Davi recua e tira gabinete do PS após questionamentos do Ministério Público

Da redação

Em vídeo divulgado nesta terça-feira (15), o vice-prefeito de Artur Nogueira, Davi Fernandes (PSDB), anunciou a saída de seu gabinete do Pronto-Socorro Municipal (PS), instalado no local desde fevereiro. A decisão acontece no mesmo momento que o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu justificativas para a presença do político no ambiente, além de esclarecimentos sobre desmandos e maus tratos a pacientes. Ele não informou para onde deve migrar seu gabinete.

O glamour da chegada do gabinete do vice-prefeito ao Pronto-Socorro Municipal, com direto a fotos, lives e transmissões ao vivo, não foi o mesmo da saída. Um vídeo de menos de 30 segundos foi o suficiente para o anúncio de saída do espaço. A decisão acontece em meio a questionamentos do Ministério Público e insatisfações de setores da base de apoio político à atual administração.

No vídeo, ele afirma que irá continuar levantando as demandas da população e intermediando junto Poder Executivo. “Pessoal, em virtude das infundadas interpretações, eu comunico que eu estou retirando o meu gabinete de dentro do pronto-socorro municipal. Eu vou continuar exercendo a minha função de vice-prefeito, levantando as demandas da população, e intermediando junto ao poder executivo. Deixo claro também que estou à inteira disposição de todas as autoridades para qualquer esclarecimento”, afirma.

No entanto, o vice-prefeito, Davi Fernandes, não comunicou para onde deve levar o atendimento físico, proposto por ele quando montou o gabinete no Pronto Socorro.

Opiniões diversas

A decisão de instalar o gabinete do vice-prefeito no Pronto-Socorro durou 4 meses e 15 dias. Neste período as opiniões populares a respeito da atuação do político no ambiente se dividiram e muitas críticas surgiram. Entre os funcionários, o comando e a liderança de Davi sempre foi motivo de tensão, como revela uma enfermeira que atua na unidade. “O jeito manso é apenas uma imagem. No dia a dia, mesmo ele não tendo nenhuma ligação legal para mandar nos funcionários da saúde, pois quem manda aqui é o o diretor clínico e a secretaria, dona Vilma, ele sempre passava suas ordens e tínhamos que cumprir”, desabafa uma funcionária da unidade que teme revelar sua identidade.

Atuação que também recebe elogios. “Muita gente foi beneficiada, com marcações de consultas e encaminhamentos, apesar do jeito acelerado e temperamental do vice-prefeito aqui na Unidade”, revela uma atendente do Pronto Socorro Municipal, quem também prefere não ter o nome divulgado.

Atendimento

A saída do vice-prefeito de Artur Nogueira, Davi Fernandes (PSDB) vem em meio a questionamentos do Ministério Público. O Portal Nogueirense teve acesso a um documento enviado pela Promotora de Justiça Maria Paula Machado de Campos à Secretária de Saúde de Artur Nogueira. O documento, datado em 1 de junho, pede que a secretária “justifique razões que autorizam o vice-prefeito atender pacientes no interior do hospital municipal, inclusive recusando, de forma ilegal, atendimento médico urgente e previsto em lei”, afirma o documento.

A Prefeitura informou que respondeu ao MP e limitou a declarar que o vice-prefeito não faz atendimento médico, e todas as informações dadas aos pacientes são de acordo com o fluxo de atendimento da unidade.

“O vice-prefeito realiza o acompanhamento do funcionamento do pronto socorro, como colaboração à gestão, apenas com vistas a observar, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, o atendimento à população. Sem realizar atendimento de natureza médica, mas apenas em apoio à administração. A prefeitura de Artur Nogueira respeita o MP, estando totalmente à disposição para quaisquer questionamento. Todos os questionamento do MP foram respondidos”, destaca a nota da assessoria de imprensa.

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