26/05/2012

ENTREVISTA: Júnior Barros; presidente do PV fala sobre Capelini, Câmara e Capato

“Decidimos apoiar o Celso Capato pelo perfil empreendedor que ele possui” (Júnior Barros) ……………………………………. Alex Bússulo O cenário político de Artur Nogueira está muito diferente do que muitos planejaram há alguns meses. Nomes que até então pareciam fortes na disputa acabaram saindo do palco ou agregando-se a outros partidos. João Carlos Fernandes (PSDB), Cristiano da […]


“Decidimos apoiar o Celso Capato pelo perfil empreendedor que ele possui” (Júnior Barros)

…………………………………….

Alex Bússulo

O cenário político de Artur Nogueira está muito diferente do que muitos planejaram há alguns meses. Nomes que até então pareciam fortes na disputa acabaram saindo do palco ou agregando-se a outros partidos.

João Carlos Fernandes (PSDB), Cristiano da Farmácia (PSDB), Claudinei de Sá (PT), que apontavam como cabeças para o executivo, já estão fora do cenário. Faltando cinco meses para as eleições municipais, poucos se arriscam a dizer quem disputará e como serão as possíveis coligações e apoios.

O empresário e corretor Rubens da Silva Barros Júnior, conhecido como Júnior Barros, de 35 anos, é um dos nomes que também apontavam como possíveis candidatos para o executivo, representando o Partido Verde, no qual também é presidente em Artur Nogueira.

Filho do ex-prefeito Rubinho, Júnior ingressou na vida pública em 2004, sendo eleito o vereador mais votado, com 870 votos, onde também foi eleito presidente da Câmara Municipal. Em 2008, ao lado do vice Ermes Dagrela (PSB), conquistou 4.873 votos nas eleições municipais.

Hoje, o Partido Verde, mesmo sendo o partido mais forte, em expressão de números, dentro da Câmara Municipal, muitos fazem a seguinte pergunta:

Por que o PV não terá candidato a prefeito? No início, até chegamos a pensar na possibilidade do Partido Verde ter um candidato próprio, assim como teve em 2008. Mas depois de algum tempo, quando o cenário político de Artur Nogueira começou a ser montado, notamos que seria mais fácil vencermos uma disputa se apoiássemos outro candidato. Cheguei a conversar com vários partidos, mas a decisão foi a de apoiar o pré-candidato Celso Capato, do PSD.

Dois grandes nomes não estarão na política e que foram destaques em 2008: João Carlos (PSDB) e Capelini (PT). Não teria chegado a sua hora? Veja bem, não tem o Marcelo Capelini como candidato, mas tem o apoio dele para algum candidato, que eu sinceramente não sei quem será. O João Carlos não sairá, mas deve apoiar algum candidato também. Da mesma forma, eu vou me unir a outro candidato para termos mais força e vencermos as eleições.

Como você avalia o processo eleitoral da última eleição, onde você, como candidato do PV, obteve quase cinco mil votos? Antes das eleições de 2008, eu exercia o cargo de vereador. Vivia diariamente os problemas de Artur Nogueira de maneira muito intensa e não estava satisfeito com aquela realidade. Por isso, me sentia preparado para administrar a cidade e na obrigação de trazer melhorias para Artur Nogueira. Foi quando me candidatei e, junto com o Ermes Dagrela, fui à luta. As pesquisas apontavam que estávamos no caminho certo, mas como vivemos em uma democracia, e o povo tem o direito de votar em quem acredita ser melhor e mais preparado, acabou optando por dar continuidade ao governo do Marcelo.

Como avalia o Governo Capelini? O Marcelo, até mesmo pela formação que ele tem, sendo um contador e advogado, fez um bom papel como vereador em Artur Nogueira. Eu o avalio como um bom prefeito, mas um péssimo político. Salário em dia e fornecedores com os pagamentos em dia é obrigação do prefeito. Isso não se classifica como bom, mas sim como obrigação. Reconheço que ele pegou a prefeitura em uma situação difícil e que hoje ele conseguiu reverter esse quadro. Acho que o governo dele deveria ser mais aberto, ele deveria ouvir mais as outras pessoas, os outros partidos e o próprio Partido dos Trabalhadores. Mas em um geral, ele é um bom prefeito.

