06/11/2014

Fumaça gera onda de reclamações em Artur Nogueira

Moradores reclamam da fumaça vinda há uma semana de um incêndio no depósito público de entulho

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Desde a última quinta-feira (30) moradores do bairro Sítio Novo em Artur Nogueira têm passado dias difíceis com a fumaça que se forma em um incêndio no depósito de entulhos da Prefeitura, localizado atrás da Garagem Municipal. Segundo alguns residentes da área, durante a noite a fumaça fica mais intensa comprometendo o descanso. Ardência nos olhos, boca seca e dificuldades de respiração são os sintomas mais relatados por eles.

Durante o final de semana a fumaça também atrapalhou a partida do Campeonato Veterano de Futebol organizado pela Secretaria Municipal de Esportes no campo de futebol da Rubro Negra. Na tarde desta quarta-feira (05) a fumaça ainda permanecia no campo e em outros pontos da região.

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Apesar do problema ainda não ter afetado diretamente o funcionamento da Aidan (Assistência aos Idosos Desamparados de Artur Nogueira), a assistente social da entidade, Elenice Pires, relata que os residentes estavam no pátio no momento em que a fumaça começou a aparecer pelo local, interrompendo o período de lazer dos idosos na área externa. Caso o problema persista, Elenice acredita que a Aidan terá de realocar os residentes, evitando maiores danos à saúde dos mesmos.

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A aposentada, Maria de Lurdes Toniolo Juliete, de 73 anos, mora há quase 50 anos no bairro Sítio Novo. Ela afirma já ter visto em outras ocasiões a fumaça no depósito, no entanto essa semana foi a pior desde que foi morar na região. “De vez em quando tem, mas hoje foi pior”. Dona Maria de Lurdes reclama principalmente do período da noite, quando a fumaça fica mais intensa trazendo dificuldades até para respirar. “No meu quarto tenho colocado panos molhados e água, porque com a seca já está difícil e agora com essa fumaça então.”

Os moradores também têm tido dificuldades de permanecer em suas casas quando a fumaça se intensifica. A engenheira de produção Graziela Vanessa Santana diz que ela e sua família, incluindo a avó, de 80 anos, estão enfrentando muitas dificuldades durante a noite, para dormir, e sequer conseguem ficar em casa durante o dia. “Hoje de manhã estava insuportável, ninguém conseguia ficar aqui. Além de arder os olhos, a gente não consegue respirar, e com esta garoa parece que a fumaça fica mais forte ainda”, ressalta a moradora.

A arquiteta Alessandra Strassa conta que ela e o filho passaram mal e tiveram até crise de renite. Este domingo os dois tiveram de passar fora de casa devido à grande quantidade de fumaça que insistia em se projetar em direção a residência. “Meu filho passou muito mal e vomitou”, relata a moradora. Em processo de desenvolvimento de sua dissertação de mestrado, a arquiteta tem as noites para estudar e elaborar o material, no entanto, a fumaça já não lhe permite se concentrar, causando transtornos para a mestranda.

A Prefeitura Municipal informou através de nota que o fogo no local não é intencional, nem criminoso, e que ele surgiu naturalmente em razão ao clima seco decorrente do longo período sem chuvas. Ainda de acordo com o governo, o maior problema é que boa parte do fogo está abaixo dos entulhos, o que dificulta o trabalho para conter os focos.

Em setembro de 2011 aconteceu um caso parecido no local. Na ocasião, a fumaça foi tão intensa que os idosos residentes da Aidan precisaram ser transferidos, boa parte, para o Hospital Bom Samaritano. Clique aqui e relembre o caso.

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