19/03/2015

Daniele e a luta pela vida

Mãe luta sozinha para que a filha se recupere

Daniele chega em casa na quarta-feira, dia 25 de fevereiro, e sente-se mal. Tem 19 anos. Autismo. Deficiências múltiplas. E agora está mal. Repousa a noite, mas no outro dia não aguenta o peso das próprias pernas. A mãe, que desde que soube da limitação da filha abdicou-se de si para viver por ela, imediatamente pede uma ambulância, porque o termômetro em Daniele grita que aquele corpo está a 40 graus. Chega no Pronto Socorro. É atendida. Toma soro. Mal respira. Então é transferida. O caso é grave. Tem-se ali uma tênue entre a vida e a morte.

A menina doente é Daniele Santos Nascimento, a mesma que ano passado recebeu uma festa de aniversário financiada por toda Artur Nogueira. Segundo a mãe, Irene de Jesus, foi naquela quarta-feira de fevereiro que as coisas ficaram ruins para a menina.

Anivesário

Irene conta que o primeiro atendimento aconteceu no Pronto-socorro Municipal de Artur Nogueira, mas devido ao quadro crítico ela foi, em menos de 24 horas, encaminhada ao hospital Santa Gertrudes, em Cosmópolis. De lá, imediatamente transferida para a UTI.

“Os médicos não sabem o que ela tem. Ela já entrou várias vezes em quadro de Sara, mas tem horas que melhora e outras piora”, desabafa. Na medicina, estar em Quadro de Sara significa estar com uma Síndrome de Angústia Respiratória Aguda, que é um quadro em que o paciente tem intensa falta de ar (também chamado de dispneia) e a oxigenação diminuída. Devido a isso os pacientes precisam ser submetidos a equipamentos ventilatórios para conseguir respirar. Fora isso, a mãe diz que a menina está com uma infecção, que parece estar atingindo os rins.

Dona Irene não pode ficar 24 horas com a filha e só a vê nos horários de visitas, que durante a semana vão das 15h às 15h30, e nos finais de semana das 13h às 13h30. Mas para a mãe, uma rotina que já lhe presenteou com boas surpresas:

“Foi na sexta-feira e ela já tinha dado uma melhoradinha. Eu sei que lá eu não posso chorar, mas fiquei ao lado dela, segurando na mão. Aí, de repente, ela apertou minha mão. Depois de 15 dias eu senti ela tocando em mim. E então chorei. Não consegui me segurar. Foi como se ela dissesse: Mãe, to aqui.”

Outras vezes Irene diz que sentiu a menina repiscar os olhos e mexer um dedinho quando ouviu-a dizer: ‘Vamos logo para casa?’.

Uma página no Facebook também foi criada para unir apoio e orações. Chamada de Forcadanielecorrentedeoracao a página tem 317 curtidas e boletins semanários do estado da menina.

daani

E apesar da tênue em que se encontra Dani, Irene carrega uma fé inabalável:

“Eu to arrumando minha casa, ela vai voltar. Acredito muito em Deus e Ele sabe da hora, e sei que ainda não chegou a hora da minha neguinha.”

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Devido à dedicação a filha, a mãe, que vive com uma renda de menos de dois salários mínimos, precisa de fraldas do tamanho XG, óleo de Girassol Dersani – para evitar assaduras na menina –, e recursos para garantir os translados diários para visitar a filha, além de alimentos.

O contato com Irene pode ser feito pelos telefones (19) 3877-4918 e (19) 99233-5582.


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