14/01/2022

Especialista explica diferença dos sintomas entre o Covid-19, Influenza e a Dengue

“Todas podem apresentar quadros clínicos e sintomas parecidos, mas geralmente cada uma delas possui seus sintomas mais comuns, como qualquer patologia”, diz o infectologista Dr. João Paulo Grecco

Da redação

Neste começo de ano, Artur Nogueira tem enfrentado um aumento de moradores que procuram o Pronto Socorro Municipal e a tenda Covid com sintomas gripais. Se não bastasse a explosão dos casos de Covid-19, o início de 2021 também está marcado pelo vírus Influenza (gripe) e até mesmo pela dengue, comum nesta época.

Tosse, febre, dores de cabeça e no corpo são sintomas que têm confundido as pessoas devido a esses surtos. Esses sinais podem ser indicativos tanto de Covid-19, quanto de H3N2, variante do vírus influenza A e até de dengue.

Para tentar sanar as dúvidas, o Portal Nogueirense conversou com o infectologista Dr.  João Paulo Grecco, que tem Graduação em Medicina e Residência Médica em Infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP). Nesta entrevista, ele explica quais os principais sintomas de cada uma dessas doenças, se uma pessoa pode contrair as doenças ao mesmo tempo e a importância da prevenção.

Confira:

Como diferenciar os sintomas da Covid-19, da influenza e da dengue?

Todas podem apresentar quadros clínicos e sintomas parecidos, mas geralmente cada uma delas possui seus sintomas mais comuns, como qualquer patologia.

SINTOMAS MAIS COMUNS

Influenza A H1N1

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores Articulares
  • Olhos Irritados
  • Tosse seca ou com catarro

Influenza A H3N2

  • Febre alta (> 38°C)
  • Dor de cabeça e garganta
  • Espirros
  • Tosse
  • Coriza
  • Calafrios
  • Cansaço excessivo
  • Náuseas e vômitos
  • Diarréia

COVID-19

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Tosse seca persistente
  • Falta de ar
  • Dores musculares
  • Cansaço
  • Dor de garganta
  • Perda de olfato/paladar

DENGUE

  • Febre
  • Dor de cabeça (predominantemente “dor atrás dos olhos”)
  • Dores articulares
  • Irritação/coceira e manchas na pele
  • Náuseas e vômitos

Uma pessoa pode se contaminar pelas três doenças, ou pelo menos duas delas, ao mesmo tempo?

Pode sim. Infecções por mais de um vírus não são raras na nossa prática clínica. Os quadros de coinfecção se tornam mais frequentes em períodos de surtos, como esse que estamos passando atualmente.

Importante lembrar também que nós especialistas temos que ter muito cuidado ao diferenciar “coinfecção” de somente “codetecção” (possível detecção de mais de um vírus em um mesmo paciente em exames realizados em um mesmo momento). Nesse caso, falando em “codetecção”, pode ocorrer principalmente entre o Sars-CoV-2 (coronavirus causador da COVID-19) e o vírus da Influenza que acometem o sistema respiratório; podendo o paciente continuar excretando o material genético dos vírus algum tempo após a recuperação, sendo detectado pelos testes diagnósticos como o RT-PCR. Em resumo, o exame diagnóstico dá positivo para os dois vírus, mas apenas um deles está causando a doença ativa no momento do teste. Por isso, sempre gosto de dizer que tratamos o paciente como um todo, não s omente seus exames.

O que fazer neste caso?

Caso ocorra a coinfecção com alguns desses vírus, como qualquer outra coinfecção viral, o paciente deve ficar mais atento aos “sinais de alerta” de possível piora clínica, procurando imediatamente um serviço de saúde se aparecimento desses sinais, e obviamente sempre seguir as orientações e tratamentos propostos pelos profissionais de saúde. Embora isso não nos traz muita preocupação, sabemos que as crianças pequenas, idosos, pacientes em situações ou com doenças que levam a algum grau de imunodepressão, são grupos um pouco mais vulneráveis a apresentarem esses “sinais  alerta”.

Como se proteger dessas doenças?

Tanto para a COVID-19 e também para a Influenza, o distanciamento físico, usar máscaras de boa qualidade, higienizar as mãos frequentemente e preferir encontros ao ar livre ou em locais com boa circulação de ar continuam sendo as medidas de prevenção mais importantes, além obviamente, da vacinação para ambas (no caso do coronavírus, sendo primordial complementar o esquema preconizado com duas ou três doses).

Com relação a Dengue, a principal maneira de prevenir é combatendo os mosquitos transmissores. Por isso, é fundamental a conscientização de todos, de forma coletiva, para eliminar locais em que a água possa ficar acumulada, facilitando a procriação do Aedes aegypti.

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