08/10/2019

“Dissemos que iríamos investigar a empresa e não o governo”, diz Davi da Rádio sobre denúncia

Afirmação de Davi da Rádio (DEM) se refere à qualidade das carnes nas escolas municipais

Da redação

Durante a 22ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Artur Nogueira, ocorrida na noite desta segunda-feira (7), o parlamentar Davi da Rádio (DEM) se posicionou sobre a fala da secretária municipal de Educação, que se referiu à denúncia dele sobre a presença de carne estragada em escolas municipais, como “calúnia”. Na sessão, Davi pontuou que não havia levantado o questionamento se referindo que o alimento tivesse de fato sido servido aos alunos, mas sim, afirmou que investigaria a empresa que forneceu o alimento.

O vereador Davi da Rádio utilizou da fala livre em tribuna para esclarecer o tema que veio à tona há cerca de uma semana, onde em um vídeo publicado por ele na internet declara que denúncias recebidas pelo parlamentar e outros vereadores indicavam a presença de “carne podre” em unidades municipais de ensino. No vídeo o vereador não diz que as carnes haviam sido oferecidas ou servidas para os alunos, afirmando “ter certeza que não”, mas que ele iria fiscalizar de onde haviam vindo as carnes e de que maneira estão sendo transportadas. O referido vídeo foi divulgado por Davi, em nome também dos vereadores Lucas Sia (PSD), Rodrigo de Faveri (PTB), Adalberto Di Lábio (PSDB) e Zé Pedro Paes (PSD), que da mesma forma, teriam recebido as denúncias a respeito do fato.

Durante a fala de Davi na sessão desta segunda-feira, ele expressou espanto com a declaração dada pela secretária de Educação, Elaine Vicensotti Boer, que tratou o caso como “calúnia”. “Recebemos essa denúncia na sexta-feira (27) após o horário comercial e já sabíamos, inclusive, que a carne não se encontrava mais nas escolas. ‘Falar que servimos carne estragada é uma calúnia’, diz secretária de Educação. Concordo com a senhora secretária: uma calúnia. Realmente é. Em que momento eu afirmo que foi servido? Dissemos que iríamos investigar a empresa e, não o governo, e o governo já se sentiu ofendido. Muito me admira, uma professora, secretária de Educação, não saber interpretar um vídeo tão claro”, declarou.

Em sessão, o vereador exibiu o vídeo que ele havia publicado na internet, em que ele diz que “as ecolas haviam recebido carnes podres”. O material, em momento algum, dá ênfase de que as carnes haveriam sido servidas. Davi exibiu na ocasião também o vídeo da reunião da secretária de Educação, juntamente com o presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), Denisar Franco; as nutricionistas do Departamento de Nutrição do município, Kely Nunes, Luciana Toniolo dos Anjos e Camila Prado e órgãos de imprensa, ocorrida no dia 30 de setembro, em que Elaine afirma que, “o vídeo [gravado por Davi] feito na calada da noite, não traz benefício nenhum para a população e eu acredito que é para atiçar e não para resolver. Nós estamos aqui para esclarecer e resolver as coisas”.

Indignado com a resposta da secretária de Educação quanto à denúncia feita, tratando o material divulgado por Davi como calunioso, o parlamentar declarou: “Eu como vereador fiscalizo, ou a senhora [Elaine]quer que eu compre carne, que eu faça licitação ou que qualquer vereador aqui licite carne? Quem tem que resolver o problema é, justamente, a senhora. Onde nós a caluniamos? Você tentou colocar a população contra os vereadores, que estão investigando. Pare de colocar os vereadores contra as nutricionistas, contra as merendeiras, porque as denúncias vêm, justamente, de dentro das escolas. Sugiro que coloquem na porta das escolas os cardápios, porque hoje [7 de outubro] foi servido arroz feijão e ovo, não tinha carne hoje”.

Para encerrar o assunto, Davi da Rádio questionou o porquê da secretária de Educação ter  ficado atônita com a denúncia efetuada pelos vereadores. “Que preocupação é essa secretária, ou a senhora não quer que se investigue a empresa? O que é que tem de errado com a empresa que nós não podemos fiscalizar? Eu falei da empresa, não falei das escolas, pois já sabíamos que a carne havia sido retirada. O vídeo tá claro, ou quer que eu te ajude a interpretar? Deixo claro que vou gravar quanto vídeos eu quiser e em que horário eu quiser, porque a senhora, secretária, trabalha até as 17 horas, mas o vereador trabalha em qualquer horário”, finalizou.

Reunião anterior

Durante a reunião em que estiveram presentes a secretária de Educação, o presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e nutricionistas, Elaine Vicensotti se pronunciou a respeito das denúncias, explicando como funciona o fornecimento da merenda, tal como funciona a fiscalização do mesmo:

“A primeira coisa que queremos esclarecer é que nós estamos passando por uma fase de nova licitação. Semana passada foi a primeira entrega do novo fornecedor. Quando se faz uma licitação, é necessário fazer a amostra dos alimentos. Então, as nutricionistas elegem uma cozinheira, para que ela junto com a equipe que trouxe a amostra, façam todo o preparo para que seja averiguado se todos os produtos que vieram são bons e passarão na licitação. Foi feito isso, temos fotos e relatórios, que são encaminhados ao setor de compras, para anexarem ao processo de licitação, e realmente homologarem ou não aquela licitação”, explicou Elaine.

Em seguida, a chefe da pasta falou sobre como é desenvolvido o trabalho das cozinheiras municipais. “Bom, com a licitação homologada, o que acontece? Começam os pedidos, que foram feito aos novos fornecedores e que entregaram a mercadoria. Mas como é de costume, todas as nossas cozinheiras, desde 2017, passam por capacitações com nossas nutricionistas. Elas precisam estar preparadas não só para cozinhar bem, que já sei que elas fazem, mas para aprender e entender todo o processo de logística”, frisou.

Elaine também falou sobre o compromisso que a Secretaria de Educação tem com a qualidade dos produtos consumidos pelos alunos. “Quando assumimos a gestão em 2017, o item primordial foi zelar pela qualidade, por isso montamos uma equipe de nutrição. Tudo que chega, e não só as carnes, é fiscalizado pelas cozinheiras. É bom? Fica. Não é bom? Vai embora. Elas sempre estão em contato conosco por e-mail ou por WhatsApp”, exclamou.

Sobre as acusações, Elaine explicou o ocorrido. “Quarta-feira (25) da semana passada foi a primeira entrega deste fornecedor e realmente não veio no padrão exigido. Qual foi o procedimento? Não receber a carne. Na quinta-feira (26) trouxeram a carne de novo, para algumas das escolas o produto chegou dentro dos padrões exigidos, enquanto em outras escolas foi notado que o produto não estava bom e foi devolvido”, ressaltou Elaine Vicensotti.

Vale ressaltar que, tanto a secretária de Educação durante a reunião realizada, quanto Davi da Rádio no vídeo divulgado por ele, não há indicação de que os alimentos mencionado chegaram a ser servidos aos alunos ou funcionários das unidade de ensino. Também não houve o registro de pessoas intoxicadas pela ingestão de qualquer tipo de alimento nas unidades de ensino.

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