Esgoto doméstico prejudica lagoa em Artur Nogueira

Paulo Holdorf

Uma lagoa localizada no bairro São Bento, próximo ao trevo do Itamaraty em Artur Nogueira, está sendo prejudicada há anos devido o esgoto doméstico que atinge o local. Segundo relatos de pessoas que moram em sítios próximos, milhares de peixes já morreram devido a contaminação da água.

O problema ocorre devido ao transbordamento das lagoas de decantação de esgoto do município, próximas ao Córrego Três Barras, que estão assoreadas, mas continuam recebendo parte do esgoto produzido pela população nogueirense.

A situação piora principalmente quando chove. “Todas as vezes que chove, o esgoto transborda e cai direto na lagoa. Planejávamos transformar esse lugar em um ponto turístico, mas o cheiro é tão insuportável que não tem como fazer nada”, diz o nogueirense Alduíno Tagliari.

O pai de Alduíno, Décio Tagliari, revela que ocorrem mortes de peixes pelo fato da água estar poluída. “Olha a cor da água como está, ela está sempre suja. Um tempo atrás morria muito peixe aqui, agora acontece menos, mas ainda ocorre de aparecer peixes mortos”, afirma.

A família reclama da falta de atenção por parte da Prefeitura, que não resolve o problema das lagoas de decantação. “O fedor com o cheiro de peixe morto e cheiro de esgoto está demais. Antigamente, minha mãe lavava roupa aqui, era bonito, um lugar onde podíamos nadar e pescar. Hoje, a situação é revoltante”, afirma Décio.

Segundo a Prefeitura Municipal, o esgoto apenas deixará de atingir a lagoa com a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que já deveria ter sido construída na administração passada. “Em 2010, o Governo do Estado liberou uma verba para a construção de duas ETE’s em Artur Nogueira, uma no Três Barras e outra que no bairro Stocco. Mas o prefeito anterior recusou, abrindo mão desse dinheiro. Ao contrário de Santo Antônio de Posse e Conchal, que assinaram o convênio e já estão com as ETEs prontas. No final de 2011, Artur Nogueira foi contemplada com o PAC, momento em que o prefeito deveria ter iniciado o processo licitatório, o que não ocorreu. Tenho ofícios onde a Caixa relata isso. Uma das questões que foram levadas a frente foi que a Prefeitura não tinha recurso para a contrapartida. O prefeito deixou a licitação parada, fazendo com que a proposta e a documentação tivesse o prazo vencido. Nos últimos dias do ano passado, o prefeito deu despacho tocando a licitação. Nós assumimos e já entramos em contato com a Caixa para agilizarmos o processo”, afirma o prefeito Celso Capato.

A Prefeitura acredita que, entre a abertura do processo licitatório e a contratação da empresa, as obras das duas ETEs devem iniciar em um período de 120 dias. “É um obra que já deveria ter sido feita. Faltou planejamento, competência e capacidade para ter colocado a licitação na rua e realizado essas obras. Em 2012, o prefeito ficou cuidando muito mais de política do que da cidade. Pretendo dar início às obras ainda dentro deste semestre e resolver de uma vez por todas esse problema”, conclui Capato.

 

Fotos: Gregory Pereira