a produção precisa ser bem cuidado. Então, atenção aos itens fundamentais para inspeção das correias transportadoras, que são:

  • Alinhamento da correia;
  • Estado da cobertura e emendas da correia;
  • Estiramento da correia;
  • Situação dos roletes, limpadores, rapadores e tambores;
  • Estado das guias de material e chutes, para evitar

O desalinhamento de correia é a alteração na linearidade da correia em seu leito, devido a problemas de projeto, manutenção e/ou montagem dos transportadores de correia, causando perda do material transportado, desgaste de componentes e da correia transportadora.

Fazendo uso de manutenção preditiva é possível, por exemplo, monitorar falhas com ultrassom na borracha, com analise de vibração prever e se anteceder em falhas de motores, redutor e rolamentos dos mancais, da frequência e temperatura nos acionamentos – entre outros componentes desse equipamento essencial.

Se você precisa realizar a manutenção ou trocar as correntes transportadoras, contate uma empresa com mão de obra especializada neste tipo de trabalho.

DEFINIÇÃO DOS COMPONENTES DO TRANSPORTADOR DE CORREIAS

Transportador de Correia é composto basicamente por Roletes, Tambores, Chutes e Guias, Tensionadores e Limpadores.

ROLETES – Roletes são um conjunto de rolos, geralmente cilíndricos e seu suporte, chamado de cavalete. Os rolos são capazes de efetuar livre rotação em torno do seu eixo e são usados para suportar e/ou guiar a correia transportadora. Normalmente dividem-se em 8 tipos:

ROLETE DE CARGA – Conjunto de rolos no qual se apoia o trecho carregado da correia transportadora e possuem corpos metálicos,

ROLETE DE RETORNO – Conjunto de rolos no qual se apoia o trecho de retorno da correia, são corpos metálicos revestidos com borracha,

ROLETE DE IMPACTO – Conjunto de rolos localizados nos pontos de carregamento destinados a absorver o choque resultante do impacto do material sobre a correia. Possuem corpos revestidos de borracha,

ROLETE AUTO-ALINHADOR – Conjunto de rolos dotados de mecanismo giratório acionado pela correia transportadora de modo a controlar o deslocamento lateral da mesma, usualmente utilizados tanto no trecho carregado (carga),

ROLETES DE TRANSIÇÃO – Conjunto de rolos localizados no trecho carregado próximo aos tambores terminais, com a possibilidade de variação do ângulo de inclinação dos rolos laterais para sustentar, guiar e auxiliar a transição da correia entre roletes e tambor. Transição: É a distância mínima a ser mantida entre o último rolete com inclinação normal no transportador e o tambor mais próximo (descarga ou retorno), com o objetivo de se evitarem tensões excessivas na correia;

ROLETE DE RETORNO COM ANÉIS – Tipo de rolete de retorno onde os rolos são constituídos de anéis de borracha, de modo a evitar o acúmulo do material no rolete e promover o desprendimento do material aderido à correia.

ROLETE ESPIRAL – Tipo de rolete de retorno onde o rolo tem forma espiral, destinado a promover o desprendimento do material aderido a correia.

ROLETE DE CATENÁRIA – Conjunto de rolos suspensos dotados de interligações articuladas entre si. Tem a vantagem de um maior abraçamento da correia, por ter mais rolos, mas de difícil manutenção.

TAMBORES – São elementos importantes num Transportador de Correias, no que tange à transmissão de potência, dobras, desvios e retorno da correia. São de forma cilíndrica e geralmente revestidos; Revestimentos – teoricamente, tanto os tambores de acionamento, como os tambores livres podem, ou não, ter revestimento, embora seja recomendável a sua utilização. O revestimento oferece como principais vantagens: aumento do coeficiente de atrito entre a correia e o tambor; os revestimentos ranhurados evitam deslizamentos da correia; evita a aderência do material ao tambor; etc.. Os tipos de revestimentos são: liso, ranhurado do tipo “espinha de peixe”, ranhurado do tipo diamante, de borracha, de pastilhas cerâmicas.

CHUTE

A função do Chute é transferir o material de forma a minimizar a degradação e permitir que o material flua suavemente, sem acúmulo ou entupimento. Teoricamente o chute perfeito deve dar ao material a mesma velocidade e sentido da correia no ponto de contato do material com a correia de recebimento. O ângulo de inclinação do chute é determinado pela natureza do material, pela velocidade de entrada e pelo comprimento e convergência do chute. Como há vários tipos de material passando no mesmo chute, devemos colocá-lo de maneira que atenda com eficiência a todos os tipos de materiais.

ESTICADORES

A principal função do esticador é garantir a tensão conveniente para o acionamento da correia, e, absorvendo as variações no comprimento da correia causadas pelas mudanças de temperatura, oscilações de carga, tempo de trabalho, etc. Tipos de Esticadores:

  • Parafusos – Tensionamento executado manualmente por meio de parafusos,
  • Molas – Com ajuste executado automaticamente pela energia potencial de
  • Gravidade – Com ajuste executado automaticamente pela energia potencial do contra – peso, podendo ser inclinado ou
  • Torre – Pode se alinhada com carrinho de esticamento ou lateral,
  • Especial – Com ajuste executado automaticamente por meio de acionamento de um equipamento eletro-mecânico ou hidráulico. Quanto mais carga maior a tensão aplicada no

SISTEMA DE LIMPEZA DA CORREIA

Os dispositivos de limpeza da correia destinam-se a limpeza de superfície, evitando o retorno da mesma com material impregnado sobre os roletes. Daí a necessidade de limpeza da correia, para evitar o acúmulo de material nos componentes vitais do transportador de correia; entre a correia e os tambores de acionamento, desvio e traseiro; sobre a estrutura metálica da mesma e em outros pontos, podendo causar sérios prejuízos, como rolos travados, desgaste nas coberturas dos tambores, desalinhamento da correia, podendo diminuir a vida útil da correia.

ENGº DE PRODUÇÃO MECÂNICA –  JOSÉ S. SPADA

PRESIDENTE AEAN

ASSOCIAÇÃO DE ARQUITETOS, ENGENHEIROS E AGRÔNOMOS DE ARTUR NOGUEIRA


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