Como você analisa o possível racha do PT, onde se diz que Capelini pode sair do partido e apoiar a pré-candidatura do atual secretário de Saúde, Dr. Flávio de Almeida (PSL)? Eu acredito que o PT chegou nessa situação devido as próprias atitudes do Marcelo, da maneira que ele resolveu administrar Artur Nogueira. Os vereadores vivem reclamando que tem as portas fechadas na prefeitura. Se o prefeito tivesse ouvido mais a própria base do PT, ele não teria sofrido essa derrota que sofreu com a perda do Claudinei de Sá nas prévias do partido. Agora, se de fato o Marcelo sair do PT e rachar o partido, ambos os lados ficarão enfraquecidos, dando mais chances de vitória a outro candidato.

Por que o PV decidiu apoiar o pré-candidato Celso Capato? Estamos vivendo um momento de forte crescimento em nossa região. Campinas cresceu, Paulínia cresceu, Holambra cresceu, agora chegou à vez de Artur Nogueira também crescer e se tornar destaque. Decidimos apoiar o Celso pelo perfil empreendedor que ele possui. Ele é uma pessoa de visão e vai trazer esse conceito para a nossa cidade. Já foi prefeito por três vezes em Holambra, tem forte ligação com o Governo Estadual e Federal e vai dar uma nova cara na política nogueirense.

Em reportagem recente, o vereador Silvinho Conservani (PV), disse que o Partido Verde solicitou duas Secretarias Municipais: Meio Ambiente e Agricultura, em troca do apoio a Capato. Não é muito pouco para um partido que tem hoje três vereadores na Câmara Municipal? Queremos apoiar o Celso, o que teremos em troca no futuro ainda será discutido. Se tivermos o Meio Ambiente ou a Agricultura, que é mais a nossa cara, ainda vamos conversar sobre isso. O que queremos, a princípio, é elegermos o Celso Capato. Se ele ganhar, queremos fazer parte da administração. Ajudá-lo a governar a cidade. Por enquanto não há nada definido referente a essas duas Secretarias, é claro que existe uma ideia disso, até mesmo pela ideologia do Partido Verde em estar ligado a essas questões, mas é muito cedo para fecharmos qualquer coisa.

Atualmente, mesmo sendo liderada por Helton Filipini (PV), o Partido Verde não considera ter a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Por quê? Em 2008, quando perdi as eleições, me reuni com os vereadores do partido Silvinho Conservani, Deí da Escola e Leandro Gugu e juntos decidimos que não iriamos fazer oposição simplesmente por fazer. Só porque eu havia perdido não significava que deveríamos ter uma atuação engessada dentro da Câmara. Com essa postura do PV, o Marcelo veio até nós e fez o convite para que o apoiássemos em sua administração. Ele nos disse que pretendia criar a Secretaria de Meio Ambiente e que nós, do Partido Verde, tomaríamos conta do setor. Mas isso foi em março de 2009. A Secretaria só foi criada no final do ano passado, tornando impossível a realização de projetos que tínhamos em mente em um prazo tão pequeno. Por isso, o Partido Verde não considera ter essa Secretaria. O Helton é engenheiro civil, funcionário público concursado da prefeitura. Está ocupando o cargo por competência e mérito próprio.

O PV não tentou nem ocupar a cadeira de vice de Capato? O nome em que se diz hoje para ocupar esse cargo é do vereador Zé Creme (PMDB). Desde o início das nossas conversas essa ideia vem sido colocada e a respeitada por nós. No entanto, o PV colocou a disposição do grupo político o meu nome para, se necessário, ser o vice de Celso. Eu gostaria e estaria pronto para assumir essa responsabilidade. Mas é bom deixarmos claro que independente de quem for o vice o nosso partido estará apoiando o pré-candidato. Essa decisão será tomada durante a convenção do partido que deve acontecer entre 10 e 30 do próximo mês.

