30/09/2019

“Falar que servimos carne estragada é uma calúnia”, diz secretária de Educação

EXCLUSIVO: Elaine Vicensotti Boer afirma que “jamais a Prefeitura serviria carne estragada aos alunos e que denúncia não tem embasamento”

Da Redação

Nesta segunda-feira (30), após denúncias a respeito da suposta carne estragada na merenda escolar, a Secretaria de Educação, juntamente com o Departamento de Nutrição, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Nogueirense para um pronunciamento oficial sobre o assunto.

Compareceram, além da secretária de Educação Elaine Vicensotti Boer; Denisar Franco, presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE); e as nutricionistas do Departamento de Nutrição do município, Kely Nunes – nutricionista, Luciana Toniolo dos Anjos – nutricionista responsável técnica; e Camila Prado – nutricionista e assessora no Departamento de Nutrição do município nogueirense.

Durante a reunião, a secretária de Educação Elaine Vicensotti Boer se pronunciou a respeito das acusações quanto a qualidade da carne oferecida na merenda escolar e ainda explicou aspectos de como funciona o fornecimento da merenda, tal como funciona a fiscalização do mesmo.

Fornecimento – Como funciona?

“A primeira coisa que queremos esclarecer é que nós estamos passando por uma fase de nova licitação. Semana passada foi a primeira entrega do novo fornecedor. Quando se faz uma licitação, é necessário fazer a amostra dos alimentos. Então, as nutricionistas elegem uma cozinheira, para que ela junto com a equipe que trouxe a amostra, façam todo o preparo para que seja averiguado se todos os produtos que vieram são bons e passarão na licitação. Foi feito isso, temos fotos e relatórios, que são encaminhados ao setor de compras, para anexarem ao processo de licitação, e realmente homologarem ou não aquela licitação”, explicou Elaine.

Em seguida, a chefe da pasta falou sobre como é desenvolvido o trabalho das cozinheiras municipais. “Bom, com a licitação homologada, o que acontece? Começam os pedidos, que foram feito aos novos fornecedores e que entregaram a mercadoria. Mas como é de costume, todas as nossas cozinheiras, desde 2017, passam por capacitações com nossas nutricionistas. Elas precisam estar preparadas não só para cozinhar bem, que já sei que elas fazem, mas para aprender e entender todo o processo de logística”, frisou.

Elaine também falou sobre o compromisso que a Secretaria de Educação tem com a qualidade dos produtos consumidos pelos alunos. “Quando assumimos a gestão em 2017, o item primordial foi zelar pela qualidade, por isso montamos uma equipe de nutrição. Tudo que chega, e não só as carnes, é fiscalizado pelas cozinheiras. É bom? Fica. Não é bom? Vai embora. Elas sempre estão em contato conosco por email ou por whatsapp”, exclamou.

Sobre as acusações, Elaine explicou o ocorrido. “Quarta-feira (25) da semana passada foi a primeira entrega deste fornecedor e realmente não veio no padrão exigido. Qual foi o procedimento? Não receber a carne. Na quinta-feira (26) trouxeram a carne de novo, para algumas das escolas o produto chegou dentro dos padrões exigidos, enquanto em outras escolas foi notado que o produto não estava bom e foi devolvido”, ressaltou Elaine Vicensotti.


“A carne não foi servida. O nosso padrão é muito claro, se não está dentro da qualidade não é servido”


 “Quando é feito uma licitação as nossas cozinheiras recebem informações e fotos a respeito do alimento que elas vão receber, elas são orientadas sobre como devem ser os padrões. Se o produto recebido não se parece com a foto e foi notado que não está em perfeitas condições, a cozinheira irá devolver, também é muito importante ressaltar que na licitação anterior nossos fornecedores também foram notificados tiveram as carnes devolvidas e tiveram que trazer outras carnes. Por que a gente não aceita produtos fora da qualidade pretendida”, disse Elaine.

“Se alguém ainda tiver dúvidas podem até até procurar os dois fornecedores e perguntar qual é a postura da Secretaria de Educação quanto a merenda que não chega em boa qualidade”, finalizou.

Conselho de Alimentação Escolar 

Denisar Franco, presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), também deu seu parecer quanto ao assunto. “O que deve ser ressaltado aqui é que em nenhum momento se forneceu alimento preparado fora da qualidade. Pois já tivemos até pão que não estava dentro da qualidade e foi devolvido. Já tivemos problemas com sacos de arroz lacrados e com a data de validade em dia, mas que não estavam adequados para uso e foram devolvidos. É um procedimento de triagem, que graças ao treinamento feito com as merendeiras, podemos ter certeza da qualidade do alimento oferecido às crianças. Nossas cozinheiras são nossos verdadeiros guardiões, que estão ali naquela ponta avaliando se os alimentos estão realmente dentro dos padrões”, reforçou a profissional.

