Adolescentes pescam bagre africano na Lagoa dos Pássaros

Raquel Santana

Dois adolescentes foram responsáveis pela pesca de um bagre africano na Lagoa dos Pássaros, durante a manhã desta quinta-feira (04). Sofia Oliveira Lopes, de 13 anos, e Frederico Vedoveto Cardoso, de 12 anos, assistiram o sol nascer nas margens da lagoa, na esperança de capturar o peixe que eventualmente visualizavam nadando pela água. Por volta das 8h40, eles conseguiram pescá-lo.

“Fomos para a lagoa às 6h. Ficamos tentando pescar o peixe. Toda vez que ele aparecia, jogávamos a isca perto dele. Em uma dessas tentativas, ele mordeu a vara. Usamos um passaguá que um homem nos emprestou e conseguimos pegar o peixe”, conta Sofia.

O peixe foi rapidamente levado para a casa de Sofia, com a ajuda de sua mãe, Inel Oliveira, de 50 anos. Ela acredita que o bagre pese aproximadamente 13 quilos, embora não o tenha pesado.

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que o bagre africano é uma espécie carnívora e muito resistente. Foi introduzido no Brasil em meado da década 1980.

Ainda neste estudo, foi evidenciado tratar-se de um peixe que se alimenta principalmente de besouros, plantas, caramujos pequenos e sedimentos.

Apesar da pouca idade, Sofia e Frederico já demonstram habilidade e paixão pela pesca, um interesse recente influenciado por familiares e amigos. “Um dia, fui à casa de um amigo da minha mãe e encontrei uma vara de pesca. Ele disse que eu poderia ficar com ela. Desde então, comecei a pescar”, explica Sofia.

Frederico, por sua vez, foi influenciado pelo pai. “Meu pai já tinha várias varas. Pedi uma para ele e comecei a pescar”, relata.

E as mães dos adolescentes demonstram contentamento pelo novo interesse dos filhos, principalmente por distanciá-los do dia a dia em frente às telas. “Hoje, as crianças só querem ficar em jogos online e não praticam atividades físicas. O fato de saírem de casa para pescar é maravilhoso, pois interagem com a natureza e uns com os outros, fora das telas”, afirma Jenifer Ulian, de 36 anos, mãe de Frederico. “E o melhor é que estamos sempre por perto. Alguém sempre os supervisiona”, continua.

Já Inel ressalta a importância da atividade para a saúde mental dos adolescentes e afirma que o interesse em comum de Sofia e Frederico reforça a amizade dos dois. “Eu acho que a pescaria para as crianças que estão sofrendo de ansiedade, hoje em dia, é maravilhoso. Sofia adora e está sempre nos pesqueiros da região. Ela e o Fred são amigos há muito tempo, e agora formam uma dupla de pescadores”, conclui Inel.

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