25/08/2012

Alcione Coser – PT

“O que eu quero mudar no governo é o modo de governar, governar para as pessoas, para a população” (Alcione Coser) …………………………….. Alex Bússulo Candidata pelo Partido dos Trabalhadores, Alcione Coser se diz confiante e preparada para ser a primeira mulher a governar o município de Artur Nogueira. Aos 47 anos de idade, a empresária […]

“O que eu quero mudar no governo é o modo de governar, governar para as pessoas, para a população” (Alcione Coser)

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Alex Bússulo

Candidata pelo Partido dos Trabalhadores, Alcione Coser se diz confiante e preparada para ser a primeira mulher a governar o município de Artur Nogueira. Aos 47 anos de idade, a empresária é casada com Luís Carlos Coser e mãe de Luís Felipe. Estudou magistério, com habilitação específica em pré-escola e ensino fundamental, graduou-se em Pedagogia pela Faculdade de Mogi Mirim e Direito pelo Unasp, além de ser Pós-Graduada em Gestão Pública pela PUC. É também técnica em Comércio Exterior pelo Senac.

Se a senhora for eleita, será a primeira mulher a governar Artur Nogueira. Como analisa esse cenário? Tem medo de sofrer preconceito ou resistência? Não, de forma alguma. Seria uma honra ser a primeira mulher eleita em Artur Nogueira. Não vejo preconceito, porque, hoje, a mulher ocupa um espaço tanto na sociedade quanto na política. A mulher está se preparando muito, ela é mãe, ela é guerreira, ela é determinada, ela é persistente, por isso não vejo preconceito. Hoje, nós temos uma presidente que está há dois anos no governo, um governo PT, com uma aceitação de 75%. Isso é muito gratificante. É uma honra ser mulher e poder representar Artur Nogueira.

Após o racha que o PT de Artur Nogueira sofreu, com a saída do prefeito Marcelo Capelini, a senhora não pensou em desistir da candidatura? De onde veio a motivação? Primeiro que o PT não sofreu um racha, o que ocorreu foi que algumas pessoas se desligaram. E essas pessoas estavam ausentes dentro do nosso partido há algum tempo, não participando de reuniões, conversas, não foram participativas. Por isso, não vejo que foi um racha, apenas algumas pessoas saíram porque não era mais interessante. Hoje, nós estamos mais unidos, porque eu fui escolhida pelos filiados, pela maioria, por duas vezes, para representar o PT ao cargo de prefeita. Isso foi uma valorização que nós demos, uma oportunidade dos filiados a votarem e eu fui a escolhida. O PT é um partido do povo, porque defende causas sociais. Eu não poderia decepcionar as pessoas que votaram em mim e acreditam que eu possa representar bem o PT nessas eleições.

Existe um comentário de que a senhora fará uma aliança com o candidato Ivan Vicensotti (PPS). Isso é real? Não. Primeiramente que o PT não aceita coligação com o PPS, PSDB e DEM. Se houvesse essa possibilidade, deveríamos ter feito antes do registro da candidatura. A amizade que eu tenho com o Ivan é uma coisa de algum tempo. Nós moramos na mesma cidade, eu há 19 anos, o Ivan é nascido e criado em Artur Nogueira. Ele tem um comércio local, foi gerente por muito tempo da empresa Cybelar e isso o torna uma pessoa pública. A amizade que nós temos é do comércio, do cotidiano. Agora, de uma relação com o Ivan de coligação ou de apoio seria impossível, porque o PT é um partido grande, que tem uma base eleitoral muito forte e que nós estamos muito bem representados na cidade, porque o governo PT foi bom para o município. Todas as realizações que foram feitas aqui, como investimentos, o desenvolvimento da cidade, com as empresas, foi feito pelo governo do PT. Então eu não vejo essa possibilidade de aliança com o Ivan.

Qual é o maior problema de Artur Nogueira? Primeiro é a parte social. A gente vê que a cidade está muito bem. Hoje, nós estamos sem dívidas, pode-se dizer, a cidade melhorou muito, cresceu muito, as empresas chegaram, foram feitos muitos investimentos na cidade, mas ainda existe um endividamento social muito grande. As pessoas estão praticamente excluídas, principalmente as pessoas que vivem na periferia da cidade. Eu sinto que há uma dívida social muito grande. As pessoas não são respeitadas, elas não são recebidas, não são informadas e falta humanização. Isso é uma coisa que eu pretendo trabalhar muito.

