10/09/2011

Wanessa Pamplona; Miss Artur Nogueira

Miss Artur Nogueira e rainha da Expo Artur fala sobre sua persistência, beleza e sobre as críticas recebidas nos últimos dias

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Alex Bússulo

Em um concurso realizado por Paulinho Munhoz há algumas semanas no Clube Floresta, essa estudante de Jornalismo, de 23 anos, conquistou o título de Miss Artur Nogueira e rainha da Expo Artur 2011.

Filha de José Aparecido e de Sonia Ramos, Wanessa tem apenas um irmão, João Victor.

Uma das características fortes desta nogueirense é a sua persistência. Participou por sete anos do mesmo concurso, sempre ficando entre as finalistas.

Leonina e com o coração ocupado (é assim que ela se refere ao relacionamento amoroso) e com uma extrema simpatia, Wanessa se prepara para o mais importante de seus desafios: competir e representar o município no concurso de Miss São Paulo, que acontece no ano que vem.

Liguei para a modelo na manhã da última terça-feira, 6, e agendamos uma conversa no final do mesmo dia em sua casa. No horário marcado, sou recebido pela Miss que, em uma conversa de quase duas horas, fala sobre sua persistência, beleza e sobre as críticas que vem recebendo nos últimos dias. Confira.

O que te motivou a não desistir do concurso? Os incentivos da família e dos meus amigos. Sempre tive apoio de pessoas especiais em minha vida. Sem eles provavelmente não teria chegado aonde cheguei. Em 2002, quando estava no primeiro ano do Ensino Médio, ganhei o concurso de Miss Munhoz, foi aí que eu conheci o Paulinho Munhoz [organizador do Miss Artur Nogueira] e ele me convidou para ir para o concurso. Em 2004, com 14 anos, participei pela primeira vez do Miss Artur Nogueira, mesmo sabendo que eu não ia ganhar…

Sabia? É o modo de falar. Eu tinha apenas 14 anos, era muito pequena. No concurso havia meninas lindíssimas, muito melhores do que eu. Eu via aquelas mulheres bonitas, mais velhas e mais experientes do que eu, o que ia imaginar? Participei porque queria saber como era. Mesmo assim eu fiquei em quarto lugar. Aí o pessoal começou a me incentivar, dizendo que eu não deveria desistir, que deveria melhorar isso ou aquilo. Um ano depois, com incentivo dos amigos e da família decidi participar novamente, fiquei em segundo e coloquei na cabeça que queria o primeiro lugar. Naquela época eu era bem diferente de hoje, usava aparelho nos dentes e sofria muito com acnes. Os jurados sempre me davam algumas dicas de como melhorar, falavam que eu tinha uma ótima passarela, mas que tinha que melhorar algumas coisas.

Como foi participar de sete concursos? De 2003 até hoje eu só não participei de dois concursos. Em 2008, não participei porque estava meio injuriada, desanimada, até mesmo com vergonha de ter tentado tantas vezes e nunca ganhado. Em 2009, o Paulinho me incentivou dizendo que eu deveria voltar e tentar novamente, eu acabei indo e fiquei em quarto lugar. Em 2010, não desfilei porque estava com dengue e quase morri. Ao mesmo tempo em que foi muito difícil porque eu realmente pensei que ia morrer, a situação me serviu como motivação em valorizar mais a vida. Depois que me curei fiquei mais disposta e decidi continuar com o meu sonho de ser Miss Artur Nogueira.

Você se sente preparara para o Miss São Paulo? Ainda falta muita coisa. Sinto-me preparada em espírito. Depois que ganhei cheguei à conclusão de que ganhei na hora certa. Neste ano, estou mais madura, mais segura, vou me dedicar inteiramente para o Miss. Minha cabeça está muito melhor…

O que falta então? Eu sofri muito com acne, fiz alguns tratamentos que resolveram meu problema, mesmo assim ficaram algumas cicatrizes que eu tenho que retirar. Algumas medidas que eu tenho que chegar, pretendo colocar prótese de silicone, me preparar no sentido estético. Psicologicamente estou pronta como nunca!

Além de Miss, você também foi eleita rainha da Expo Artur deste ano. A postura de uma Miss é diferente da de uma rainha? Eu creio que sim. A Miss exige mais postura, mais seriedade. A rainha é uma coisa mais relax, ela é rainha em época de festa, acabou o evento, acabou o reinado. A Miss só passa a coroa depois de um ano. Para eu sair de casa agora, eu tenho que me arrumar e sair como uma Miss, o título exige isso de mim. As pessoas vão falar e comentar e eu tenho que estar pronta para isso. A rainha é só no dia da festa. A Miss está comigo o tempo todo.

