19/01/2014

EDIVALDO TAGLIARI: A religião na vida da sociedade

OPINIÃO: Psicólogo nogueirense aborda a importância da religião

Por Edivaldo Tagliari

Na próxima terça-feira, dia 21 de janeiro, é comemorado o Dia Mundial da Religião. O objetivo da criação da data foi de promover a união de todas as religiões existentes no mundo, levando mais fé e esperança ao povo.

A palavra religião vem do latim “religio,onis” e seu significado define-a como o conjunto de determinadas crenças e dogmas que levam o homem ao sagrado, onde cada uma apresenta suas práticas e ritos próprios, envolvendo ainda formas de comportamento e de cumprimento dos preceitos morais. A origem da palavra é discutida, apresentando-se, entre outras, o verbo RELIGARE, “atar firmemente”, de RE-, intensificativo, mais LIGARE, “unir, atar”, pelo sentido de “atender a uma obrigação” ou mesmo “laço entre o ser humano e o divino”.

Não há dúvidas de que a religião tem para o ser humano papel de extrema importância no contexto social e histórico para o desenvolvimento das civilizações passadas, atuais e futuras, mesmo esta sendo muitas vezes colocada como contrária à ciência, considerada muitas vezes como uma criação da humanidade para diminuir a angústia, a incerteza do futuro da humanidade, como por exemplo, a morte. Assim identidades culturais e religiosas forneciam coordenadas claras e estáveis de como agir em sociedade.

Mas, mesmo que a religião seja para muitas pessoas uma derivação fantasiosa, ou uma ilusão, criada para responder às questões inexplicáveis sobre a vida do homem, temos que ter bem claro sua importância no contexto social, mesmo que seja ela observada como uma forma de controle social, ou como uma forma de castração, impedindo o homem de se expressar de forma natural, dentro daquilo que lhe é instintual.

Mas hoje em dia, o que no homem é instinto? Não somos nós seres culturais? A religião não é uma expressão cultural, já que se caracteriza diferentemente em cada região do planeta?

Assim sendo, tendo a religião como uma expressão cultural que se caracteriza como um “laço entre o ser humano e o divino”, e se a religiosidade nos diz que, “somos imagem e semelhança de Deus”, a religião nos deve servir para melhorarmos nossa estimativa de futuro, sendo que temos algo superior que nos protege, melhorarmos nossos relacionamentos interpessoais, pois estamos lidando com nosso semelhante, e melhorarmos também nosso convívio social através do cumprimento dos preceitos morais, favorecendo o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

Portanto, é preciso ter bem claro que a religião deve oferecer ao homem um ponto de apoio à sua saúde mental, ajudando-o a conviver em sociedade, transformando a Fé em esperança por dias melhores e oferecendo conforto nos momentos difíceis da vida. Mas, os benefícios da religiosidade só serão alcançados se a religião levar o sujeito a uma atitude religiosa que lhe seja própria e não imposta, respeitando sua individualidade, ajudando-o assim na manutenção de sua saúde mental e favorecendo assim o descobrimento de seu verdadeiro “eu”, não o tornando um escravo das doutrinas e dogmas que possam aliená-lo e atrapalhar seu desenvolvimento pessoal. O que hoje em dia, é causa de vários transtornos da personalidade entre fieis fanáticos.

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Edivaldo Tagliari
é psicólogo (CRP/SP – Clínica Espaço Psykhé – Pós Graduando em Saúde Mental, Psicanálise, Grupalidade e Intervenção em Instituições pelo CEFAS – Campinas)


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