E como a senhora pretende resolver esse problema social? Fazendo uma política mais humana, mais aberta, de acolhimento, de respeito, de dedicação, de informação, onde as pessoas procurem o Poder Público e sejam atendidas. Isso é o que precisa. Porque a cidade está bem, têm recursos, o governo PT está no governo federal, nós temos vários deputados estaduais e federais do PT, que podem trazer muitos recursos para a cidade. Nós precisamos ouvir as pessoas. Não se faz um bom governo sem ter uma boa equipe e sem ter contato com a população.

Podemos notar que em algumas cidades, o prefeito eleito leva para dentro da Prefeitura um time de amigos e parceiros, que passam a assumir um cargo de chefia, sem ter conhecimento da área e acabam ganhando mais do que aqueles que realmente trabalham. Tudo para pagar uma “dívida” que ficou durante a campanha. Isso vai acontecer com o seu governo? De forma alguma. A minha equipe vai ser uma equipe comprometida com a cidade, profissionais capacitados, que estejam exercendo as suas funções dentro do departamento que corresponde a sua formação. Essas pessoas, se eu for eleita, estarão em constante comprometimento comigo e com a população. Quero que os secretários municipais sejam assessorados por pessoas técnicas, com isso, poderão ter mais tempo para estarem em contato com a população. O técnico ficará responsável pela execução de todos os projetos.

Como está a receptividade à sua candidatura? Muito boa. Nós temos feito visitas corpo a corpo nos bairros, estou presente em todas as visitas, mostrando as minhas propostas, o porquê eu vim e o que eu pretendo fazer por Artur Nogueira. Estou preparada, sei da minha capacidade, da minha humildade, para poder ouvir, respeitar e acolher as pessoas dentro da Prefeitura. Por isso quero ser prefeita de Artur Nogueira. As pessoas precisam procurar o Poder público e serem atendidas, porque o que falta hoje em Artur Nogueira é isso aí. As pessoas não são recebidas, é tudo para depois, o que se faz é apenas um protocolo, as pessoas buscam informações e não são informadas. Isso é uma falta de respeito com a população.

Qual a sua opinião sobre a atual administração? O Marcelo Capelini fez um bom governo nos primeiros quatro anos. Tirou a cidade de um caos econômico, que nós vivíamos, onde poderíamos até sofrer intervenção do Estado, pois não tínhamos crédito para comprar nada, nem fora daqui nem dentro da cidade. Pagou dívidas, investiu na cidade, trouxe muitas empresas, fez muitas benfeitorias, mas nesses últimos três anos, o Marcelo abandonou a cidade. Ele não está presente, não ouve as pessoas, governou para poucos, quando se deveria ter governado para muitos, para toda a cidade. Deveria estar mais presente, ouvindo a necessidade de cada setor, ser mais participativo com o secretariado, conversar com a Câmara Municipal. Sinto que um homem público tem que estar aberto e receber a população, saber de suas necessidades, então eu sinto que ele fez um bom governo, mas ele fez um bom governo porque ele era PT, então ele poderia ter feito muito mais. Porque o Lula esteve no governo por oito anos, a Dilma está há dois anos, ele apenas se prendeu a alguns deputados para trazer recursos, ficando limitado, quando deveria ter projetos para buscar recursos direto nos Ministérios, porque nós temos essa facilidade. Nós temos PT no governo federal e até junho deste ano, éramos também PT no governo municipal.

Durante uma campanha todos os candidatos fazem promessas. Falam que vão resolver todos os problemas da cidade, dando a entender que tudo é simples e fácil. Mas após a eleição, parece que a coisa emperra. Por que isso acontece? Primeiro que eu não estou fazendo nenhum tipo de promessa. Como já disse, o que eu quero mudar no governo é o modo de governar, governar para as pessoas, para a população. Resolver os problemas. Nós vamos passar por um período logo após a eleição, se eleita, de transição. Eu e minha equipe vamos começar a ter participação na Prefeitura, conhecer tudo que está sendo encaminhado, o que está parado e quais são os projetos que estão em estudo para serem implantados. Hoje, eu não participo da administração pública, então não conheço os projetos detalhadamente, o que está sendo feito, quais os recursos que o município tem, mas a partir do momento em que eu estiver dentro da Prefeitura, e tendo ciência da situação, buscarei soluções.

