30/04/2020

Comando da PM de Artur Nogueira cita medidas preventivas após suicídio de policial

Um policial militar cometeu suicídio nesta quarta-feira em Cosmópolis. Em 2018, número de policiais mortos por suicídio no Brasil foi de 104, já os que morreram durante confrontos em horário de trabalho, foram 87

Da redação

Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a morte de policiais por suicídio no Brasil é maior do que aquelas ocorridas em confrontos durante o período de trabalho dos agentes. A análise, feita em 2018 pelo órgão, revelou que a diferença percentual nesses dados chega 19,5%.

Após um policial militar cometer suicídio em Cosmópolis, nessa última quarta-feira (29), o comando da corporação atuante também em Artur Nogueira citou as medidas que são tomadas em apoio a esses profissionais.

Cabo Camargo tirou a própria vida em Cosmópolis

Em 2018, o número de policiais mortos por suicídio no Brasil foi de 104, já os que morreram durante confrontos em horário de trabalho, foram 87. Esse resultado se mostra alarmante e indica a importância das corporações policiais instituírem medidas para os cuidados com a saúde psicológica e mental dos agentes. A Ouvidoria da Polícia de São Paulo aponta que o estresse, a pressão psicológica da profissão, conflitos familiares e problemas financeiros, e até mesmo o assédio moral, são fatores influenciadores para os casos de suicídio.

No Estado de São Paulo, entre os anos de 2017 e 2018, conforme estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houveram 23 casos de suicídio. Para o total da população do Estado, a média é de 5 suicídios a cada 100 mil habitantes.

O suicídio tem se mostrado a principal causa de morte entre policiais civis no Estado de São Paulo. Já na Polícia Militar (PM), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre os agentes, ficando atrás somente das mortes ocorridas durante o período de folga dos policiais, que muitas vezes, exercem trabalho extra, como por exemplo, efetuando a segurança em estabelecimentos comerciais. Mesmo assim, o suicídio permanece à frente dos casos de óbito ocorridos em confrontos entre policiais e criminosos.

Frente à essa realidade, é fundamental que medidas de tratamento e amparo psicológico sejam tomadas pelas corporações policiais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que mais de 90% dos casos de suicídio entre os agentes são relacionados a distúrbios psicológicos, podendo esse quadro ser revertido com tratamento adequado ao profissional.

O comandante da Polícia Militar em Artur Nogueira, comandante Aguinaldo Martins, que atua junto à 3ª Companhia do 19º Batalhão de Polícia Militar do Interior (19º BPM/I), presente em Artur Nogueira, Cosmópolis e Engenheiro Coelho, cita como é feito o amparo psicológico aos policiais. “Toda vez que o policial apresenta algum distúrbio emocional que fuja da normalidade, a gente procura com a máxima urgência encaminhá-lo para os núcleos de atendimento psicossocial. Com o contato que no dia a dia os comandantes de equipe tem com os policiais, podemos identificar algum problema pontual, e a partir daí, é feito o acompanhamento”, relata.

Comandante Aguinaldo explica medidas contra suicídio de PMs

Em nota, a assessoria de imprensa do 19º BPM/I, presente em Americana e responsável pelo comando da PM em Artur Nogueira, informou que a Polícia Militar conta com o Sistema de Saúde Mental, que disponibiliza núcleos em todo Estado, com psicólogos e assistentes sociais. Faz parte do sistema o Centro de Atenção Psicológica e Social (CAPS), além de haverem 35 Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), com programas preventivos na área de saúde mental, palestras, atendimentos psicológicos individuais e em grupos, que amparam os agentes que possam estar passando por algum transtorno psicológico.

Além desses setores, o Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar (PAAPM) avalia periodicamente as condições psicoemocionais de policiais envolvidos em situações de risco e ocorrências traumáticas. O programa também auxilia no processo de adequação e retorno às atividades profissionais dos agentes. Esse trabalho e seus resultados são acompanhados e supervisionados pelo comando da instituição.

Suicídio em Cosmópolis 

Na madrugada desta última quarta-feira (29), o policial militar Rafael Antunes Camargo cometeu suicídio em Cosmópolis, após sacar a própria arma e efetuar um disparo na região da cabeça.

Uma ambulância com paramédicos foi acionada, mas a morte foi constatada no local dos fatos. Rafael Antunes Camargo era casado e deixa um filho. Nascido em Minas Gerais, ele trabalhava de forma dedicada na PM há seis anos, sendo a maioria dedicados a Companhia de Cosmópolis. Atualmente, ele trabalhava em Santa Bárbara d’Oeste.

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