02/08/2011

Câmara inocenta Capelini

Dos nove vereadores, apenas um votou a favor da cassação do prefeito de Artur Nogueira

Texto: Riane Barbosa / Fotos Renan Bússulo

O julgamento que poderia resultar na cassação do prefeito Marcelo Capelini (PT), realizado na terça-feira, 2, foi arquivado pelos vereadores.

A sessão especial começou às 10 horas e foi até o final da tarde, no Teatro Municipal René Marcos Posi, no centro de Artur Nogueira.

A sessão iniciou com a leitura parcial do processo, que continha ao todo 601 páginas. Após a leitura, cada vereador se pronunciou por 15 minutos.

No momento reservado aos vereadores, deu-se a entender que o resultado da votação seria de dois a sete.

Durante o discurso de Capelini, o prefeito fez, em vários momentos, a solicitação para que a vereadora Zezé da Saúde (PSDB) não votasse a favor da cassação.

No final, oito dos nove vereadores votaram a favor do arquivamento do processo. Zezé da Saúde (PSDB), Leandro Gugu (PV), Deí do Magdalena (PV), Zé Creme (PSDB), Luis Carlos (PT), Amarildo Boer (PMDB), Silvinho Conservani (PV) e Lari Baiano (PR) foram a favor do prefeito de Artur Nogueira.

Apenas o vereador Cristiano da Farmácia (PSDB) votou a favor da cassação.

No seu discurso, o prefeito alegou que a denúncia, feita pelo sindicato, foi improcedente não tendo fundamentos de estudo para comprovação.

“A denúncia foi feita sem fundamentos para comprovação. Como um sindicato pode cobrar se não tem estudo técnico sobre o caso. Sou a favor da melhoria das condições salariais do servidor e estou comprometido a defender a classe. Acho que a minha cassação não ia melhorar em nada no crescimento do município”, afirma Capelini.

Na mesma ocasião, o vereador Zé Creme (PSDB) entregou a Capelini, um pedido amigável para revisão da proposta de aumento salarial dos servidores públicos, assinado por boa parte dos vereadores. “O pedido foi feito porque a Câmara quer unanimemente a melhoria das condições salariais do servidor público”, explica Zé Creme.

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Ouça a entrevista do vereador Cristiano Conde

Ouça a entrevista do prefeito Marcelo Capelini

Ouça a entrevista do presidente do sindicato Sebastião Leme

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POR QUE O PREFEITO FOI ACUSADO?

A acusação, que afirma que Capelini é ímprobo, tinha por consequência a condenação de cassação do mandato por improbidade administrativa.

Na sessão, a Comissão Processante, composta pelos vereadores Cristiano Conde – PSDB (presidente da Comissão), Luis Carlos Ferreira – PT (relator) e Leandro de Queiroz – PV (membro da comissão), exibiu o parecer final do processo de investigação que foi encerrado na sexta-feira, 22.

O vereador Luis Carlos Ferreira, informa que seria injusta a cassação do prefeito. “O não aumento salarial ocorreu para que os gastos da prefeitura não ultrapassassem seu limite. É uma lógica simples e um cumprimento de uma lei federal. Quem acompanha o trabalho do prefeito sabe que ele procura sempre melhorar as condições da sociedade”, afirma Ferreira.

Já o vereador Cristiano Conde não acredita na mesma ideia e afirma que o prefeito teria sim condições de aplicar o aumento salarial aos trabalhadores. “Eu analisei toda a documentação dos gastos municipais. Para mim, ele não conseguiu provar que está acima do limite ou no limite dos gastos. Acredito que ele tinha condições”, afirma Conde.

O outro membro da Comissão, o vereador Leandro de Queiroz, confirmou que seria impossível o reajuste salarial, tendo os gastos municipais chegando próximo ao seu limite. “Realmente ele descumpriu a lei municipal. Porém, por motivos administrativos, para não ultrapassar o limite que a lei federal impõe. Acredito que o prefeito ainda pode administrar esses números para consequentemente conseguir atender ao sindicato”, alega Queiroz.

 

Acompanhe o caso:

Defesa do prefeito

Denuncia contra o prefeito


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