05/01/2015

Cai número de migrantes em Artur Nogueira

Em dez anos número de pessoas que vieram para o município passou de 7.131 para 5.775. Queda pode estar relacionada a macroeconomia e ao crescimento da população rural.

O número de pessoas que migraram para Artur Nogueira diminuiu de 2000 para 2010. Segundo um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) com base nos dados do Censo de 2010, nos anos 2000 entraram em Artur Nogueira 7.131 pessoas, enquanto que em 2010 o número reduziu para 5.775. Segundo o geógrafo Maico Diego Machado, isso se deve a macroeconomia e ao crescimento da população rural.

Na subdivisão de gênero o relatório apontou que entre os que entraram no município, homens foram a maioria, com 3.606 migrantes, em 2000, e 3.009, em 2010. Já nas mulheres o número foi reduzido em ambos os anos, sendo que em 2000 elas representavam 3.525 das migrantes e, em 2010, 2.766.

“Esta redução está intimamente ligada a macroeconomia nacional que possibilita a manutenção de pessoas em seus locais de origem através de programas de redistribuição de renda, acesso a qualificação profissional e maiores oportunidades de emprego”, explica Machado sobre o quadro geral dos migrantes em Artur Nogueira, pontuando o porquê não subiram o número de entradas no município. Segundo o geógrafo o aumento da população rural do município também influenciou no resultado.

De acordo com dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que elabora análises sobre os dados coletados pelos Censos de População do IBGE, em 2010 o município apresentava 4.169 habitantes na zona rural e as estimativas para 2014 eram de que esse número chegasse a 4.531 habitantes. “Estes valores se devem basicamente ao surgimento de alguns bairros de chácaras ao longo de sua área rural”, esclarece Machado.

Os números do IBGE também apontaram diferença quanto a quantidade de pessoas que deixaram o município. Conforme o estudo, em 2000, 1.896 pessoas saíram da cidade, número que subiu para 2.454, em 2010.  Na subdivisão de gênero, mais mulheres deixaram a cidade do que homens. Elas representam um grupo que somado os anos 2000 e 2010 chega a 2.206. Enquanto que o número de homens somados nos dois anos equivale a 2.143.

O êxodo, neste caso, pode ter a ver com a própria localização da cidade. “Não podemos nos esquecer que Artur Nogueira está localizada dentro da Região Metropolitana de Campinas (RMC), uma região dotada de uma diversidade de seguimentos produtivos e que submete a sua população a movimentos diários para a busca de postos de trabalho e qualificação”, pontua Machado que também esclarece que os moradores da cidade se movem na busca por melhores condições de vida.

No entanto esta corrente migratória pode ter impactos na gestão urbana. Para Machado o esgarçamento do tecido urbano e a precarização dos serviços básicos são os principais. “Nossas cidades não estão preparadas para receber os possíveis migrantes e o mercado imobiliário se aproveita de falhas na legislação urbana para inserir ao tecido urbano novas áreas.” O problema estaria no fato de que as novas áreas nem sempre possuem estrutura urbana e por isso gerariam inclusive impactos ambientais. “Resumindo, nossas cidades não tem legislação e planejamento para receber novos migrantes, é preciso um plano diretor capaz de identificar estes movimentos e apontar para solução a curto, médio e longo prazos.”


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