Denisar também explicou sobre o ocorrido com a entrega. “Realmente teve um problema, não foi a primeira e provavelmente não será a última vez. Mas como de costume foi tomado as providências. Coincidiu de ser a primeira entrega desse fornecedor, o que realmente se instalou um alerta. Existe ainda o acompanhamento da sociedade civil em cada uma das escolas, que faz as visitas para verem como a comida é preparada, vistoriam o interior do almoxarifado central, a situação do almoxarifado de cada escola, a situação da instalação de cada cozinha, entre vários outros aspectos de todo esse processo”, pontuou.

“O que fica muito claro é que existe um certo desconhecimento dos nossos vereadores, e até da população, a respeito do mecanismo e do trabalho feito entre a licitação e a confecção do prato da merenda. Futuramente pretendemos fazer uma audiência pública para que seja explicado como funciona todo o processo, a fim de esclarecer essas dúvidas”, explicou Denisar Franco.

Departamento de Nutrição

Kely Nunes e Luciana Toniolo dos Anjos, nutricionistas do Departamento de Nutrição de Artur Nogueira, também se pronunciaram a respeito das denúncias feitas pelos vereadores e sobre a responsabilidade em trabalhar com a merenda escolar.

“Nós nutricionistas nos sentimos indignadas com o fato, porque em momento algum nos procuraram para esclarecimentos, e não é a primeira vez que isso acontece. A gente sempre deixa claro para a população que qualquer dúvida que ocorra, eles podem nos procurar no departamento de Nutrição da escola e podem pedir também para diretora fazer uma reunião juntamente ao Departamento de Nutrição para que essas dúvidas sejam sanadas”, comentou a profissional.

Kely também falou sobre o compromisso de todo o setor com a saúde das crianças. “Acontecem os fatos e ninguém vem falar com a gente. Nós não estamos aqui para brincar com a saúde das crianças, nós temos um Conselho de Nutrição que vem nos fiscalizar, temos nosso registro profissional no CRN (Conselho Nacional de Nutricionistas), então, trabalhamos sempre dentro das normas. Ninguém aqui levanta da cama todos os dias para ajudar a preparar mais de 15 mil refeições de qualidade para nossas crianças à toa. A atitude dos vereadores colocou nossa profissão em risco”, finalizou Kely Nunes, nutricionista no Departamento de Nutrição de Artur Nogueira.

Luciana Toniolo dos Anjos, nutricionista responsável técnica, afirmou que nunca viu um cuidado tão grande com as crianças como o que é desempenhado pela atual administração. “Já faz 15 anos que trabalho com a Prefeitura e essa é a primeira vez que estou trabalhando com a equipe que se preocupa de verdade com a merenda escolar e que está empenhada em garantir a qualidade”, conta Luciana Toniolo dos Anjos – Nutricionista responsável técnica pelo município.

Ao final da reunião, Elaine voltou a frisar sobre seu comprometimento com a alimentação dos alunos. “Quero que fique bem claro para toda a sociedade de Artur Nogueira que tudo que nós falamos aqui sobre o fato de semana passada pode ser comprovado e deve, por quem tiver alguma dúvida. Pode perguntar para qualquer cozinheira, para qualquer diretora, quais são os procedimentos que o departamento de Nutrição e a Secretaria de Educação realizam diariamente para garantir a merenda escolar”, exclamou.


“Além de secretária da Educação, sou professora da rede municipal de ensino e sou mãe de aluno. Aluno que come da merenda escolar”


Elaine também comentou sobre seu filho, que é estudante da rede municipal de ensino. “Além de secretária da Educação, sou professora da rede municipal de ensino e sou mãe de aluno. Aluno que come da merenda escolar. Além de tudo isso eu sou a mais preocupada em garantir com que todas as crianças tenham uma alimentação saudável e de qualidade. Todos os dias eu sei o que o meu filho comeu, e se está sendo com produtos de qualidade ou não, falar que servimos carne estragada é uma calúnia”, frisou.

Ao final da conversa, ainda na sala de reuniões da secretaria de educação, Elaine reforçou sobre o compromisso que tem com a alimentação. “Nós não estamos aqui com brincadeira, nós estamos aqui para trabalhar de maneira séria e da melhor maneira possível. E não é justo pessoas que não tem conhecimento do que estavam falando cheguem para atrapalhar e jogar boatos sobre o trabalho que a gente realiza. E vou avisar, se a carne vier ruim, voltará de novo ao fornecedor. Pois é este o nosso procedimento padrão; e faremos isso com a empresa fornecedora até que ela entenda a qualidade que o alimento deve ter”, finalizou Elaine Vicensotti.

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