Família nogueirense leva tradição artesanal à Expoflora
Andreia e os filhos Vitória e Henrique confeccionam Kokedamas, Mandalas e Macramê, e estão com suas obras expostas no espaço ‘Refúgio da Artista’, na Mostra de Paisagismo
Raquel Santana
A 41ª edição da Expoflora, em Holambra, está sendo palco de talentos artísticos de uma família de Artur Nogueira. Andreia Pereira Campanha, 49 anos, funcionária pública, e seus filhos, Vitória, 22, e Henrique Pereira Campanha, 19, ambos artesãos, estão expondo suas obras na Mostra de Paisagismo, no espaço “Recanto da Artista”. Moradores do bairro Jardim das Orquídeas, eles se dedicam a três tipos de artesanato: Kokedamas, Mandalas e Macramê.
A tradição artística da família começou com Andreia, que se envolveu com o Kokedama ainda na juventude. A técnica japonesa, que significa “bola de musgo”, envolve as raízes de plantas em uma mistura de terra, musgo e fibra de coco. “O Kokedama me ajudou a superar a depressão pós-parto e se tornou uma parte fundamental da minha vida”, revela Andreia. Aprendida dentro de sua religião, Andreia conta que a técnica hoje é uma forma de transmitir equilíbrio e cura. “Para mim, a arte tem uma missão a cumprir, incentivar a eliminação dos males da mente humana, bem como transmitir um meio onde todas possam conquistar sentimentos mais nobres”, explica.
Para Vitória, o interesse por arte começou cedo, aos 10 anos, quando foi matriculada na ONG “Casa do Caminho”, em Artur Nogueira. Mas foi na pandemia que as Mandalas em crochê surgiram como uma paixão. “As mandalas em crochê representam a cura. Quando estou criando me sinto conectada com minha própria essência. Através delas, vejo a beleza que há na existência do universo. Tudo está em completa harmonia e as mndalas trazem justamente este equilíbrio”, conta a artesã.
Henrique, por sua vez, se encontrou na arte do Macramê, uma técnica milenar de tecer à mão. “Desde criança eu gostava de desenhar, mas o macramê entrou na minha vida quando minha mãe pediu para fazer um suporte de plantas. A partir daí, fui me aperfeiçoando”, diz o jovem artesão. Para ele, o Macramê é mais do que uma técnica; é um processo terapêutico. “Eu busco transmitir aconchego, admiração em processos manuais, alegria, satisfação, amor e presença”.
Unidos pela arte, Andreia, Vitória e Henrique acreditam que esse trabalho os aproximou ainda mais. “A arte foi uma ferramenta poderosa para nos aproximar, criando momentos de conexão e expressão conjunta”, afirmam.
A família está pela segunda vez na Expoflora, e o evento tem um significado especial para eles. “Uma experiência incrível e um sentimento de gratidão e alegria por transmitirmos o belo através da arte para o maior número possível de pessoas”, destacam.
Refúgio da Artista
O espaço “Refúgio da Artista”, onde as obras da família estão expostas, foi idealizado por Camila Terosi, designer de interiores, Patrícia Terosi, artista plástica e designer de interiores, e Karin Grosso, paisagista. Para contar a história do local, o trio idealizou uma personagem; a ‘artista’, que ilustra o conceito pensado pelas profissionais de desenvolver um ambiente inspirador para que essa artista possa produzir suas obras e, ao mesmo tempo, utilizar suas criações como parte da decoração.
A proposta busca trabalhar com peças artesanais e sustentáveis, como móveis de vime e triconal, fabricados à mão. “Temos uma lareira com um aparador feito por artesãos, pessoas que trabalham aqui na região, e as luminárias que a gente usou também foram feitas à mão”, conta Terosi. O espaço também inclui itens reciclados, como garrafas pintadas e decoradas com macramê.
Por isso, as artes da família Campanha foram incorporadas na decoração. O painel de macramê de Henrique, as mandalas em crochê de Vitória e as Kokedamas de Andreia complementam o ambiente, agregando beleza e autenticidade.
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