04/11/2015

Duas escolas serão afetadas com reorganização do ensino em Artur Nogueira

A partir de 2016 as escolas José Apparecido Munhoz e João Baptista Gazzola serão de ciclo único, atendendo respectivamente anos finais do ensino fundamental e ensino médio.

A reorganização da rede estadual de ensino afetará duas escolas em Artur Nogueira. A mudança, válida a partir de 2016, será para as escolas José Apparecido Munhoz, que atenderá apenas os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), e João Baptista Gazzola, somente Ensino Médio. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado, não haverá prédios desocupados no município. No próximo dia 14 uma assembleia será organizada para explicar aos pais e alunos das escolas afetadas os detalhes da medida.

 ESCOLA JOÃO BAPTISTA GAZZOLA (CAROLINA)

escolajardimcarolina-3JOAO BAPTISTA GAZZOLA

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ESCOLA JOSÉ APPARECIDO MUNHOZ (CONSERVANI)

munhoz2JOSE APPARECIDO MUNHOZ

A reforma proposta pelo Estado pretende realocar em unidades específicas, a partir de 2016, estudantes do ensino fundamental inicial, estudantes do fundamental final e estudantes do ensino médio, respeitando o limite de distância de 1,5 km.

Ao todo, a reorganização da rede já criou 754 escolas de ciclo único, focadas em uma única faixa etária. Assim, 2.197 escolas em todo o estado (43% do total) passarão a funcionar neste modelo, a partir de 2016. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado ainda serão abertas 2.956 classes e haverá uma diminuição de 18% de escolas de dois segmentos, passando de 3.209 para 2.635. “O rol de prédios construídos nos últimos anos atende a uma população que diminuiu consideravelmente e, por isso, é possível que agora entreguemos escolas melhores, focadas em ações pedagógicas para cada etapa do ensino”, afirma o secretário da Educação, Herman Voorwald.

Para o dirigente de ensino da região de Limeira, José Roberto Varussa, a medida é boa, ainda mais em uma cidade do porte de Artur Nogueira. “Para os estudantes é uma grande melhora, porque teremos uma escola focada só no Ensino Médio. E a gente vai conseguir poder equipar totalmente a escola para que ele tenha um ensino médio de qualidade voltado para a faixa etária dele. Então o foco é pedagógico nesse segmento. A mesma coisa com o ensino fundamental”, frisa.

Varussa não vê nenhum impacto negativo na medida, apesar de outros representantes da classe se manifestarem contra.

Já o diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Ricardo Augusto Botaro, listou aspectos negativos da reforma, dizendo que se trata apenas de um “corte de gastos”. “Ele [governador] está querendo cortar os gatos. A propaganda é linda, mas na realidade a gente sabe que o que acontece é diferente”, critica.

Entre as consequências negativas, Botaro aponta a transferência de alunos; a criação de gangues, segundo ele, devido à concentração de estudantes da mesma faixa etária; os pais com dois ou mais filhos terão que matricular as crianças em escolas diferentes devido ao ciclo; a dificuldade de mobilidade de professores que dão aulas em escolas diferentes; a lotação das salas. “Não há condições de lidar com isso. É ruim para todo mundo. A violência tem aumentado em São Paulo e consequência disso é ver presídios sendo inaugurados e escolas não. Isso é tirar a educação e colocar nas mãos dos bandidos.”

O estudante Lucas Gabriel Vilas Boas Tavares da Silva, de 16 anos e aluno do 2º ano do Ensino Médio na Escola Estadual José Apparecido Munhoz, compartilha do pensamento de Botaro. A partir do próximo ano ele é um dos estudantes que terá que mudar de escola e passar a frequentar a EE João Baptista Gazzola. “Vai afetar a minha rotina porque terei que ir para o Carolina ao invés do Munhoz”, aponta Silva, que mora no bairro Planalto, em Artur Nogueira. “Essa reorganização está vindo de maneira brusca, pegando muitos de surpresa. Eu creio que ela não vai acabar simplesmente na divisão de ciclo, outras coisas vão vir também. Temos que ficar de olho no decorrer para não deixar passar mais ações truculentas como essa.”

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Estudo

A mudança foi anunciada pela Secretaria de Educação após levantamento sobre as matrículas na rede estadual, encomendado pela Fundação Seade.

De acordo com a pesquisa, entre 1998 e 2015 a rede estadual de ensino perdeu 2 milhões de matrículas, o que se somou a queda das taxas de fecundidade no período, ocasionando uma diminuição no número de inscritos nas escolas. “A redução de nascimentos e, assim, do número de crianças e jovens em idade escolar no estado é o principal fator para a queda de matrículas, seguido pela municipalização do ensino fundamental (ainda em andamento no Estado) e pela migração para a rede privada”, aponta a assessoria de imprensa sobre o estudo.

Até 2030, a fundação estima que a população de 6 a 17 anos no Estado terá 6,8 milhões de pessoas a menos. “São Paulo passou de 6 milhões para 4 milhões de estudantes em menos de 20 anos. Isso ocasionou carteiras, cadeiras e, principalmente, salas vazias em muitas escolas”, afirma Voorwald.

Dia E

Cada escola terá a obrigação de informar a mudança para 2016 aos pais. Além disso, haverá o chamado “Dia E” da Educação, que deve acontecer no sábado, dia 14, quando pais e mestres devem se reunir para conhecer as unidades que podem receber seus filhos e explicar detalhes da medida. As informações também devem ser disponibilizadas pela internet e via correspondência.

Reorganização em números:

– Total de escolas no Estado: 5.147
– Total de alunos no Estado: 3,8 milhões
– Salas ociosas que serão reabertas com a reorganização: 2.956
– Escolas de segmento único: aumento de 52,2%, 754 escolas a mais (de 1.443 para 2.197)
– Escolas de segmento único de Ensino Médio: aumento de 74%, 340 escolas a mais (de 459 para 799)
– Escolas de segmento único dos Anos Iniciais: aumento de 7%, 54 escolas a mais (de 778 para 832)
– Escolas de segmento único dos Anos Finais: aumento de 175%, 360 escolas a mais (de 206 para 566)
– Escolas com três segmentos (Anos Iniciais, Finais e Ensino Médio): diminuição de 34%, menos 164 escolas (de 495 para 315)

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