24/03/2018

Conflitos familiares são focos do Conselho Tutelar de Artur Nogueira

Problemas dentro do núcleo familiar foram responsáveis pela maioria dos atendimentos do órgão em 2017

Diego Faria

O Conselho Tutelar, junto com os demais setores que trabalham em prol de crianças e adolescentes em Artur Nogueira, terá como tema de conscientização em seus trabalhos o conflito familiar. O problema foi responsável pela maioria dos atendimentos realizados pelo órgão em 2017 e preocupa os profissionais que atuam junto às escolas e famílias.

Segundo o Conselho Tutelar, a alienação parental por resultado de separações conjugais, agressões verbais, físicas e psicológicas, além do alcoolismo e o uso de drogas por parte de pais e familiares, tem resultado em problemas psicológicos, indisciplina escolar e rebeldia entre crianças e adolescentes.

Diante desse quadro, o tema do conflito familiar deverá ser priorizado pelo Conselho Tutelar em 2018, bem como por outros órgãos do município, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), a Promoção Social e entidades sociais. Como ações, estão previstas palestras e atividades ligadas às escolas, atendimentos familiares, além de uma marcha (passeata) a ser realizada em maio deste ano (2018).

“Por consequência dos conflitos familiares, crianças e adolescentes têm apresentado graves problemas de comportamento. Os departamentos atuantes no município estão se juntando para atuar especialmente em cima dessa situação este ano”, relata Alice Gomes, conselheira tutelar.

O Conselho Tutelar também tem atuado diretamente com as escolas do município na intenção de detectar problemas pontuais entre alunos e famílias por meio dos mediadores, que fazem uma espécie de apontamento de casos e contribuem a fundo no trabalho.

Exploração sexual

Além do fator do conflito familiar, Alice pontua que a situação da exploração sexual de crianças e adolescentes tem aumentado de maneira alarmante em Artur Nogueira. O tema, abordado e divulgado em campanhas ao longo de 2017, continua a ser trabalhado pelo setor. O órgão atua diretamente em casos desse tipo e busca colaborar para que as famílias sejam atendidas de forma efetiva.

“Não é novidade que esse problema é incentivado pela mídia, em novelas e programas de televisão, e tem gerado um efeito muito negativo. O abuso envolve não só o sexo consumado, mas também carícias insinuadas e a invasão de privacidade dos menores”, relata Alice. A conscientização e o comprometimento da família em denunciar casos de abuso no lar são os primeiros passos que o Conselho Tutelar busca ao receber uma denúncia dessa natureza.

Na maioria dos casos investigados, o violador tem um vínculo com a família, sendo alguém próximo e que tem a confiança dos demais. Por isso, o acompanhamento da criança ou adolescente vítima desse crime, além do atendimento familiar (incluindo o abusador), são realizados pelo órgão.

Crianças e adolescentes que apresentem atitudes retraídas e de confinamento, medo, ansiedade em excesso, atos de mutilação como roer unhas e se mutilar com cortes e arranhões, além da falta de confiança nas pessoas do convívio, devem receber atenção especial, pois essas atitudes indicam possíveis sinais de abuso psicológico e sexual.

Ainda de acordo com o setor, assim como o menor abusado, o abusador também precisa passar por um trabalho psicológico. “Além da criança e do adolescente, o abusador também precisa ser tratado e atendido, se não esse ciclo vai ter continuidade. Alguns desses abusadores também foram violados na infância. Essa, infelizmente, é uma realidade nacional”, esclarece Alice.

A marcha contra a exploração sexual e o conflito familiar deverá ser realizada dia 18 de maio em Artur Nogueira. O Conselho Tutelar e os demais setores esperam a participação de toda a população, incluindo famílias, escolas e demais entidades do município para se engajar nessa causa.

Casos de suspeita de exploração e abuso sexual em Artur Nogueira podem ser denunciados de forma anônima ao Conselho Tutelar (19) 3877-1144 ou à Polícia Civil (19) 3877-1400.

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