06/10/2016

Greve dos bancários completa um mês e prejudica moradores de Artur Nogueira

Paralisação é a maior desde 2004 e atinge metade das agências do município.

Da redação

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A greve nacional dos bancários, que paralisou metade das agências em Artur Nogueira, chega ao 31° dia nesta quinta-feira (06). A categoria reivindica reajuste salarial de 14,78%, incluindo a reposição inflacionária anual de 5%. A decisão foi tomada no início de setembro em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região. A paralisação é a maior desde 2004.

No dia 6 de setembro, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal de Artur Nogueira paralisaram as atividades, o que corresponde à metade das agências bancárias do município (duas do BB e uma da Caixa), mas os serviços em caixas eletrônicos seguem funcionando normalmente. Já os bancos Bradesco, Itaú e Santander, que formam as outras três agências da cidade, afirmam que não vão parar os serviços.

Ao todo, mais de 130 sindicatos em território nacional aprovaram a greve por tempo indeterminado. A categoria rejeitou a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancários (Fenaban) de reajuste salarial de 6,5% mais abono de R$ 3 mil e outras duas propostas que foram apresentadas após o início da greve, nos dias 9 e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram rejeitadas pelos bancários, que decidiram manter a greve por tempo indeterminado. No primeiro dia de paralisação, o Sindicato dos Bancários realizou uma assembleia organizativa, na sede em Campinas onde acertou os últimos detalhes referente à greve. O sindicato explica que até o momento não há indícios de novas negociações.

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Em Artur Nogueira, agências da Caixa e Banco do Brasil aderiram à greve

Na época do início da greve, a presidente do Sindicato Ana Stela afirmou que a falta de reajuste é um desrespeito com os profissionais da área, já que, segundo ela, os bancos não sofreram com o atual momento econômico do país. “Mesmo numa economia em recessão, a rentabilidade dos Bancos permanece alta. No primeiro semestre de 2016, o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) totalizou R$ 29,7 bilhões”, declarou.

Em Artur Nogueira, moradores sentem os efeitos da greve no cotidiano, como Bruno Avansini, de 31 anos, que trabalha em uma empresa de correias. Mayara, esposa de Bruno, conta que o marido não consegue sacar o pagamento de dois meses de trabalho. “Se não fossem os patrões dele entregarem o dinheiro na mão, estaríamos sem pagar o aluguel e com a mesa vazia”, conta. Marcos Santiago também não consegue sacar o salário há dois meses por precisa de um novo cartão, que não consegue retirar devido à greve. “É complicado, o mais chato é que não tem ninguém que explica a situação para você, ficamos sem saber como agir”.

Situação mais delicada ainda é de Anna Claudya, de 28 anos, desempregada desde o mês passado e que não consegue sacar o Fundo de Garantia. “Quando fui sacar a primeira vez, não consegui por irregularidade no meu Programa Integração Social (PIS) e eu precisava ir até a Caixa para regularizar. Foi aí que começou a greve, o que me deixou sem dinheiro algum”, conta, explicando que não sabe como irá pagar o aluguel deste mês. “Fora o aluguel eu tenho muitos outros gastos por ser mãe de um filho especial. “O negócio é continuar procurando emprego, não podemos parar”, conclui.

Os eixos centrais da Campanha Nacional 2016 são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real (totalizando 14,78% de reajuste), valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora. Uma nova reunião de negociação foi agendada para esta quarta-feira, em São Paulo/SP, que pode definir o próximo capítulo das paralisações.


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