Qual é o maior problema de Artur Nogueira? Entre alguns que poderia citar, acredito que já passou da hora da cidade ter um hospital, e não um Pronto-Socorro. Se eu fosse prefeito, brigaria muito a nível estadual e federal para trazer um hospital para Artur Nogueira. Além disso, temos os problemas de falta de tratamento de esgoto e a poeira derivada da falta de asfalto, que também acaba afetando a saúde dos nogueirenses. A Saúde do município melhorou, mas está longe para ficar ideal.

Vamos tocar em um assunto que para algumas pessoas ficou em aberto. No final de 2006, uma polêmica tomou conta da Câmara Municipal, onde você, como presidente da casa, decidiu trancar o prédio não permitindo a realização de uma sessão extraordinária, que o prefeito havia solicitado. O que aconteceu naquela ocasião? Como você já disse, isso aconteceu nos últimos dias de 2006, quando eu estava terminando o meu mandato como presidente da Câmara. Nesse período, estávamos aguardando um pacote de projetos que deveriam ser votados pelos vereadores. Naquela época, o prefeito demorava muito quando solicitávamos alguma resposta da prefeitura. Era complicado. Eu estava encerrando meu biênio como presidente e sabendo como era o trabalho dele fui pessoalmente até o gabinete e conversei com o prefeito. Disse que era para ele nos enviar os projetos antes do dia 15, pois a Câmara iria entrar em recesso e alguns vereadores já planejavam sair de viagem. O Marcelo falou que ia ver o que dava para ser feito e fiquei no aguardo. Como presidente da Câmara eu era o responsável por tudo lá dentro, desde documentos, chaves, computadores. Lembro-me como se fosse hoje, o recesso chegou e nada do prefeito mandar os projetos, que precisavam de, no mínimo, duas sessões para serem discutidos e aprovados, ou não. O prefeito acabou perdendo o prazo e nos enviou o pacote em um período em que já estávamos em recesso, bem lá nos dias 26, 27 de dezembro.

E não dava para realizar essa votação? Eu precisava, segundo o Regimento Interno, dar um prazo de 24 horas para os vereadores, que estavam em recesso, comparecerem na Câmara. Com isso, eu despachei um documento informando ao prefeito que não seria possível realizarmos a sessão devido o tempo que tínhamos. Mesmo assim, alguns vereadores, a pedido do prefeito, tentaram invadir a Câmara Municipal. E eu, como responsável pelo Poder Legislativo não permiti. Tudo isso que fiz estava dentro da lei e dentro do nosso próprio regimento. Fui chamado na Câmara por um funcionário de lá e informado sobre a situação. Como eu tinha a total responsabilidade dos atos que aconteciam ali, mantive o prédio fechado e fiquei com as chaves. Na época deu a maior polêmica. Deu polícia, televisão, tudo o que você pensar. Eles chamaram até chaveiros para arrombar o prédio, mas eu não deixei. Os vereadores estavam em recesso. Tudo havia sido protocolado dentro da lei. O prefeito acabou convocando alguns dos vereadores na Casa dos Conselhos e fez uma sessão extraordinária, que eu, no meu entendimento, avalio totalmente errado, pois eu ainda era o presidente e estava presente em Artur Nogueira. Ele deveria ter consultado a população, compartilhado com os vereadores antes do recesso, de forma clara e totalmente transparente com o povo, o que não aconteceu. O que fiz foi tudo dentro da lei, quem quiser é só consultar os documentos.

Para finalizarmos, o Rubinho não pretende mais disputar uma eleição? Meu pai é um homem que eu aprendi a admirar desde cedo. Quem viveu aqui na época da administração dele sabe o quanto ele foi importante para o progresso do município. É complicado eu falar por ele. Mas respondendo como filho e como alguém que o acompanha, eu acredito que ele está naquela fase de dever cumprido e não vá querer mais disputar nenhuma eleição. É claro que ele gosta de política, gosta de conversar e palpitar sobre o cenário politico, mas não acredito que ele tenha mais interesse em disputar alguma eleição.

Fotos: Renan Bússulo

Sugira as próximas entrevistas do Jornal Nogueirense. Clique.


Comentários

Não nos responsabilizamos pelos comentários feitos por nossos visitantes, sendo certo que as opiniões aqui prestadas não representam a opinião do Grupo Bússulo Comunicação Ltda.