02/06/2020

“Consigo muita coisa, mas não fico em rede social fazendo politicagem”, dispara Miltinho

Parlamentar afirmou ainda que respeita quem o respeita e que foi eleito para defender os mais humildes

Da redação

O vereador Miltinho Turmeiro (Solidariedade) fez um discurso inflamado na noite dessa segunda-feira (1), durante a 13ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Artur Nogueira. O edil voltou a afirmar que as 596 casas, liberadas para serem construídas na cidade após decisão judicial, não são para famílias de baixa renda e criticou colegas que fazem, o que ele chamou de “politicagem”, nas redes sociais.

Miltinho iniciou seu discurso dizendo que foi buscar informações, ao lado do vereador Ermes, com a construtora Ecovita. Após apresentar diversos números colhidos junto à construtora, o vereador voltou a afirmou que as casas não são para famílias carentes. “Pra mim não é Minha Casa Minha Vida do pobre. Tem que ser pra pobre, pra pessoas que não tem um centavo para dar de entrada”, disse ele.

O edil disse que o prefeito e os vereadores tem que correr atrás disso. “O prefeito que tem que correr atrás de verba, nós vereadores, […] correr atrás de verba para o município”, bradou.

Em seu discurso, Miltinho disse que foi eleito para defender a população mais humilde. “Eu entrei nessa Casa para defender a população que me elegeu, a população humilde e pobre, mas aqui a maioria ta defendendo rico, ué, o rico não precisa de casa, ele tem dinheiro parta comprar a fazenda, o terreno, cortar em lote e vender para todo mundo”, frisou.

Críticas 

Ainda em seu tempo de fala livre, Miltinho criticou quem diz que apenas cinco vereadores trabalham. “Eu sei também que tem gente ai na rede social, dizendo que aqui só trabalha cinco, que o resto não trabalha, eu não sei o porquê, porque eu provo. Não quero ser melhor do que ninguém, mas também não sou pior”, frisou.

O vereador afirmou que já fez muita coisa, mas que não fica em rede social anunciando. “Tenho muita indicação e consegui muita coisa, mas não fico em rede social fazendo demagogia, fazendo politicagem com isso não, não preciso disso”, declarou.

Miltinho também falou que os colegas não respeitam o voto dos outros. “As pessoas direto aqui, não respeita o voto dos demais aqui e fica questionando o voto dos outros”, criticou.

Sem citar nomes, ele disse que respeita, quem o respeita. “Eu respeito quem me respeita, agora quem não me respeita, não merece respeito. [Sou] apanhador de laranja, mas não sou tonto, quem achar que eu sou tonto, é mais tonto que eu. Aqui não rapaz, fala do seu trabalho, não fala do meu não, porque a hora que eu quiser falar do meu, eu venho aqui na frente e falo”, disparou.

“Peço desde já, me respeite que eu te respeito, não toque em meu nome, que eu não toco no seu, porque senão nós vamos pra frente e eu vou descobrir mais coisa, porque eu sei de mais coisas de pessoa que fez muitas promessas na rua e eu chamo o [Portal] Nogueirense e levo na casa’, ameaçou.

“Já que quer problema, vai ter problema, agora se me respeitar, vai ser respeitado, cada qual faz o seu trabalho”, finalizou.

Decisão da justiça

O juiz Paulo Henrique Aduan Correa, do Fórum de Artur Nogueira, julgou procedente a retomada da implantação do Loteamento Mário de Fáveri em Artur Nogueira a pedido da empresa ECOVITA. Com a decisão, foi liberada a construção de 596 casas. O ato suspende decisão da Prefeitura de Artur Nogueira, que impedia a instalação do loteamento com argumento de estar em desconformidade com as normas ambientais.

O juiz também julgou improcedente outro argumento da Prefeitura, onde aponta o local como uma região que carece de estudo de análise quantos aos impactos de mobilidade urbana, pois estaria distante do comércio local e da zona industrial.

Devido a esse caso em 2019, o prefeito Ivan Vicensotti foi acusado de negar a aprovação do conjunto habitacional de caráter social por tentar condicionar a aprovação pela Câmara Municipal de projetos de leis Expansão Urbana, que teriam beneficiado terrenos de propriedade de familiares do chefe do Poder Executivo.

A Prefeitura ainda poderá recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

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