30/01/2011

Cristiano Conde e sua história com Artur Nogueira

Cristiano Francisco Conde nasceu no dia 19 de junho de 1973 e sempre viveu em Artur Nogueira. Aos 19 anos, casou-se com a mineira Rosana Xavier Dias Conde, com quem teve dois filhos: o Richard e o Talles. Ficou conhecido em toda cidade por Cristiano da Farmácia, devido ao trabalho que executou desde os 16 anos. Entrou para a Associação Comercial em 2003, sendo eleito presidente, cargo que executa até os dias de hoje. Em 2008, se candidatou para vereador pelo PSDB, sendo eleito com quase quinhentos votos. Na entrevista desta semana conversamos com o vereador em seu escritório, no fundo de sua empresa. Cristiano falou sobre as conquistas da Acean, a missão de ser vereador e sobre as críticas ao governo municipal

Alex Bússulo

COMO COMEÇOU SUA VIDA PÚBLICA? Foi com a Associação Comercial e Empresarial de Artur Nogueira (Acean). Em 2003, o comércio não estava muito bem, faltava alguma coisa para animar as vendas, e como eu era, e continuo sendo empresário, decidi fazer uma promoção junto com outros comerciantes, o que não agradou muito a diretoria da Acean da época, chegaram até a boicotar minha ideia. O que acabou me motivando a participar ainda mais.

ENTÃO DESDE AQUELA ÉPOCA VOCÊ INCOMODAVA ALGUMAS PESSOAS? Eu entendo da seguinte maneira: qualquer um que faça alguma coisa, sempre vai incomodar alguém. Tem aquele ditado “os incomodados que se mudem” [risos]. O que estou fazendo não vai prejudicar ninguém, pelo contrário, eu gosto que critiquem, porque é sinal de que eu estou fazendo alguma coisa.

VOLTANDO AO ASSUNTO DA ACEAN… Foi um grupo de empresários associados que me incentivou a participar da associação. Decidi entrar e fui eleito presidente, cargo que exerci em 2003 e 2004. Depois atuei por dois anos, como diretor, e em 2007 assumi novamente como presidente, cargo que deixo agora em fevereiro.

EM TODOS ESSES ANOS DE ACEAN, DO QUE VOCÊ MAIS SE ORGULHA? Do respeito que a associação conquistou. De sua credibilidade. Da transparência e auto-sustentabilidade. Mas é bom lembrar que tudo isso não é apenas mérito meu, tive um grupo de pessoas que também merece os créditos desta conquista.

COMO ERA A ACEAN ANTES DE 2003? Quem vive de passado é museu, as coisas que aconteceram no passado devem servir apenas como exemplo, não é coisa pra ficar se revivendo. Quando nós pegamos a Acean, ela possuía 200 mil reais de dívida.

TUDO ISSO SÓ EM DIVIDAS? Sim, foi a soma de vários anos, relacionados aos planos de saúde, pagamento de aluguel do prédio, tinha até uma funcionária na época, que já trabalhava há mais de dez anos na entidade e que não era registrada, ou seja, a Acean que era para dar o exemplo, estava errada.

E ESSA DIVIDA FOI PAGA? Sim, no final de 2004 a Acean não devia mais nada a ninguém. Conseguimos pagar todas as contas realizando promoções e ações em parcerias com os empresários da cidade.

COMO A ENTIDADE ESTÁ NOS DIAS DE HOJE? Hoje vivemos uma realidade bem diferente da que quando pegamos. Temos sede própria, um local amplo, avaliado em mais de R$400 mil, além de todos os funcionários estarem registrados.

O QUE VOCÊ GOSTARIA QUE AINDA MELHORASSE? A participação por parte da população. Acho que os associados poderiam usufruir mais dos benefícios da Acean, conhecer mais a entidade, visitar mais, usar as salas, planos de saúde, cursos e palestras. A Acean é uma entidade representativa, sem fins lucrativos, que atualmente tem mais de 400 empresas associadas.

VAMOS MUDAR UM POUCO O ASSUNTO. VOCÊ É PAI, MARIDO, CHEFE, VEREADOR, PRESIDENTE… E também sou músico.

COMO ASSIM? Não é nada profissional, mais para músico de fundo de quintal [risos]. Toco teclado, violão e adoro cantar.

E DE TODAS ESSAS ATIVIDADES, QUAL É A MAIS DIFÍCIL? Acho que ser pai é a mais complicada. Todo homem que é pai, sabe do que eu estou falando. Ser presidente da Acean é muito fácil perto da tarefa de educar, de estar presente.

E SER VEREADOR? Por incrível que possa parecer minha resposta, ser vereador é algo decepcionante.

DECEPCIONANTE? Sim, por causa do sistema. Não estou desanimado, pelo contrário a cada dia que passa, estou com mais vontade de melhorar Artur Nogueira e trabalhar por ela, mas o cargo de vereador poderia ser mais fácil. Às vezes a gente trabalha muito, muito mesmo e mesmo assim não tem o devido reconhecimento. Trabalho 24 horas por dia. Sabe aquele emprego que você sai do serviço, chega em casa abre uma cerveja e senta na calçada conversar com os vizinho? Um vereador sério não tem tempo pra isso, nem mesmo o prefeito. Trabalhamos a todo tempo, e muitas vezes temos que abrir mão de outras coisas, é complicado.

QUAL É O MAIOR PROBLEMA DE ARTUR NOGUEIRA? Vejo dois grandes problemas: a saúde e a segurança. Nenhum é mais que o outro, a saúde apesar de ter melhorado, precisa melhorar ainda mais. O que falta, em minha opinião, é empreendedorismo. É saber fazer muito com o pouco recurso disponível. Sinto falta disso nessas áreas.

VOCÊ É UM DOS VEREADORES QUE MAIS CRITICAM O ATUAL GOVERNO… Pra falar a verdade, se eu fosse o prefeito de Artur Nogueira, eu iria gostar de ter um Cristiano no meu pé.

SERÁ? Claro. Só que eu colocaria em prática aquele velho ditado que diz que devemos manter nossos amigos por perto e nossos inimigos mais próximos ainda. Muitas vezes vejo algo que poderia ser melhorado ou que está errado mesmo, a primeira coisa que faço é requerer informações, fiscalizando, afinal de contas esta é a minha função. Mesmo assim em algumas vezes não sou ouvido, aí tenho que recorrer ao quarto poder: a mídia.

VOCÊ FAZ O QUE FAZ POR QUE DESEJA SER REELEITO? Não, não me importo em ser reeleito, sendo muito sincero mesmo. Trabalho muito pela cidade, dou o melhor que posso dar. Se as próprias pessoas não valorizarem meu trabalho, não sei o que vou fazer…

SE AS ELEIÇÕES FOSSEM HOJE VOCÊ SE CANDIDATARIA? Acho que sim, mas não me esforçaria para ser eleito. Se caso vencesse teria que ser uma consequência do meu trabalho, nada a mais.

*Assim como a entrevista do prefeito de Artur Nogueira, Marcelo Capelini (PT), publicada no início de janeiro, não será permitido comentários que contenham ofensas, palavras obscenas e/ou que sejam fakes.


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