Fraldas, preservativos e absorventes são encontrados em nascente de Artur Nogueira
Segundo denunciantes, o descaso do Poder Público causa revolta; Saean solicita conscientização quanto ao descarte correto de resíduos
Da redação
Uma área verde localizada nas proximidades do Residencial Minha Casa Minha Vida tem ganhado uma atenção diferenciada dos moradores de Artur Nogueira. Um grande volume de dejetos, como fraldas, guardanapos, toalhas de mesa, panos de estopa, preservativos, absorventes íntimos, entre outros, tem gerado o entupimento da tubulação do bairro. Assim, o esgoto advindo das ‘casinhas’ acaba escoando em um local que é de preservação ambiental e possui nascente. Como consequência, a situação tem gerado mau cheiro e contaminação na água.
Segundo os reclamantes, o descaso do Poder Público com relação à proteção do meio ambiente e o bem-estar da população causa revolta. Em contrapartida, o Serviço de Água e Esgoto de Artur Nogueira (Saean) solicita aos moradores a conscientização quanto ao descarte correto de resíduos.
A nascente está localizada próxima ao que era conhecido antigamente como ‘Tanque do Zico’. Nos meados dos anos 80, o local privado era frequentado por inúmeros moradores já que ali existia um parque de lazer com piscina. Porém, após o falecimento do proprietário do local, o ambiente ficou abandonado.
O Residencial Minha Casa Minha Vida foi finalizado em 2016 e abrigou mais de 600 famílias. No entanto, ninguém imaginava que a posterior área de preservação ambiental, próxima ao bairro, viraria um “depósito de esgoto”. Essa expressão foi utilizada por Erasmo Carlos Dias de Oliveira, morador do MCMV, enquanto expressava indignação com o cenário vivido por ele e demais vizinhos.
Oliveira conta que já entrou em contato com o Serviço de Água e Esgoto de Artur Nogueira. “Eles não dão atenção devida! Já liguei para o Saean sete vezes e nenhuma ligação deu resultado. A equipe vem e desentope ali perto da estação elevatória de esgoto e vai embora”, lamenta. O morador ressalta que a situação piora no período chuvoso. “Transborda esgoto desses boeiros daqui em época de chuva e cai tudo nas vias que dão acesso à nascente”.
O Saean – via Assessoria de Imprensa da prefeitura – confirma que as equipes de manutenção foram acionadas diversas vezes mas a autarquia destaca que, ao chegar ao local, os funcionários se deparam com objetos “estranhos”, como fraldas, guardanapos, toalhas de mesa, panos de estopa, preservativos e absorventes íntimos. “Solicitamos à população a conscientização quanto ao descarte correto de resíduos”, admoesta.
Outro morador, que preferiu não se identificar, relembra que, há meses, o lugar era ponto de diversão das crianças. “Seis, sete meses atrás a garotada vinha para cá brincar. Bem que reparei que pararam de descer. Está muito sujo isso aqui”, salienta.
A grande quantidade de sacolas plásticas, pneus, lixo e entulho é nítida ao longo da corrente d’água. Em alguns trechos é possível notar, até mesmo, a presença de espuma na nascente.
O Saean diz que a estação elevatória de esgoto do Residencial MCMV foi projetada e aprovada pela Caixa Econômica Federal. “A estação encontra-se no ponto mais baixo do bairro, permitindo assim coletar o esgoto de toda a região”. Vale ressaltar ainda que os efluentes (resíduos do esgoto) da nascente em questão chegam ao ribeirão Boa Vista, conhecido como Poquinha. Fonte que é uma das captações da Estação de Tratamento de Água (ETA) 3 da cidade.
O Poder Executivo pontuou que, apesar das queixas da população, nenhum órgão realizou cobranças. “Até o presente momento, a prefeitura não foi comunicada/notificada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ou pelo Ministério público (MP)”.
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