Caso a senhora seja eleita, qual será a primeira medida a tomar? A primeira coisa que eu quero fazer é uma reunião com todos os servidores públicos, para que as pessoas possam conhecer quem realmente vai administrar a cidade, ter esse envolvimento, essa ligação com o servidor. Porque a partir do momento em que você tem um relacionamento com um funcionário, ele te conhece, ele te respeita e você vai poder buscar nele a pessoa ideal para executar o serviço. O que falta é essa proximidade com o próprio servidor hoje. Tem pessoas que trabalham dentro da Prefeitura e nunca conversaram com o prefeito. Eu quero, na primeira semana, me reunir com cada setor, fazer um café da manhã, me apresentar realmente, falar que eu estou com as portas da Prefeitura abertas para ouvi-los. Seria assim, um governo mais humano.

Por que os nogueirenses devem confiar e votar na senhora? Primeiro porque a política faz parte da nossa vida. Segundo, porque eu estou preparada, fui buscar conhecimento, sei dos problemas da cidade e vou buscar as soluções. Eu fui a única candidata até o momento que participou praticamente de quase todas as sessões da Câmara nesse governo. Então eu estive muito próxima dos vereadores, sei o que acontece e sei que tem soluções para muitas coisas.

A senhora pretende trazer cursos técnicos gratuitos para a população? Antes de mais nada, precisamos conversar com as empresas do município. Saber qual é a demanda e a necessidade das empresas de acordo com as atividades exercidas, qual é a função que eles mais precisam dentro da empresa. Muitos falam em trazer Senai, Senac, Centro Paula Souza, mas não tem como trazer esses cursos porque a cidade precisa de um número mínimo de habitantes para esta implantação. Então não é tão simples assim. Muitos prometem que vão trazer, mas não funciona dessa forma. Os cursos que não poderemos ter na cidade, eu penso que poderia ser dada uma ajuda de custo para o transporte dessas pessoas que tem vontade de estudar fora.

Quais são as suas propostas para a infraestrutura do município? Um dos problemas que mais ouço da população é a questão da falta de água. Nós temos um problema sério de captação na cidade. Para resolver esse problema devemos fazer vários reservatórios, sabemos que é um custo enorme, precisamos fazer um tratamento de água, porque a população cresceu muito e não foi pensado nada nos últimos anos para melhorar a captação, tratamento e distribuição de água na cidade. Nós estamos passando por um problema muito sério. O Itamaraty, por exemplo, faz quatro dias que está sem água. Então, a população reclama demais da água. E outro problema enorme é o asfalto. A Prefeitura deixou a população sedenta nesses oito anos, poderia ter feito alguma coisa para amenizar isso, porque é impossível você ficar oito anos com poeira na época da seca e com barro na época da chuva. O governo tem que andar e ver os problemas da cidade. O que está sendo feito hoje lá no Jardim Carolina, poderia ter sido feito há alguns anos, pelo menos para que as pessoas conseguissem fazer uma calçada, para transitar com o carrinho e tudo mais. O prefeito fez investimentos que eu acho desnecessários, a Escola Modelo é um deles, acho que poderia ter deixado mais para frente.

Como a senhora analisa o problema do trânsito de Artur Nogueira? Penso que o Departamento de Trânsito não tem planejamento, são realizadas sinalizações somente no centro da cidade, nos bairros não há sinalização. Quando há lombada não tem placa de lombada, quando há cruzamento não há placa ‘pare’, não há pintura no chão. Acontecem muitos acidentes nos bairros, por problema sério de falta de sinalização. O Departamento tem que ter um engenheiro de Trânsito, para pensar toda a mobilidade urbana, para fazer um estudo, se há realmente necessidade de implantação de semáforos no centro da cidade e nos lugares que há mais perigo de cruzamento. Tudo tem que ser feito com estudo. Na vida há necessidade de planejamento, em todos os setores. Quero incentivar a população a utilizar mais bicicletas, com a implantação de ciclovias, que hoje não existem em Artur Nogueira. Também precisamos resgatar a utilização dos ônibus coletivos.

Fotos: Renan Bússulo


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