ENTREVISTA: Claudiney Chiste fala sobre o retorno das gincanas em Artur Nogueira

“O objetivo da gincana é promover a integração” (Claudiney Chiste)

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Alex Bússulo

A criatividade deste nogueirense promete movimentar Artur Nogueira no mês de setembro. Entre os dias 13 e 28 será realizada a sexta edição da tradicional Gincana da Integração, que marcou gerações em anos passados.

Cinco equipes estarão na disputa. As veteranas Bamboocha, Catapulta e Falange e as estreantes Cuca e Pé Vermeio. Durante o mês todas enfrentarão provas culturais, esportivas, de resistências e aquelas em que apenas a sorte definirá a vencedora.

A gincana será montada no Balneário Municipal e será comandada por Claudiney Chiste. Nascido no Paraná, ele mora em Artur Nogueira desde os 4 anos de idade. Na década de 80, Chiste organizou quatro edições da Gincana da Integração. Em 2005, ele realizou com sucesso mais uma edição. Agora, preparando a sexta, ele promete agitar toda a cidade. Na entrevista desta semana, Chiste fala sobre a organização, provas e as equipes que participarão. Confira:

As gincanas sempre foram um verdadeiro sucesso em Artur Nogueira. Na década de 80 e 90 elas agitaram nogueirenses de várias idades. Em 2005, após mais de 10 anos sem serem realizadas, você uniu as equipes e trouxe de volta essa tradição. Lembro-me que o evento mobilizou toda a cidade. Mesmo com toda a repercussão positiva a gincana não continuou nos anos seguintes. Por qual motivo? Para tentar responder essa pergunta preciso voltar um pouco no tempo e contar como a gincana de 2005 foi concebida. Tudo começou no balcão de um botequim [risos]. Aliás é assim que os maiores eventos culturais acontecem. Estava eu filosofando no segundo andar do “Mais Um Bar” e olhando para as ruas completamente vazias. Foi quando pensei: o que está acontecendo com a minha cidade? Cadê aquela juventude extremamente criativa e talentosa, que fazia uma simples prova da gincana se tornar uma demonstração de criatividade, talento e trabalho em equipe? Vou atrás deles! E assim começou o ressurgimento das cinzas. Sucesso total. Porém, no final, em uma autoanálise, entendi que aquilo tinha ficado muito grande para mim e eu não tinha me preparado a altura do que estava acontecendo. Muita coisa que fiz como organizador não deveria ter feito, me culpo até hoje por isso. Na vontade de acertar errei. O resultado disso foi que eu quis dar um tempo ou para me preparar melhor ou até para que outros assumissem. O que eu não podia era queimar um movimento como aquele, melhor não fazer. Esse foi o motivo por eu dar um tempo. Agora, o porque da cidade não ter continuado já não sei dizer.

O que te motivou a liderar mais uma vez a gincana? Nesses anos que se passaram vi, ouvi e aprendi muita coisa. A principal delas é que se você foi agraciado por morar numa cidade que tem um povo amigo, repleto de talentos, cheio de garra e você tem a oportunidade de fazer com que tudo isso venha à tona, você tem a obrigação de fazer. Quem me conhece sabe o amor e o prazer que tenho em realizar a Gincana da Integração de Artur Nogueira, quando o prefeito Celso Capato me convidou não pensei duas vezes.

Como ela funcionará desta vez? Serão cinco equipes: Bamboocha, Catapulta, Cuca, Falange e Pé Vermeio, que disputarão provas culturais, esportiva-recreativas, resistências e sortes, com um certo segredo ainda [risos]. A gincana será realizada entre os dias 13 e 28 de setembro no Balneário Municipal. Haverá também luais realizados pelas equipes e um grande show promovido pela organização. Tudo para proporcionar momentos de extremo prazer e verdadeira integração. Vale lembrar que nesta edição estaremos realizando dentro da gincana uma gincana mirim, para as crianças, com o objetivo de proporcionar não só a participação delas, mas também estimular o desenvolvimento dos pilares da educação: aprender a conviver, aprender a fazer, aprender a pensar e a conhecer, aprender a ser, aprender a empreender e aprender a transcender.

