Exibição de documentário sobre presídios reúne dezenas de jovens em Artur Nogueira
Apresentação cultural ficou por conta do grupo Harmônicos Crew. Ainda teve um bate papo sobre o filme.
A exibição do documentário Sem Pena, que trata da realidade da população carcerária no Brasil reuniu dezenas de pessoas, na maioria jovens, em Artur Nogueira. O evento organizado pelo Coletivo ModTrip aconteceu neste domingo (15) no Centro Cultural Tom Jobim e contou ainda com um bate papo sobre o filme. Rappers locais se apresentaram no encerramento da atividade.
A exibição faz parte de um circuito nacional de divulgação do filme e foi realizado a partir de uma parceria entre o ModTrip e a Taturana Mobilização Social, produtora responsável pela divulgação do filme. Para a estudante de Artes Visuais Bruna Janini, moradora do bairro Itamaraty e uma das organizadoras do evento, este tipo de ação “é fundamental para fazer as pessoas refletirem sobre problemas profundos que a sociedade passa, mas que nem sempre são discutidos”.
Após o filme uma série de slides sobre o cenário da população carcerária no Brasil foram apresentados. Integrantes do Modtrip retrataram em gráficos alguns números que representam as ansiedades do grupo sobre o tema. Entre os dados está o aumento de 100% da população carcerária feminina em menos de dez anos. Mais de 50% destas mulheres estão presas por tráfico. Já a população carcerária como um todo saltou de 300 mil em 2005 para quase 600 mil em 2013.
Durante o bate papo uma moradora de Artur Nogueira deu um relato sobre as dificuldades que enfrenta após o marido ter sido preso devido ao envolvimento com drogas. Como o próprio filme descreve, “familiares acabam cumprindo a pena junto com o detento”. A moradora fez uma série de denúncias sobre os descasos e as injustiças que presencia ou que muitas vezes é vítima no presídio ao visitar o marido. “Mudam as regras quando querem sem avisar a ninguém. Ficamos sabendo sempre na hora e temos de ir embora se não conseguimos nos adequar”.
O grupo Harmônicos Crew, representado pelos rappers FD3 e Nathan fizeram um som após o bate papo com canções próprias que falam justamente das diferenças sociais e os reflexos provocados pelas agressões e preconceitos sofridos pela juventude hoje. Os dois são considerados fenômenos do rap no município. Com um repertório de músicas próprias e alguns raps consagrados os artistas finalizaram a noite de exibição do documentário.
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