24/11/2017

Família de jovem baleado em Artur Nogueira alerta sobre pedidos falsos de arrecadação

Segundo mãe do rapaz, mentiras foram publicadas na internet sobre a condição da família, além de um pedido indevido de ajuda ter sido postado numa rede social

Da redação

A família de Rafael Ferreira Moreno, jovem que ficou paraplégico após ser alvejado com sete tiros em Artur Nogueira, tem recebido muito apoio de amigos, parentes e moradores do município. A solidariedade das pessoas, no entanto, não tem impedido que indivíduos mal-intencionados tentem se aproveitar da situação. Segundo Maria do Socorro, mãe de Rafael, foram publicadas na internet mentiras sobre a condição da família, além de um pedido indevido de ajuda ter sido postado numa rede social.

A senhora de 66 anos não esconde o drama que a família passa depois de tudo o que aconteceu. Ela teve que deixar de trabalhar para se dedicar em tempo integral ao filho, que depende de toda atenção dela. Já o marido, Antônio, trabalha como motorista para sanar as despesas do lar. Mesmo com a situação, ela encontra forças na fé e no apoio de parentes, amigos e demais moradores que os procuram para oferecer uma palavra amiga.

Há poucos dias, porém, ela soube que uma pessoa havia publicado um pedido de doações indevidamente por meio de uma rede social na internet, a fim de se beneficiar com o problema enfrentado por Rafael. Por isso, ela pede para que nenhuma pessoa oferte nenhum tipo de doação ou ajuda a terceiros, nem mesmo acredite em nada do que não seja divulgado pela família.

“Teve uma publicação feita na internet pedindo arrecadação de dinheiro e comida para nós, com a afirmação de que estávamos até mesmo passando fome. Isso não é verdade, Deus nunca desampara um filho. Muitas pessoas estão nos ajudando, de boa vontade, e somos muito gratos a todos claro, mas quero fazer um alerta. Se alguém pedir doações em nosso nome, não façam, pois estão querendo se beneficiar com isso”, alerta Maria.

Solidariedade

Apesar disso, a solidariedade e as demostrações de apoio da população têm contribuído para que a família enfrente os desafios que a nova condição de Rafael impõe. Depois de permanecer internado por cerca de 15 dias no Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), Rafael retornou para casa no início deste mês com o diagnóstico médico de que permanecerá paraplégico.

O ataque sofrido com uma arma calibre 22 ocorreu na noite de 16 de outubro, no Parque Itamaraty. A principal suspeita é que o delito tenha sido motivado por questões passionais; já o indivíduo investigado de ter promovido o delito, continua foragido.

Apesar da situação difícil, Rafael se mostra otimista com o tratamento e feliz por estar de volta ao convívio da família. Ele está passando por sessões de fisioterapia em casa e aguarda por novos retornos ao Hospital da Unicamp, onde recebe o tratamento pós-cirúrgico. Um dos projéteis que o atingiram ainda está alojado na coluna cervical. A maior queixa dele são as dores que o incomodam à noite.

Muitas vezes, Rafael sente bastante desconforto, precisando ser auxiliado pela mãe para poder mudar de posição e continuar  a dormir. Um colchão mais adequado está para ser entregue na casa, o que irá contribuir para o conforto do jovem.

Maria, Rafael e os demais familiares estão muito agradecidos por tudo o que as pessoas têm feito em prol deles,  através de um auxílio ou em uma conversa positiva. Todo gesto de amizade tem fortalecido a família, que passa por um momento de “provação”, como Maria mesmo se refere.

As colaborações feitas os auxiliaram bastante, incluindo na instalação de um ventilador de teto e até mesmo na construção de um banheiro adaptado mais próximo ao quarto de Rafael, para que o jovem possa ter mais mobilidade na hora de tomar banho, por exemplo. Os materiais para a construção foram doados através da parceria de alguns moradores, e a mão de obra foi oferecida gratuitamente por uma construtora do município.

A munícipe Shirley Batista, de 45 anos, esteve à frente da recolta para a compra dos matérias para a construção do novo cômodo. Ajudar a família de Rafael em um momento tão difícil tem sido uma mistura de sentimentos para ela. “Eu entrei em contato com amigos e colegas de trabalho, e, com as doações, conseguimos comprar todo o material para a construção do banheiro que o Rafael estava precisando, inclusive revestimentos e pisos”, conta.

“Também entrei em contato com o responsável de uma construtora da cidade, que se dispôs a oferecer toda a mão de obra para o serviço. Para mim é uma satisfação muito grande em poder ajudar; esse caso mexeu muito comigo. Sei que não posso sanar essa dor que eles estão sentindo, mas fico grata em levar um pouco de apoio a eles”, comenta.

O tratamento de Rafael está apenas no começo, mas, se depender da força de vontade do jovem, as melhoras vão ser alcançadas dia a dia. Ele terá retornos periódicos ao Hospital da Unicamp. O quadro de médicos que cuida do caso dele estuda a possibilidade da remoção do projétil que ainda está alojado na coluna, mas tudo deve ser analisado com cautela para que o procedimento não resulte em outras sequelas.

Já o suspeito de ter atirado contra Rafael continua foragido. A Polícia Civil afirma que o rapaz está fora de Artur Nogueira, o que dificulta o trabalho de investigação. À medida em que novas pistas sobre o paradeiro do suspeito surgirem, as buscas também prosseguirão. Já a família de Rafael pretende solicitar apoio do Ministério Público para que a investigação ganhe força.

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