Vamos voltar ao tempo. Como surgiram as gincanas? Existem várias versões sobre o surgimento das gincanas em Artur Nogueira. A que eu mais tomo como verdade é o fato de alguns jovens da cidade terem participado de gincanas em Campinas e acabaram trazendo a ideia para a cidade. Nesta mesma época uma danceteria promoveu entre seus frequentadores uma gincana e aí a coisa foi tomando forma. Não sei dizer o idealizador, mas antes de mim outras pessoas amigas realizaram grandes gincanas. Corro o risco de errar ou esquecer alguns nomes, por isso de antemão peço desculpas se isso acontecer, mas não poderia deixar de citar alguns pioneiros deste evento como a Fátima de Oliveira, Melinho Tagliari, Landinho Arrivabene, Flavio Oliverio e outros que me fogem a memória. Eu assumi no final dos anos 80 e início de 90. Foi quando adotamos o nome de Gincana da Integração, que vai este ano para a 6ª edição.

Qual é o seu objetivo com a gincana? Simplesmente promover a integração entre participantes e a comunidade, oportunizando o surgimento de novos valores esportivos, culturais, ecológicos e sociais, desenvolver os valores ético-cristãos, exercitar a solidariedade, cultivar o cuidado com o meio ambiente, praticar a reutilização de materiais, desenvolver o espírito participativo como atitude positiva e enriquecedora da formação do cidadão, desenvolver aspectos culturais, esportivos, ecológicos, lúdicos, sociais e comunitários, exercitar o espírito de liderança e motivação. Dar um pouco de alegria e diversão a molecada [risos].

Quais provas serão realizadas? Serão provas de caráter cultural, filantrópico, recreativo e esportivo. Tudo isso com uma pitada de bom humor e loucura.

Como você planeja e determina as provas? Até a edição de 2005, por uma questão de segurança para que não houvesse quebra do sigilo das provas, somente eu idealizava as provas. Até mesmo minha equipe só tinha acesso momentos antes da liberação das provas. Porém, para evitar situações não previstas, nesta edição formei uma comissão da mais alta confiança para deliberarmos todas as possíveis situações, assim diminuiremos ao máximo, controvérsias.

Diferente de 2005, as equipes Azona e Gumers não participarão este ano. Duas equipes fortes e que já foram campeãs em outras edições. Por qual motivo? Os motivos não posso dizer porque foi uma decisão exclusivas delas, portanto não poderia falar oficialmente em nome de qualquer que seja. O que posso dizer sobre isso é o quanto lamento a ausência dessas equipes. É como fazer uma festa na família e faltasse dois filhos, mas precisamos respeitar a decisão, sem importar os motivos.

Na última edição tiveram provas filantrópicas, com o objetivo de arrecadar alimentos, roupas e brinquedos para instituições do município. Pretende promover mais provas deste tipo? Com certeza a gincana tem o dever de atentar para o lado social. Ela não seria completa sem isso. É de suma importância uma vez que estamos objetivando desenvolver os valores ético-cristãos e exercitar a solidariedade.

Já teve alguma prova que você elaborou e teve um resultado inesperado? Vou salientar um em especial, que demonstra toda a força da palavra integração na gincana. Em 2005, em plena “guerra” por pontos entre as equipes, depois de algumas divergências tivemos justamente a prova objeto da pergunta anterior: arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos. Após todas as equipes se empenharem ao máximo, fazendo uma das arrecadações mais notáveis da cidade elas, sem exceção, num ato espontâneo, procuraram a organização e disseram que não queriam o julgamento da prova. Eles doariam tudo o que fora arrecadado, mas que empatariam na pontuação da prova, independente do quanto cada equipe havia arrecadado.

Na sua opinião, o que leva uma equipe a ser campeã? Em primeiro que ela entenda o significado da palavra equipe, depois calma e muito planejamento, provas de gincana são na sua maioria enigmáticas. É preciso entender o que ela está pedindo. Minha experiência mostra que as equipes se perdem nas suas próprias ansiedades ou saem alucinadas na intenção de cumprir algo que sequer entenderam ou se preocupam tanto em achar erros nos adversários e se esquecem de avaliar os próprios.

Sei que é complicado para você, mas nos adiante alguma prova! Uma prova que considero oportuno comentar porque envolve não só as equipes participantes, mas qualquer um que tenha interesse é a caça ao tesouro. Uma prova que necessita conhecimento, raciocínio e habilidade em desvendar enigmas. Encontrar e trazer o tesouro este ano, além de ser uma aventura prazerosa, tenho certeza seu valor após dividido com todos deixará cada um de nós um pouco mais rico. Adiantar a prova é obvio que não posso, mas posso dizer uma coisa “atrás da porta fechada, a chave; é pela janela aberta que se chega”.

Pelo visto isso pode ser uma pista [risos]. O que devem fazer os interessados em participar de alguma equipe? As inscrições se encerram no dia 1º de setembro. Os interessados devem procurar os representantes das equipes.