22/12/2017

Artur Nogueira cai 18 posições no Ranking Ambiental Paulista

Município ficou na posição 241 entre os 645 do Estado de São Paulo

Da redação

Artur Nogueira perdeu 18 posições no Ranking Ambiental dos Municípios Paulistas. No ano passado, a cidade havia alcançado a 223ª colocação na tabela, que faz parte do Programa Município VerdeAzul (PMVA), da Secretaria do Estado de Meio Ambiente. Em 2017, porém, a classificação final da política ambiental nogueirense foi a de número 242 – entre os 645 municípios do estado.

O PMVA tem o propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental com a descentralização e valorização da agenda ambiental nos municípios. Assim, o programa busca estimular e auxiliar as prefeituras paulistas na elaboração e execução de suas políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo.

Os municípios e suas respectivas políticas ambientais são avaliados levando em conta as seguintes diretivas/categorias: Município Sustentável, Estrutura e Educação Ambiental, Conselho Ambiental, Biodiversidade, Gestão das Águas, Qualidade do Ar, Uso do Solo, Arborização Urbana, Esgoto Tratado e Resíduos Sólidos.

O único aspecto da política ambiental de Artur Nogueira que apresentou melhora na pontuação foi o tratamento de esgoto. Todos as demais áreas tiveram queda na pontuação. As diretivas Estrutura e Educação Ambiental e Uso do Solo não apresentaram nem aumento nem diminuição de pontos porque foram criadas apenas em 2017.

Confira abaixo as notas de Artur Nogueira no ranking em 2016 e 2017.

DIRETIVAS/RESULTADOS20172016
Arborização Urbana 1.65 2.00
Biodiversidade2.507.00
Conselho Ambiental 2.65 5.50
Esgoto Tratado 5.521.78
Estrutura e Educação Ambiental 2.17 --
Gestão de Águas 4.275.50
Município Sustentável 2.224.00
Qualidade do ar 4.05 5.50
Resíduos Sólidos 5.03 7.64
Uso do Solo 3.87 --
Nota Final 33.93 43.42
Colocação 241º223º

Prefeitura

Por meio de nota o Poder Executivo afirmou que “foi alterado o sistema de pontuação em 2017, os quais foram incluídos novos itens que antes não eram aplicados nas avaliações, como, por exemplo, a questão de legislações ambientais. A Secretaria de Meio Ambiente está adequando esses itens, como, por exemplo, a nova Lei de doação de mudas para compensação quando o munícipe solicita o corte de uma árvore, além do trabalho em conjunto com outras secretarias e departamentos que necessitam adequar-se”.

Problemas

Um dos principais problemas ambientais de Artur Nogueira é o consumo de água excessivo. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o ideal seria que cada pessoa utilizasse 110 litros de água por dia para suas atividades (ingestão, limpeza, higiene, etc), os nogueirenses gastam praticamente o dobro disso: 200 litros/dia.

Ou seja, são mais de 10 milhões de litros de água utilizados na cidade a cada 24 horas.

Outros dois desafios ambientais de Artur Nogueira estão relacionados à arborização. O primeiro é o plantio desordenado de Ficus benjamina. Essa enorme e frondosa árvore, muito comum em diversas praças e canteiros da cidade, possui raízes muito extensa e fortes. O crescimento dela acaba trazendo prejuízos para as tubulações subterrâneas e até para a estrutura de imóveis.

O plantio da espécie não é recomendado para áreas urbanas e foi um erro de gestões municipais passadas. O ideal seria, a partir de agora, optar por árvores com raízes menores para integrar o planejamento urbanístico da cidade, como ipês e manacás. E aí entra outro desafio ambiental em Artur Nogueira: a baixa cobertura arbórea.

O município precisa plantar pelo menos 6 mil árvores para alcançar a cobertura arbórea ideal. Num ranking criado pela Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Agência PCJ) com 67 cidades, cujo objetivo é avaliar a arborização, Artur Nogueira ficou em 61º lugar. Além a pouca quantidade, a cidade também possui pouca variedade de espécies – o que é considerado outro desafio para a gestão ambiental.

Como se isso não bastasse, na época da estiagem os moradores da cidade enfrentam ainda muitas queimadas. Em setembro, pelo menos quatro grandes incêndios foram registrados em Artur Nogueira, comprometendo muitas áreas de vegetação do município. De acordo com a Defesa Civil do município, mais de 80 hectares da área rural nogueirense foram atingidos por incêndios nos cinco meses anteriores.

Nem os cartões-postais da cidade escapam dos problemas. Como noticiado recentemente, O Balneário Municipal enfrenta uma infestação de planta aquáticas. Apesar de uma revitalização do espaço já ter sido prometida, nas foi feito até o momento.

A Lagoa dos Pássaros também passa por dificuldades. Além de o vandalismo e a falta de manutenção terem se tornado comuns no local, dezenas de peixes foram encontrados mortos na lagoa no último domingo (17) – junto com boa quantidade de lixo.

Gestão

Em 2017, o governo municipal promoveu algumas ações com o objetivo de melhorar as políticas ambientais de Artur Nogueira. O 1° Fórum Socioambiental da cidade é, provavelmente, o melhor exemplo. A iniciativa teve como objetivo despertar na sociedade nogueirense a necessidade da preservação dos recursos naturais e foi organizado pelas secretarias de Educação, Meio Ambiente e Cultura e o Serviço de Água e Esgoto de Artur Nogueira (Saean).

FORUMSOCIOAMBIENTAL (10)-1490290736

A Prefeitura também realizou a limpeza da estrada do antigo lixão, que estava repleta de entulho descartada de maneira irregular. Além disso, o município inaugurou seu primeiro centro de educação socioambiental aberto à população: a Sala Verde Ipê Amarelo. O projeto visa incentivar a conscientização ambiental de alunos da rede municipal de ensino e demais munícipes.

Em junho, gestores públicos participaram de uma palestra sobre resíduos sólidos realizada pelo Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental (Consab). Em outubro, a Câmara aprovou a proposta que concede ao consórcio o uso do terreno da Escola da Ponte de Tábua. A ideia é que o local funcione como um centro de educação ambiental, reciclagem e destinação de resíduos sólidos.

E por falar em Câmara, os vereadores também aprovaram neste ano uma nova política de gestão dos recursos hídricos. O Projeto de Lei (PL) 032/2017, aprovado por unanimidade, estabelece diretrizes para a recuperação, preservação e conservação desses recursos, além de criar o Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA), o Fundo Municipal de Meio Ambiente (Fundeman) e o sistema municipal de gerenciamento ambiental dos recursos hídricos.

Outra medida da Prefeitura de Artur Nogueira, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, foi o cadastramento de catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis em atividade no município. O objetivo da ação foi aperfeiçoar o gerenciamento dos resíduos sólidos na cidade.

Por fim, nesta terça-feira (19), o prefeito Ivan Vicensotti (PSDB) assinou um Termo de Cooperação Técnica do Projeto Reconecta da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Na ocasião – última reunião do Conselho de Desenvolvimento da RMC -, todos os prefeitos presentes se posicionaram a favor da pauta, que visa a conservação da fauna e flora nos corredores ecológicos da região.

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