Diga-me um defeito seu. Eu não sei se é um defeito ou uma qualidade, mas eu falo muito, demais [risos]. Desde pequena as professoras falavam para meus pais que eu era uma ótima aluna, mas que não sabia calar a boca.

E uma qualidade. Sou muito carinhosa com as pessoas. Procuro dar muita atenção a todos que me procuram. Dou o melhor de mim. Preocupo-me com o que as pessoas estão falando de mim. Por isso procuro fazer coisas boas para elas.

Algumas pessoas criticaram a sua vitória no concurso, dizendo que você não merecia ter sido eleita. Como você lida com esses comentários? Uma das coisas que eu pude acompanhar nesses sete anos de concursos que participei é que em todos eles as pessoas criticaram as mulheres eleitas. Em todos os anos existem aqueles que falam que o concurso foi comprado, que o resultado não foi justo, falam isso e aquilo. O mais engraçado é que em quase todos eles as pessoas falavam que eu deveria ter ganhado, que eu estava melhor. Nesses sete anos eu sempre ouvi as mesmas criticas. Eu me preocupo com o que as pessoas que me conhecem falam de mim, mas não ligo quando as pessoas que mal me conhecem criticam. É chato ouvir que uma pessoa me julgue mesmo não me conhecendo.

Você ficou nervosa na passarela? Tiveram momentos que sim. Esse ano foi o ano em que eu fui mais segura na passarela, mas tive medo de perder, porque a decepção seria muito maior. Afinal, era meu sétimo concurso.

Se você não tivesse ganhado, desistiria? Acho que sim, até mesmo por causa da minha idade, para poder representar o município no Miss São Paulo não pode ter mais de 24 ou 25.

Como foram os preparativos para este concurso? Nos outros desfiles eu me preparava muito para o concurso, corria atrás de pessoas para arrumar o cabelo, o vestido, mas quando chegava no dia parece que eu não estava completa, por algum motivo não me sentia pronta. Não sei se era o estilo do cabelo ou a roupa, mas sempre ficava chateada com alguma coisa. Neste ano não. Uma coisa que ninguém sabe é que neste concurso eu mesma me produzi. Eu tinha em mente um modelo de vestido que queria de todo jeito. Queria um vestido que abrisse na passarela, que eu pudesse entrar mexendo ele e saí à procura pela região. Afinal, ninguém sabia melhor do que eu o jeito que eu queria desfilar. Eu fui mais preparada.

Beleza é tudo? Não, jamais! Eu conheço meninas lindíssimas, perfeitas de rosto e corpo, mas que eu não acho nenhuma graça, porque falta simpatia, humildade. Elas se acham tão lindas que acabam não sendo humildes. Então falta alguma coisa, algum brilho. Eu conheço pessoas que não são lindas, são arrumadas digamos assim, mas se tornam belas por serem simpáticas e humildes…

Para ser Miss, basta ser bonita ou precisa de algo a mais? Tem que ter algo a mais. Porque querendo ou não precisa de algo a mais na passarela. No concurso havia meninas mais bonitas do que eu, mas faltava alguma coisa, simpatia, desenvoltura e a elegância na passarela.

Você assistiu o último Miss São Paulo? Acompanhei pela metade, estava em um aniversário…

Entre os requisitos avaliados neste concurso está a resposta de algumas perguntas feitas às modelos. Neste ano, a apresentadora Adriana Galisteu fez uma pergunta para cada uma das cinco finalistas. Quero que você se imagine neste momento lá no Miss São Paulo e responda essas mesmas perguntas. Pode ser? Aí meu Deus… Vamos lá!

Qual lição que você aprendeu e gostaria de compartilhar com o mundo? Saber perder e ter a coragem de dar a volta por cima, ser persistente acima de tudo quando se luta por um sonho.

O que você faria se pudesse voltar no tempo e mudar a história do mundo? Pegaria Hitler e daria as palmadas que a mãe dele não soube dar nele [risos].

Como você reagiria se de um dia para o outro você perdesse toda a sua beleza? Eu acho que melhoraria outras coisas. É o mesmo que perder um dos sentidos, as pessoas procuram aguçar outras características. Se eu perdesse a minha beleza procuraria melhorar e chamar a atenção de outra forma.

Se você encontrasse um alienígena e ele quisesse destruir o planeta que argumento você usaria para salvar a Terra? Que a Terra ainda tem solução. Porque se um alienígena quer destruir o planeta é porque ele não acredita mais nas pessoas, eu tentaria convencê-lo de que nada está perdido.

Você seria capaz de fazer mal a uma pessoa para ajudar centenas? Eu procuraria ajudar essa pessoa. Você não pode passar por cima de uma pessoa para ajudar outras.

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